Petrobras desaba 6%, Metalúrgica Gerdau afunda 8% e Suzano “respira”; veja mais

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa acompanhou o noticiário político local e se descolou da alta do exterior. O índice teve queda de 1,42%, a 51.600 pontos, pressionada pela derrocada das ações da Petrobras, que desabaram 6%. Destaque também para as ações da Suzano, que têm primeira alta em 10 pregões, enquanto os papéis da Metalúrgica Gerdau seguem em derrocada apesar da alta de Gerdau.

Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 11,86, -6,02%; PETR4, R$ 10,79, -5,35%)
As ações da Petrobras acentuam as perdas nesta sessão depois de abrir em leve alta. Essa é a terceira queda nas últimas quatro sessões. Além das tensões políticas internas, os papéis acompanham o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional. O Brent, negociado em Londres e usado como referência pela estatal, caía 1,0%, a US$ 56,53. 

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Para quem acompanhou o programa Visão Técnica na última sexta-feira, pôde aproveitar o “call” de venda dado para a ação pelo analista André Moraes. Para ver a recomendação, clique aqui.

No radar, a empresa contratou Citi, Banco do Brasil, Itaú BBA, Bradesco BBI e BTG Pactual para coordenar a oferta pública inicial de ações da BR Distribuidora, disseram duas fontes a par do assunto nesta sexta-feira. O Citi, disseram as fontes à Reuters, será o coordenador líder da operação, uma das alternativas da companhia para levantar recursos e reduzir a elevada alavancagem. O grupo de bancos pode ainda incluir um banco estrangeiro, disse uma das pessoas, falando na condição de anonimato.  No começo do mês, a Petrobras informou que analisava atrair sócio estratégico e abrir o capital da BR Distribuidora, dentro de seu plano de desinvestimentos e reestruturação de negócios no valor de US$ 57,7 bilhões até 2018.

Além disso, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o governo quer abrir o capital de algumas companhias públicas.  Em entrevista publicada no domingo (19) no jornal A Gazeta, do Espírito Santo, o ministro defendeu que a medida traria competitividade, mas evitou citar quais as empresas candidatas para a oferta de ações.

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Vale (VALE3, R$ 17,31, -0,80%; VALE5, R$ 14,42, -1,23%)
As ações da Vale perderam força e viraram para queda nesta tarde, em meio ao mau humor do mercado, descolando do preço do minério de ferro spot no porto de Qingdao, que subiu 3,41%, a US$ 52,39 a tonelada, nesta sessão. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 9,69, -0,72%), holding que detém forte participação na mineradora.

Siderúrgicas
Da mesma forma, os papéis das siderúrgicas também viraram para queda nesta tarde e fecharam em queda superior a 1%: Gerdau (GGBR4, R$ 6,11, -2,08%), CSN (CSNA3, R$ 4,33, -3,78%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,95, -1,25%). Quem destoou foi a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,03, -8,41%), que apareceu nesse pregão como a maior queda do Ibovespa, seguindo seu inferno astral na Bolsa.

Na semana passada, a Gerdau anunciou uma reestruturação de suas operações que foi mal vista pelo mercado, por conta do preço pago e o momento econômico em que foi feita. No mês, as ações da Metalúrgica Gerdau afundam 34,8%, enquanto os papéis da Gerdau caem 16,4%. 

Suzano e Fibria
Depois de desabarem na sexta-feira em meio à notícia de que compradores chineses estariam pressionando os preços da celulose nos últimos dias, os papéis da Suzano (SUZB5, R$ 14,48, +3,43%) e Fibria (FIBR3, R$ 40,53, +1,20%) tiveram alta nesta segunda-feira, voltando a acompanhar a escalada do dólar. Esses papéis são beneficiados por um dólar mais alto já que suas receitas são atreladas à moeda americana.  

Veja mais em: Setor de papel e celulose passa por uma “tristeza de verão”, mas perspectivas são boas

Na sexta-feira,  a agência RISI, maior provedora de informações da indústria global de produtos florestais, publicou nota de que fornecedores têm sido forçados a reduzir os preços ao longo das últimas duas semanas, em razão de uma pressão dos compradores chineses. Segundo a nota, os compradores chineses estão resistindo comprar tanto fibra longa quanto curta no atual nível de preços e, consequentemente, exercendo pressão para queda dos preços.  O preço da celulose kraft braqueada de fibra longa (BSK) está sendo negociado a um valor abaixo da cotação, entre US$ 30,00 a US$ 40,00 a tonelada na China, enquanto o preço da fibra longa (BHKP) para a América do Sul caiu entre US$ 10,00 a US$ 15,00, para faixa entre US$ 625,00 a US$ 650 a tonelada.

Do fechamento do dia 3 de julho até a sexta-feira passada, os papéis da Suzano só caíram na Bolsa, com exceção do pregão de quinta que encerrou estável. Em nove pregões, a derrocada foi de 16,7%. A Fibria também seguiu ladeira abaixo, apesar do movimento ter sido bem mais ameno. Nos nove pregões, a queda foi de 6,3%, sendo que a maior parte deve-se ao recuo dessa sessão.

Cosan (CSAN3, R$ 21,80, -2,02%)
Os analistas da Citi Corretora reiteraram recomendação de compra para a Cosan, mas cortaram o preço-alvo de R$ 43,50 para R$ 37,00. Eles destacaram que a companhia parece ter se descolado do preço do açúcar, o que pode funcionar como um fator de suporte para o papel. 

