Petrobras cai 3% após 5 altas; CSN e Usiminas PNA disparam e Gerdau cai 4% com BofA

Confira os principais destaques da Bovespa nesta quinta-feira (16)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em baixa na sessão desta quinta-feira após atingir a máxima de 2015, entre as quedas de Vale, Petrobras e bancos e a alta de CSN e Usiminas PNA. O banco Itaú (ITUB4), após um “respiro” ontem, viu seus papéis caírem quase 0,75% em meio ao cenário desafiador para o setor, enquanto as ações do Bradesco (BBDC4) também registraram queda de 0,69%. 

Usiminas (USIM3, R$ 17,44, -8,93%; USIM5, R$ 5,48, +3,98%)
Após ter disparado 14% na véspera em meio a notícia de que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) decidiu que a operação de compra da participação da Previ na Usiminas pela Ternium disparou a obrigação de oferta pública de aquisição pelas ações ordinárias da siderúrgica brasileira, as ações ON da siderúrgica registraram uma forte queda, descolando-se da alta das ações PNA, que tiveram fortes ganhos.

E a disputa na companhia continua: a Justiça de Minas Gerais concedeu na quarta-feira liminar que suspende a eleição do empresário Lírio Parisotto para vaga no Conselho de Administração da Usiminas, após eleição ocorrida no último dia 6. A liminar também suspendeu a eleição do suplente de Parisotto, Mauro Cunha, presidente do Conselho da associação de acionistas minoritários Amec. O pedido de liminar foi feito pela Ternium, membro do grupo de controle da siderúrgica e que afirmou que a eleição de ambos foi ilegal.

Continua depois da publicidade

Ainda sobre a Usiminas, a CSN (CSNA3, R$ 6,57, +3,63%) estuda se desfazer da participação da companhia, de acordo com informações da Agência Estado. A intenção é vender para um dos controladores os papéis com um prêmio em relação ao valor negociado em Bolsa. A CSN tem quase 12% dos papéis ON da companhia e subiu forte em meio a essa notícia, chegando a subir mais de 8% na máxima do dia. 

Enquanto isso, as ações da Gerdau (GGBR4, R$ 9,62, -4,18%) sofreram após serem rebaixadas para neutro pelo Bank of America Merrill Lynch, que também cortou o preço-alvo dos ativos para R$ 12, ante R$ 14,00. Os analistas do banco destacam que as ações subiram 24% desde a mínima em janeiro, impulsionadas pela desvalorização do real e a queda dos custos. “No entanto, desde então, a deterioração da demanda tem sido mais intensa do que a esperada no Brasil, impulsionada principalmente pela atividade de construção mais fraca”, afirmam, citando ainda o passivo fiscal e a investigação com relação ao Carf como problemas.

Petrobras (PETR3, R$ 13,18, -1,86%, PETR4, R$ 12,93, -3,00%)
Após cinco sessões de alta e de ter acumulado ganhos de 40% só em abril, as ações da Petrobras registraram queda de cerca de 3% para os papéis PN e de 1,86% para os papéis ON. No radar da empresa, ela  informou ontem que o plano de desinvestimento da companhia divulgado no início de março não inclui ativos do pré-sal, além da queda do petróleo após a forte alta da véspera. 

Continua depois da publicidade

A empresa divulgou comunicado ao mercado em resposta a pedido de esclarecimentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre reportagem do jornal Valor Econômico que afirma que a Petrobras teria incluído ativos do pré-sal no pacote de desinvestimentos. 

Enquanto isso, a Fitch Ratings afirmou que a petroleira está apta a passar por 2015 sem precisar recorrer aos mercados de dívida, graças a sua forte posição de caixa, afirmou um analista da agência de classificação de risco Fitch Ratings.

Mas a petroleira pode não ter a mesma posição favorável de caixa no próximo ano, ponderou Lucas Aristizabal, analista de petróleo e gás da Fitch para América Latina.

Publicidade

A Fitch rebaixou o rating da Petrobras para BBB-, ante BBB, no início de fevereiro. A nova classificação está sob observação negativa, o que significa que outro rebaixamento é possível nos próximos meses.

