Petrobras dispara 12% e lidera os ganhos da semana; educacionais sobem e PDG cai 9%

Entre os destaques ainda estiveram os papéis do setor imobiliário, que fecharam entre as perdas desta semana, devolvendo os ganhos da última semana

Marina Neves

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SÃO PAULO – Após semana de forte oscilação para a Bolsa, com o Ibovespa operando entre ganhos e perdas entre os dias 6 e 10, o Ibovespa fecha os últimos cinco dias com ganhos de 2,05%, a 54.214 pontos. Entre os destaques, a grande estrela fica por conta da Petrobras, que viu seus ativos dispararem 9% na quinta-feira e terem forte valorização nesta sexta em meio a um “short squeeze” com os investidores aguardando a divulgação dos resultados do terceiro trimestre da companhia auditados.

Os investidores ainda acompanharam os ativos da PDG Realty fecharem no negativo após duas semanas liderando os ganhos semanais também em meio a um “short squeeze”. Para ver todos os desempenhos das ações da Bolsa, utilize a ferramenta do InfoMoney “Altas e Baixas” clicando aqui.

Veja abaixo os principais ganhos e perdas da Bolsa nesta semana:

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Altas
Liderando os ganhos desta semana estiveram os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 11,83, +11,60%; PETR4, R$ 11,82, +10,26%), que dispararam em meio a um movimento de “short squeeze”. O mercado seguiu nesta semana em meio à expectativa pela divulgação do balanço com as baixas contábeis e ainda seguindo as falas do ministro de Minas e Energia Eduardo Braga acenar com uma possível revisão nas regras do regime de partilha na exploração do pré-sal e da política de exigência de conteúdo local na indústria de petróleo, as ações da Petrobras registram um movimento volátil. De acordo com a Folha de S. Paulo, a Petrobras estima que o cálculo de perdas com o esquema de corrupção na estatal ficará entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. A conta atinge todos os contratos e aditivos firmados com empresas citadas na Lava Jato.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Petrobras vai separar, no balanço dos terceiro e quarto trimestres do ano passado, as perdas decorrentes do processo de imparidade (reavaliação de seus ativos) e o que está sendo chamado na petroleira de “custo da corrupção”. Na imparidade, o valor inflado dos projetos considerado foi constatado principalmente na área de refino. A ideia é explicitar nas demonstrações financeiras o que a companhia entendeu serem atos de corrupção, baseada em registros encontrados nos processos da Operação Lava Jato.

Ainda chamaram atenção do mercado os ativos das educacionais, com Kroton (KROT3, R$ 12,00, +9,69%) fechando entre o “top 3” de valorização do Ibovespa nesta semana em meio a elevação de recomendações. A Ser Educacional (SEER3, R$ 14,05, +3,69%) e a Kroton tiveram as recomendações elevadas de manutenção para compra pelo Santander. Apesar das elevações, o banco cortou o preço-alvo das ações das companhias. A Ser teve o preço-alvo cortado de R$ 22,50 para R$ 19, enquanto a Kroton teve o preço-alvo cortado de R$ 15,50 para R$ 14.

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A Anima Educação (ANIM3, R$ 17,97, +8,25%) e a Estácio (ESTC3, R$ 20,31, +6,28%) ficaram com recomendação de manutenção. O preço-alvo de Anima foi cortado de R$ 28,50 para R$ 20 e da Estácio elevado de R$ 22,50 para R$ 23,50. Contudo, as ações da Estácio têm uma das maiores baixas do índice, de 1,30%, cotadas a R$ 20,43. “Nossa visão sobre o setor de ensino superior tornou-se mais positiva após certa calmaria na atividade regulatória, resultados preliminares relativamente positivos para novas matrículas no 1S15 e a definição de expectativas em níveis mais razoáveis”, segundo relatório de analistas do Santander. A recomendação de Kroton e Ser foi elevada “com base em seus fundamentos sólidos e relativamente maior potencial de alta”.

Também ficaram no positivo nesta semana os ativos da Marfrig (MRFG3, R$ 4,50, +8,43%) e BRF (BRFS3, R$ 63,95, +0,79%), que tiveram ganhos após serem beneficiados pela queda do dólar, que reduz o endividamento destas companhias, além da reabertura do mercado dos EUA à carne bovina brasileira. Para a BRF, no entanto, ainda há duas notícias no radar da companhia.

A primeira é que a empresa informou nesta terça-feira que seu Conselho de Administração aprovou contratar dois empréstimos com o BNDES que, juntos, somam quase R$ 600 milhões. O primeiro de R$ 268,3 milhões, prevê uso dos recursos em até 18 meses e prazo de amortização de 30 meses. O outro, de R$ 330,3 milhões, deve ser usado em 24 meses e pago em 36 meses. O Conselho da companhia também aprovou constituir uma empresa em Angola, na condição de subsidiária da BRF GmbH.

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A segunda é que a companhia esclareceu notícia veiculada no Estadão, sobre os bancos e grandes empresas que estão sendo investigadas em “tribunal da Receita”. O frigorífico informou que tomou conhecimento das notícias, no entanto, não foi notificada por nenhuma autoridade pública acerca da suposta investigação mencionada na matéria. “A Companhia ressalta que todas as práticas relacionadas às suas atividades se pautam estritamente pela ética e pelo cumprimento da legislação brasileira e as de todos os países onde atua. Não obstante, diante da referida notícia de mídia, iniciou medidas internas para resguardar seus interesses e de seus acionistas em todos os âmbitos”, disse a companhia em comunicado.

Quedas
Após figurarem como as principais altas nas últimas duas semanas, as ações da PDG Realty (PDGR3, R$ 0,58, -10,77%) voltam a ser destaque nestes último cinco dias, mas pela desvalorização. O papel, que havia disparado em meio a um “short squeeze” que obrigou os investidores que estavam operando a descoberto a comprarem os papéis na Bovespa, uma vez que houve escassez de ativos para aluguel, fechou com perdas fortes nesta semana, devolvendo os ganhos do período.

Outro setor que na semana passada foi destaque de alta e, nesta semana devolveu os ganhos, oi o imobiliário, que após disparar em meio à queda dos juros DI Futuros, que alivia o endividamento destas companhias, também fechou nesta semana no vermelho, em meio aos acionistas realizando seus ganhos. Entre os destaques de perda estão os ativos da BR Properties (BRPR3, R$ 12,29, -6,40%), Even (EVEN3, R$ 4,52, -1,95%) e Cyrela (CYRE3, R$ 13,70, -0,80%).

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Ainda estiveram no vermelho os ativos da Gerdau (GGBR4, R$ 9,59, -4,39%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 10,37, -3,98%), que fecharam com forte queda nesta semana em meio à queda do dólar, que prejudica a companhia por seu caráter mais exportador, com seus ativos sendo seguidos pelas ações da Usiminas (USIM5, R$ 4,85, -3,00%; USIM3, R$ 15,87, -12,42%), que também fecharam entre as perdas, com destaque para os ativos ordinários. Já as ações das outras companhias do setor, como CSN (CSNA3, R$ 29,40, +1,39%) e Vale (VALE3, R$ 18,42, +2,33%; VALE5, R$ 15,36, -0,65%) fecharam entre ganhos e perdas entre os dias 6 e 10.

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