Petrobras e Eletrobras estudam venda de ativos; Sabesp, recomendações e mais 13 agitam terça

Ontem, a Petrobras ainda confirmou que o vazamento de gás ocorrido domingo em uma linha de transmissão da plataforma P-40, no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Nesta terça-feira (16), mais uma vez, o noticiário da Petrobras (PETR3;PETR4) segue agitado. Em destaque, a Petrobras estuda dividir sua subsidiária de gás e energia, a Gaspetro, em duas empresas para colocá-las à venda, segundo a Agência Estado. A estratégia faz parte do plano da empresa de vender ativos para reforçar o caixa e reduzir o endividamento. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, de um lado estaria todo o negócio de comercialização de gás, que inclui participações em distribuidoras e gasodutos de transporte do combustível. Do outro, as usinas térmicas.

As negociações, intermediadas pelo banco Itaú BBA, estão avançadas. A empresa mais cotada para fechar negócio é a japonesa Mitsui Gás e Energia, interessada na área de distribuição. Ela já é sócia da Petrobras em oito distribuidoras e é alvo de investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

O grupo controlador da Mitsui ganhou destaque na imprensa este mês, quando vieram à tona denúncias sobre o pagamento de propina ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O caso é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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As acusações surgiram em depoimento do doleiro Alberto Youssef, na Lava Jato. Youssef afirmou que o deputado requereu informações detalhadas sobre contratos fechados entre a Mitsui e a Petrobrás para pressionar o grupo japonês a voltar a pagar propinas. O presidente da Câmara nega as acusações e disse desconhecer os requerimentos feitos pelo Congresso para ter acesso aos contratos da Mitsui.

A Petrobras confirmou ontem que o vazamento de gás ocorrido domingo em uma linha de transmissão da plataforma P-40, no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, a aproximandamente 110 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, está identificado e totalmente controlado. O incidente chegou a interromper a produção de petróleo e gás no início da noite passada.

Por meio de nota, a Petrobras esclareceu que todas as providências foram tomadas, o vazamento foi rapidamente controlado e a equipe que trabalhava na plataforma permaneceu em total segurança. “O reparo da produção já foi concluído e a produção está em processo de normalização.”

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No radar ainda, a empresa informou que, através de sua subsidiária integral Petrobras Global Trading BV, recebeu hoje recursos do financiamento assinado em 20 de maio deste ano com o Banco de Desenvolvimento da China, no valor de US$ 1,5 bilhão. Com esse recebimento, o valor total contratado junto ao CDB ao longo de 2015 totaliza US$ 5 bilhões.

Ainda sobre a estatal, prefeitos dos municípios produtores de petróleo do Estado do Rio de Janeiro, com apoio do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), se mobilizam em defesa de mudanças nas regras do pré-sal em discussão no Senado. No último sábado, o jornal “O Estado de S. Paulo” revelou que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), se aliou ao senador José Serra (PSDB-SP) para levar a plenário projeto do tucano que, entre outras mudanças, acaba com a obrigatoriedade de que a Petrobras seja responsável por ao menos 30% do investimento em exploração de todas as áreas do pré-sal. “O País não pode esperar a Petrobras ter recursos para avançar nos investimentos no pré-sal. É natural que a Petrobras participe de tudo, desde que tenha recursos. Essa participação de 30% deve, pelo menos, diminuir”, afirmou o governador.

Eletrobras
A Eletrobras (ELET3;ELET6) avalia vender usinas e linhas de transmissão, segundo informações do jornal Valor Econômico. A medida é uma das alternativas indicadas pelo estudo para reestruturação da companhia. 

A companhia trabalha em duas frentes para garantir as condições de financiamento do seu plano estratégico de longo prazo, até 2030. A primeira é recuperar o grau de investimento pela agência Moody’s e a outra é reconhecer cerca de R$ 26 bilhões a título de indenizações por renovação de concessões de geração e transmissão pela Medida Provisória 579/2012, pleiteadas pela Aneel. 