Vale (VALE3, R$ 18,06, -2,90%; VALE5, R$ 15,19, -1,94%)
As ações da Vale registraram alta ontem e reverteram parte dos ganhos nesta sessão, também levando em conta o noticiário vindo da China, o seu “principal cliente” e também com as revisões para baixo nos preços do minério de ferro. Em entrevista ao Financial Timeso premiê do país, Li Keqiang, disse que não será fácil para a China crescer 7% neste ano, mas ele descartou a desvalorização cambial para promover a expansão através de exportações.

Em destaque ainda, o Goldman Sachs revisou para baixa a expectativa para o preço de minério de ferro, para US$ 44 e destacou um cenário bastante desafiador para as três maiores produtoras de minério do mundo. A agência de classificação Moody’s revisou para baixo o preço da tonelada métrica para US$ 40 para 2015 e 2016. 

Continua depois da publicidade

Cabe lembrar ainda que a  Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale divulgou hoje (16), no Rio de Janeiro, o Relatório de Insustentabilidade da Vale 2015, com denúncias de violações de direitos humanos e ambientais, cometidas pela Vale, no Brasil e em mais oito países nos quais a empresa opera. Segundo o relatório, os casos mais graves incluem trabalho em condições análogas às de escravo, identificado em fevereiro, em Itabirito (MG), que recentemente foi objeto de denúncias ao Ministério Público. A empresa também é acusada de espionagem.

Embraer (EMBR3, R$ 23,32, -2,95%)
As ações da Embraer tiveram queda de quase 3% após a companhia comunicar que entregou 32 aeronaves no primeiro trimestre do ano, correspondendo a 20 unidades comerciais, com queda do backlog para US$ 20,4 bilhões, além de repercutir a queda do dólar.

“Apesar de não enxergarmos como positiva a alta concentração das entregas Comerciais no modelo E175, destacamos que a quantidade superior, também em relação aos Executivos, deve implicar em um mix de entregas mais vantajoso nos resultados do primeiro trimestre de 2015. Ao analisar a carteira de pedidos comerciais, fica mais claro que o volume financeiro superior está atrelado à maior representatividade de jatos da linha mais moderna da companhia, especialmente pela adição de 10 unidades do E190-E2”, afirmou a Concórdia Corretora.

Publicidade

Ecorodovias (ECOR3, R$ 9,34, +2,98%
As ações da Ecorodovias fecharam com ganhos de cerca de 3%. Nesta data, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União (DOU) resolução que homologa a empresa Ecorodovias Infraestrutura e Logística como vencedora do leilão da Ponte Rio-Niterói, realizado no dia 18 de março na BM&FBovespa em São Paulo.

A empresa apresentou uma Tarifa Básica de Pedágio de R$ 3,28442, deságio de 36,67% em relação à tarifa máxima fixada no edital de R$ 5,18620. Por causa da atualização pela inflação, a partir de junho, quando a nova concessionária assume a operação, no lugar da CCR, a taxa de pedágio deve ser de cerca de R$ 3,70, o que corresponde a uma economia de 36,67%. Hoje, o pedágio é de R$ 5,20, cobrado em apenas um sentido.

O resultado do leilão havia sido contestado pela CS Brasil Transportes de Passageiros e Serviços Ambientais, mas o recurso da empresa foi negado pela ANTT no início desta semana, confirmando a Ecorodovias como a vencedora da concorrência.

PDG (PDGR3, R$ 0,49, +0,82%)
A PDG registra leves ganhos na sessão de hoje. Ontem, em assembleia geral extraordinária, os acionistas da PDG Realty aprovaram, por unanimidade, o aumento de capital privado de no mínimo R$ 300 milhões e no máximo R$ 500 milhões, mediante a emissão de até 1.136.363.636 ações ordinárias, ao preço de R$ 0,44 por ação.

“Conforme divulgado em março, a Vinci Partners Investimentos, por meio de um ou mais fundos de investimento sob gestão de suas controladas, comprometeu-se a subscrever ações a serem emitidas no aumento de capital no montante de no mínimo de R$ 300 milhões, o que em tese, garante o sucesso da operação”, ressalta a Planner Corretora. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.