Ações da B3 saltam 4,6% com dados positivos e Suzano sobe 3%; bancos e aéreas zeram as perdas e Petrobras cai 1%

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quinta-feira (20)

Lara Rizério

Plataforma da Petrobras na Baia da Guanabara, no Rio de Janeiro(Mario Tama/Getty Images)

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SÃO PAULO – A sessão começou com queda quase generalizada para as ações do Ibovespa e de alta para o dólar nesta quinta-feira (20) com a derrota do governo no Senado com a derrubada do veto ao reajuste dos servidores – elevando as preocupações sobre o cenário fiscal para o Brasil – somada ao exterior mais pessimista em meio aos temores sobre a retomada da economia.

Contudo, o índice reverteu o movimento na reta final e o dólar perdeu força em meio à expectativa pela manutenção do veto na Câmara, além da melhora das bolsas americanas durante a tarde.

As ações de companhias exportadoras seguiram em alta, caso de companhias de papel e celulose como Suzano (SUZB3, R$ 52,25, +3,20%) e Klabin (KLBN11, R$ 26,18, +1,59%). A Suzano teve sua recomendação elevada para equivalente à compra pelo Morgan Stanley, enquanto o mesmo banco elevou a recomendação para as units da Klabin para equivalente à neutra.

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A B3 (B3SA3, R$ 62,34, +4,65%) viu suas ações subirem forte após divulgar dados positivos: o número de investidores ativos em ações em julho subiu 129,3% na comparação anual e 6,6% frente junho, para 2,85 milhões.

Gol (GOLL4, R$ 17,70, -0,28%) e Azul (AZUL4, R$ 21,57, +0,47%), além da CVC (CVCB3, R$ 19,17, +1,21%), que abriram em forte queda, se recuperaram e fecharam entre perdas e ganhos, enquanto os bancos como Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,65, +0,09%), Itaú (ITUB4, R$ 24,12, 0,00%), Bradesco (BBDC3, R$ 19,22, -0,67%; BBDC4, R$ 20,70, -0,24%) e Santander Brasil (SANB11, R$ 28,90, -0,34%) zeraram as quedas.

Já a Petrobras (PETR3, R$ 23,26, -1,06%; PETR4, R$ 22,73, -0,70%) fechou em queda, mas mais amena também com a baixa menos expressiva do petróleo.

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Confira os destaques:

Sabesp (SBSP3, R$ 51,49, -2,39%)

Questionada pela CVM, a Sabesp divulgou um fato relevante para explicar o plano de capitalização da empresa anunciado pelo governador de São Paulo, João Doria. A companhia alegou que não tomou conhecimento sobre o plano de reorganização societária.

Segundo o fato relevante, a companhia buscou maiores informações com o seu controlador, o estado de São Paulo, e foi informada que não há decisão sobre um processo de capitalização porque o grupo de trabalho do Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização, instituído em 24/04/2019, não concluiu suas atividades.

Os analistas do Credit Suisse acreditam que não está clara a situação da Sabesp, uma vez que os pronunciamentos feitos até agora não esclarecem se a privatização da empresa foi ou não descartada.

De acordo com o Credit Suisse, a nova lei do saneamento permite a privatização, mas o processo seria mais longo. Em uma capitalização, duas abordagens poderiam ser feitas. “A primeira seria criar uma holding com investidores estratégicos controlando a Sabesp em conjunto com o Estado e adicionalmente um aumento de capital, onde o Estado seria diluído e a empresa seria transformada em uma corporation”, explicaram os analistas do Credit Suisse.

Já para o Bradesco BBI, também há dúvidas sobre qual deve ser o caminhado adotado para a Sabesp. Ainda assim, a recomendação da empresa foi mantida em “outperform” com preço-alvo de R$ 70.

C&A (CEAB3, R$ 10,75, +4,17%)

A C&A reverteu um lucro de R$ 25,8 milhões no segundo trimestre de 2019 para prejuízo de R$ 192,1 milhões em igual período de 2020, com impacto da pandemia do coronavírus.

A receita líquida total teve queda de 76,6% para R$ 294,5 milhões, enquanto as vendas “mesmas lojas”, que consideram o desempenho de unidades em funcionamento há mais de 12 meses, teve baixa de 77% em base anual.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou negativo em R$ 115 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 203,1 milhões do mesmo período de 2019. Em termos ajustados, o Ebitda ficou negativo em R$ 114 milhões, revertendo o desempenho positivo do ano anterior, com a margem recuando 55,7 pontos percentuais, para -38,7%.

Apesar do prejuízo, o Bradesco BBI destacou alguns pontos positivos no desempenho da varejista de moda durante o segundo trimestre do ano. “O principal deles é a aceleração das estratégias digitais, incluindo o aplicativo, o marketplace (que permite a venda de outros estabelecimentos no mesmo ambiente) e o omni-channel. Acreditamos que isso coloca a C&A em uma posição mais forte para lidar com a mudança de hábitos de consumo do que no início do ano”, avaliaram, em relatório, os analistas do banco.