Arteris
Segundo o Valor, a Arteris (ARTR3) prepara um captação de R$ 750 milhões com a emissão de debêntures. Os papéis terão prazo de 18 meses e pagarão ao investidor juros equivalentes à taxa interbancária mais um spread de até 2% ao ano. 

Banco do Brasil
Foi divulgada ata da reunião do Conselho de Administração do Banco do Brasil (BBAS3), que informou a aprovaçao do remanejamento de Edson Rogério da Costa da Diretoria Corporate Bank para a Diretoria de Crédito, a eleição de Márcio Luiz Moral no cargo de Diretor Corporate Bank e a eleição de Wilsa Figueiredo para o cargo de Diretora de Soluções de Atacado.

Cemig
A Cemig (CMIG4) divulgou que realizará pagamento da primeira parcela dos juros sobre capital próprio no dia 30 de junho. Serão distribuídos R$ 0,09 por ação referente ao exercício de 2014, que totalizará o montante de R$ 115 milhões. Receberão os proventos os acionistas que detinham as ações no dia 26 de dezembro. Os papéis passaram a ser negociadas “ex” em 29 de dezembro do ano passado.

OSX
Em recuperação judicial, a empresa de construção naval OSX Brasil (OSXB3), de Eike Batista, conseguiu reverter R$ 2,42 bilhões de prejuízo no primeiro trimestre de 2014 em lucro líquido de R$ 168,9 milhões entre os meses de janeiro a março deste ano. 

A companhia registrou receita operacional líquida no trimestre de R$ 275,1 milhões, contra R$ 118 milhões no mesmo período do ano passado, crescimento de 133%. 

Mills 
A Mills (MILS3) teve sua recomendação cortada para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Itaú BBA, enquanto o preço-alvo foi reduzido de R$ 10,00 para R$ 8,00. 

Segundo as analistas Renata Faber e Thais Cascello, apesar do grande esforço da companhia para melhorar a sua rentabilidade, o valuation ainda parece pouco atrativo. Além disso, a expectativa de que o cenário seguirá adverso em 2015 e 2016 trazem perspectivas pouco positivas, com baixa utilização da capacidade instalada e preços sob pressão. Por outro lado, a Mills está se ajustando para um “novo normal” e, após a fase de ajustes, ela deverá ser uma empresa menor em termos de ativos, mas com menor dívida e melhores margens, além de melhor ROIC (Retorno sobre o capital investido). 

Em 2015, a empresa enfrenta um cenário de “tempestade perfeita”, avaliam as analistas, em meio à combinação de demanda fraca e dívidas. Em termos de receitas, a divisão de infraestrutura continua a ser a mais resistente, dado o perfil de longo prazo de seus contratos. Por outro lado, esta margem de divisão deve ser afetada pela aumento da provisão de créditos. Quanto à divisão de aluguel, a baixa utilização e os preços mais baixos vão continuar a colocar alguma pressão sobre as receitas e margens.

JBS
 O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição pela companhia de alimentos Seara da empresa de abate e produção de carne de frango Anhambi, que resulta na entrada do Grupo J&F, controlador da JBS, na atividade de abate de frangos no Estado do Mato Grosso.

O aval foi publicado nesta terça-feira no Diário Oficial da União.

O Cade apontou em documento que a participação do Grupo J&F em alguns mercados de alimentos processados é pouco superior a uma faixa entre 20 e 30 por cento e em alguns casos ultrapassa levemente este patamar.

 

Apesar disso, concluiu que o acréscimo de participação resultante da operação no mercado de produção e comercialização de carne de frango in natura é bastante reduzido, inferior a 10 por cento, “o que sugere que os efeitos da operação no mercado de alimentos processados que utilizam a carne de frango como insumo são limitados”.

