Petrobras dispara mais de 4%, Vale sobe 2% e Rossi salta 16% sem motivo aparente

Confira os principais destaques da Bolsa nesta terça-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – Na última sessão antes do Natal, o Ibovespa opera em alta nesta terça-feira (23) após dois pregões seguidos de queda, impulsionado pelas ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que subiam às 13h49 (horário de Brasília) mais de 4% entre declaração da presidente da estatal, Maria das Graças Foster, e novo recorde de produção diária de petróleo. 

Lideravam os ganhos do índice as ações da Rossi (RSID3), que disparavam 16% sem motivo aparente, a R$ 3,00. A reação dos papéis acompanhavam as últimas duas sessões de alta, que buscavam uma ligeira recuperação da queda de 43% do final de novembro até a última sexta-feira. Para operadores, o movimento pode ter sido provocado por reversão de posições vendidas de fundos de investimentos. 

Chamava atenção também os papéis da JBS (JBSS3), que depois de chegarem a desabar 18% na mínima de ontem com rumores sobre envolvimento da companhia na Operação Lava Jato, da Petrobras, as ações recuperam as perdas depois de a empresa ter negado a informação na tarde de ontem. 

Continua depois da publicidade

Confira os principais destaques da Bolsa nesta terça-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 10,35, +4,44%; PETR4, R$ 10,76, +4,26%)
As ações da Petrobras sobem em meio à divulgação de dados de produção e escândalos sobre esquema de corrupção na estatal. Da abertura do dia 16 até hoje, os papéis PNs acumulam 25% de ganhos. Nesta manhã, a companhia informou que bateu recorde de produção diária de 2,29 milhões de barris em 21 de dezembro. Ontem à noite, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, disse, em entrevista ao Jornal Nacional, que encontrou a funcionária Venina Velosa da Fonseca, que afirma ter feito denúncias de irregularidades na área de abastecimento da companhia, mas negou que tenha sido omissa na apuração de supostos desvios apontados pela ex-gerente. 

Vale (VALE3, R$ 21,93, +2,62%; VALE5, R$ 19,08, +2,31%)
As ações da Vale ganharam força após a abertura das Bolsas dos Estados Unidos em meio à euforia externa com dados positivos da economia americana, que cresceu mais do que o esperado no terceiro trimestre deste ano. Do início do pregão nos EUA às 12h30 até agora, os papéis preferenciais da mineradora subiram 1,3%.

Continua depois da publicidade

Os ativos seguem movimento de alta iniciado no dia 16, registrando hoje sua quinta sessão de ganhos seguida. De lá para cá, os papéis da Vale já subiram 17%, acompanhando a recuperação vista no Ibovespa, que avança quase 7% no período. Acompanhavam a alta os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 13,86, +2,14%), holding que detém participação na Vale, que figuravam entre as maiores valorizações do principal índice de ações da Bolsa hoje. 

JBS (JBSS3, R$ 11,25, +0,81%)
Uma das protagonistas do pregão da véspera, as ações da JBS lideram os ganhos do Ibovespa hoje após desabar 8,67% na véspera em meio a rumores de que a companhia estaria envolvida na Operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras. No meio do pregão passado, no entanto, a empresa desmentiu as especulações, veiculadas pelo Valor, o que ajudou no movimento de recuperação durante o dia após a ação ter caído 18% na mínima daquele pregão.  

Segundo o frigorífico, a informação não procede, argumentando que os pagamentos citados na matéria do Valor são oriundos de um contrato de aquisição da unidade industrial em Ponta Porã no Mato Grosso do Sul, um Centro de Distribuição em São José dos Pinhais no Paraná e um outro Centro de Distribuição em Itajaí, Santa Catarina, cujos vendedores eram Tiroleza Alimentos Ltda., Ademar Marquetti de Souza, Paulo Roberto Sanches Cervieri e Rodo GS Transportes e Logística Ltda. 

Continua depois da publicidade

Apesar do movimento de alta visto hoje, o JPMorgan rebaixou as ações da JBS de overweight (desempenho acima da média) para neutro. Segundo banco, a alta de mais de 27% no ano e menores estimativas para a empresa limitam o potencial de valorização do papel. O JPMorgan também retirou o papel da JBS da sua lista de recomendação na América Latina. O banco aproveitou ainda para elevar exposição em BRF (BRFS3, R$ 62,99, -0,94%), mantendo assim exposição ao setor de proteína.

Gol (GOLL4, R$ 14,11, -4,01%)
As ações da Gol lideram as perdas do Ibovespa nos minutos iniciais do pregão, devolvendo parte dos ganhos acumulados nos últimos dias – os papéis subiram 17% nos últimos 4 sessões -, acompanhando o movimento de alta do petróleo nesta terça-feira. O combustível responde por quase 40% dos custos operacionais da companhia aérea, e o avanço no preço do barril tem impacto direto nas margens da empresa. 

Gafisa (GFSA3, R$ 2,15, +6,44%)
A Gafisa dispara após ficar em leilão por cerca de 20 minutos na BM&FBovespa para venda de 20 milhões de ações. Um investidor, que não foi identificado, vendeu 4,9% do capital da construtora a um preço médio de R$ 2,10, segundo dados do ProfitChart. Os números oficiais devem ser divulgados mais tarde. A operação foi intermediada na ponta vendedora pelo Santander e na compradora pelo Votorantim. 

Continua depois da publicidade

Brookfield (BISA3, R$ 1,58, -1,25%)
A Brookfield informou hoje que suas ações poderão ser negociadas na BM&FBovespa até 5 de janeiro quando suas ações deixarão de ser listadas na Bolsa, após aprovação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para conversão do registro da companhia da categoria A para B. O prazo foi adiado devido a existência de posições em derivativos em aberto relativas ao papel BISA3.  

Ex-OGX (OGXP3, R$ 0,09, +12,50%)
As ações da Óleo e Gás Participações, antiga OGX, sobem em meio à divulgação do resultado do terceiro trimestre. A companhia deixou um prejuízo de R$ 7,648 bilhões no ano passado para registrar lucro líquido de R$ 9,873 bilhões entre os meses de julho e setembro de 2014.  Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do período, que mensura a geração de caixa da empresa, ficou negativo em R$ 1,86 bilhão, contra R$ 8,93 bilhões negativos no terceiro trimestre de 2013. 

BR Insurance (BRIN3, R$ 3,36, +10,16%)
Fora do Ibovespa, as ações da BR Insurance voltam a subir forte, após dispararem 19,6% na véspera. Após o fechamento do pregão de segunda-feira, a empresa anunciou via fato relevante a contratação do banco norte-americano Morgan Stanley como assessor financeiro para “redefinição de seus objetivos estratégicos”. A Companhia entende que esta iniciativa não conflita com o Projeto Evolução ora em curso e reafirma seu compromisso com os acionistas e com o modelo de negócio existente.

Continua depois da publicidade

Somada com a alta de ontem, os papéis BRIN3 já subiram mais de 32% nestes dois pregões. No entanto, no acumulado do ano, esses ativos ainda totalizam perdas na casa dos 80%.