Ultrapar (UGPA3, R$ 67,14, -0,19%)
A Citi Corretora elevou a recomendação da Ultrapar de venda para neutra, com preço-alvo de R$ 74,00 por ação. Os destaques para um preço-alvo mais otimista são o mercado de químicos, que deve continuar forte em margem Ebitda (Ebtida/Receita Líquida) por conta dos spreads petroquímicos e valorização do dólar, comentou a equipe de análise da corretora.

Olhando para Ipiranga, os analistas disseram que, apesar do volume mais fraco com vendas de combustíveis, ela tem ganhado em market share, com volume subindo 2% na comparação anual, mas o principal destaque é a melhora nas margens em 9%, auxiliada por ajustes de preço no atacado e fechamento da diferença do etanol e gasolina. 

Gol (GOLL4, R$ 6,15, -7,24%)
As ações da Gol aparecem como a segunda maior queda do Ibovespa no pregão desta segunda-feira, devolvendo praticamente todo o ganho obtido desde o anúncio de que aumentará seu capital e que a Delta Air Lines pode reforçar a posição financeira da companhia brasileira, na segunda-feira passada. No dia, os papéis da companhia dispararam 15,4%. 

Além disso, o papel sofre com o anúncio de que sua concorrente TAM vai reduzir gradualmente suas operações no mercado doméstico de, aproximadamente, 8% a 10%. A decisão foi tomada diante de um cenário econômico difícil no País. 

Eletrobras (ELET3, R$ 5,67, -2,41%; ELET6, R$ 8,46, -1,63%)
A Eletrobras tem no radar a notícia de que o escritório de advocacia global de direitos dos investidores Rosen Law Firm está preparando uma ação contra a empresa, na Justiça dos Estados Unidos, por perdas sofridas por acionistas da companhia, pelo envolvimento nas investigações da Operação Lava Jato. A ideia é mover uma ação coletiva contra a elétrica, nos mesmos moldes do processo que corre contra a Petrobras. 

Concessionárias
O governo aumentou a TIR (Taxa Interna de Retorno) das concessões dos aeroportos a serem leiloados até 2016. A taxa passou de 6,6% para 8,5%. Os quatro aeroportos envolvidos são: Salvador (R$ 3 bilhões de Capex), Porto Alegre (R$ 2,5 bilhões de Capex), Fortaleza (R$ 1,8 bilhão de Capex) e  Florianópolis (R$ 1,1 bilhão de Capex).

Segundo a Elite Corretora, a notícia é positiva para as empresas de concessões de aeroportos, mas vale lembrar que os lances nos últimos leilões de aeroportos ficaram substancialmente acima do estipulado pelo governo (entre 66% até 673%). Na Bolsa, as ações do setor são CCR (CCRO3, R$ 15,37, -0,84%), Arteris (ARTR3, R$ 9,40, +0,53%), Triunfo (TPIS3, R$ 4,36, +0,23%) e Ecorodovias (ECOR3, R$ 7,24, +1,12%).  

Porto Seguro (PSSA3, R$ 38,51, -1,71%)
A Porto Seguro atingiu nesta sessão sua menor cotação em 3 semanas após sua recomendação ter sido rebaixada pelo Bradesco BBI. A ação foi cortada para underperform (desempenho abaixo da média). “Vemos o setor de seguro automotivo perto de uma virada para o negativo e a valorização da ação não incorpora essa fase”, comentaram os analistas. 

Eztec (EZTC3, R$ 14,39, -1,84%)
Dando continuidade à divulgação das prévias operacionais, a Eztec informou que seus lançamentos somaram R$ 221 milhões no período, alta de 20% na mesma base de comparação do ano passado, com dois projetos residenciais de médio alto padrão. A companhia vem concentrando seus esforços na venda de estoque pronto e em construção, por isso, vem fazendo apenas lançamentos pontuais, nos momentos em que identifica demanda para projetos específicos. 

Segundo a Elite Corretora, os números da companhia foram fracos, mas dentro do esperado. Tanto lançamentos quanto vendas estão bastante fracos no ano, comentaram os analistas, que citaram também velocidade de vendas menor.

Sabesp (SBSP3, R$ 18,60, +0,38%)
Em crise, a Sabesp irá promover três medidas para arrecadar dinheiro, informou o jornal Folha de S. Paulo. Entre elas, a companhia colocará terrenos e imóveis à venda; abrirá até setembro um “feirão” com condições atraentes para que devedores públicos e privados possam renegociar seus débitos; e forçará as prefeituras com contas de água em atraso a quitar suas dívidas. 

Segundo o Credit Suisse, o interessante é notar que a companhia não indica que pedirá os 7,5% de repasse dos royalties especulados na semana passada pelo mercado (mas que a empresa negou, posteriormente), mas afirma que pedirá uma nova estrutura tarifária ao regulador nos próximos 12 meses. Os analistas entendem que a estrutura tarifária é extremamente importante para a companhia, pois dá espaço para ajustar de várias inconsistências atuais, como o não repasse dos 7,5%. Entretanto, vale destacar que esse período é para os próximos 12 meses e os analistas acreditam que a companhia seguirá contando com o fim da crise hídrica para que os ajustes possam ser feitos, indicando que a pressão de geração de caixa e endividamento deve continuar no curto prazo.