Sabesp
O plano de contingência da Sabesp (SBSP3) considera, no pior dos cenários, que o 
reservatório do Cantanteira secaria em julho. O pior cenário possível seria diante de volume de água que chega às represas de menos de 80% do registrado em 2014, e sem obras emergenciais prontas, segundo documento obtido pela Bloomberg.

O plano de contingência considera ainda, no pior cenário, a implementação de um rodízio de 5 dias sem água e 2 dias com abastecimento na região abastecida pelo Cantareira. No melhor cenário, Cantareira chegaria em outubro com mais da metade da primeira reserva técnica recuperada. 

Alpargatas
A Alpargatas  (ALPA4) comunicou ontem ao mercado e aos acionistas que, nesta data, recebeu correspondência anexa do Norges Bank Investment Management, informando que o banco reduziu hoje sua participação acionária na empresa, atingindo 4,94% de suas ações preferencias.

IMC Holdings
A IMC Holdings (IMCH3), dona do Frango Assado e Viena, informou  que a UV Gestora aumentou sua participação para 5,10% da companhia, que corresponde a 4.305.600 ações ordinárias emitidas pela empresa. 

Even
A Even (EVEN3) comunicou que a Arx Investimentos reduziu sua participação na companhia para 4,76% das ações ordinárias da construtora. 

Banco Indusval
Por outro lado, o banco Indusval (IDVL4) informou que o fundo Greengo, da SLW Corretora, aumentou sua participação na instituição para 6,5% das ações preferenciais.  

CCR
O conselho de administração da CCR (CCRO3) decidiu retomar análise de Projeto Nasp para novo aeroporto na região metropolitana de São Paulo. A proposta foi feita pelos controladores Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, disse a companhia, em comunicado enviado ao mercado.

A análise poderá resultar em aquisição dos direitos decorrentes do contrato de opção de compra do terreno. A companhia aprovou a criação de novo comitê independente para análise da proposta.  

Segundo o Bradesco BBI, a expectativa é de uma reação neutra do mercado. Os analistas destacam que a companhia tem sólida história de governança corporativa e a transação poderá ser aprovada somente se oferecer crescimento real.

Minerva
O conselho de administração da Minerva (BEEF3) aprovou o aumento do capital social da companhia, dentro do capital autorizado, em função da conversão obrigatória das debêntures diante do seu vencimento nesta segunda-feira. As debêntures da 2ª emissão serão convertidas em ações de emissão da companhia na proporção de uma para 131,468928 ações.

Embraer
A Embraer (EMBR3) construirá uma unidade de assentos em Titusville, na Flórida, Estados Unidos, ampliando sua presença numa região fortemente afetada pelo fechamento do programa de ônibus espaciais da Nasa quatro anos atrás, disseram autoridades nesta segunda-feira.

A fábrica, prevista para abrir na segunda metade de 2016, será dirigida por uma companhia sediada na Califórnia que a Embraer comprou e renomeou para Embraer Aero Seating Technologies.

Localizada a oeste do Kennedy Space Center, da Nasa, a nova fábrica fará assentos top de linha para jatos corporativos da Embraer Phenom 100 e Phenom 300, que são montados em Melbourne, na Flórida, uma área próxima, afirmou a porta-voz da companhia, Alyssa en Eyck.

A Embraer também está investindo 76 milhões de dólares em uma expansão relacionada para montar o Legacy 450 e o Legacy 500 em Melbourne. A ampliação deve ser finalizada no fim de 2016.

A companhia estabeleceu um centro de tecnologia e engenharia em Melbourne em 2014 e um centro de design do cliente em 2012.

Cerca de 400 dos 800 empregados da Embraer na Flórida trabalham em Melbourne. A empresa espera adicionar outros 850 empregos no Estado norte-americano, incluindo 600 na fábrica de montagem do Legacy, 150 na unidade de Titusville e cerca de outras 100 posições de engenharia em Melbourne.

Afluente
A Afluente (AFTL3) informou que Solange Maria Ribeiro passa a ser diretora financeira interina da companhia. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.