O volume bruto de mercadoria (GMV na sigla em inglês) do comércio eletrônico da C&A atingiu R$ 140 milhões, ante R$ 30 milhões em igual trimestre de 2019. Os analistas atribuem parte desse resultado ao lançamento do marketplace Galeria C&A.

O Bradesco BBI ainda reforçou que o ano será difícil para o varejo de moda mas, ainda assim, mantém sua classificação de “outperform” para a C&A.

Cosan Limited 

A Cosan Ltd teve lucro líquido de R$ 101,9 milhões; em termos ajustados, o lucro foi de R$ 57,6 milhões. A receita no período foi de R$ 13,58 bilhões no segundo trimestre. O Ebitda foi R$ 1,90 bilhão e, em termos ajustados, foi de R$ 1,25 bilhão.

Localiza (RENT3, R$ 49,94, +1,90%)

A Localiza e sua controlada Car Rental Systems assinaram com The Hertz Corporation e Hertz Systems o
instrumento de rescisão dos contratos de cooperação de marcas e de encaminhamento de clientes, segundo comunicado.

A rescisão prevê um plano de transição de pelo menos seis meses e a implementação da rescisão está sujeita à aprovação da corte norte-americana responsável pelo processo de recuperação judicial da Hertz, disse a Localiza.

Todas as reservas serão preservadas, assim como o atendimento aos clientes, informou a companhia.

Eletrobras (ELET3, R$ 31,82, +0,47%; ELET6, R$ 32,90, -0,78%)

Segundo aponta a Folha de S. Paulo, apesar da resistência do Congresso em avançar com a privatização da Eletrobras, o governo reservou R$ 4 bilhões no Orçamento de 2021 para dar início à execução do plano e criar uma estatal para reunir parte das operações da empresa após a venda.

A privatização da companhia ainda não avançou no Congresso. Para prosseguir, depende de aval do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia diz que a privatização da Eletrobras é fundamental, mas que há outras prioridades no momento, como a defesa do teto e as reformas. Para ele, o Congresso não deve tratar de assuntos polêmicos agora.

IPO da Pet Center

A Pet Center definiu faixa de preço em IPO: a faixa indicativa foi definida entre R$ 12,25 e R$ 15,25, disse a companhia em prospecto preliminar da oferta primária e secundária publicado no website da CVM.

O Itaú BBA vai ser o coordenador líder da oferta; Banco Santander Brasil, Bank of America Merrill Lynch Banco Múltiplo, Banco J.P. Morgan e o BTG Pactual também participam. A oferta prevê a distribuição primária de, inicialmente, 24,5 milhões de ações ordinárias e a distribuição secundária de, inicialmente,
138,8 milhões de ações ordinárias dos acionistas vendedores.

O cronograma da oferta é o seguinte: *encerramento do período de reserva: 8 de setembro; *fixação do preço por ação: 9 de setembro e *início da negociação das ações na B3: 11 de setembro.

B3 (B3SA3, R$ 62,34, +4,65%)

O número de investidores ativos em ações em julho subiu 129,3% na comparação anual e 6,6% frente junho, para 2,85 milhões.

Já o volume médio diário de contratos negociados teve alta de 2,1% em um mês e 76% na base anual, a 2,49 milhões. A receita por contrato (RPC) média fechou em R$ 977, queda de 10,1% em comparação com junho e de 5,8% contra julho do ano passado. O número de companhias listadas chegou a 393.

Oi (OIBR3, R$ 1,61, +2,55%; OIBR4, R$ 2,35, +6,82%)

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Banco do Brasil e o Itaú Unibanco acionaram a Justiça em segunda instância para pedir a suspensão da assembleia geral de credores da Oi que está marcada para 8 de setembro. Na ocasião será colocada em votação a proposta de mudança no plano de recuperação judicial da operadora – incluindo aí a permissão para venda das redes móveis, fibra, torres e data centers.

A informação consta em agravos encaminhados pelos bancos para a desembargadora Monica Maria Costa Di Pietro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, na tentativa de reverter as decisões já tomadas pelo juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde corre o processo de recuperação da companhia.

Os bancos argumentam que não é possível realizar uma assembleia presencial em meio à pandemia, o que colocaria em risco a saúde dos participantes. Os advogados do Banco do Brasil sugerem adiar a assembleia para meados de 2021, enquanto os profissionais do Itaú pleiteiam que a reunião só ocorra quando as autoridades locais de saúde deem sinal verde para aglomerações de grande magnitude. A Oi tem cerca de 24 mil credores, mas, em reuniões desse tipo, costumam comparecer ‘apenas’ algumas centenas de representantes.

Os dois bancos também insistem no argumento de que os antigos detentores de títulos da Oi – os bondholders – devem ter o peso dos seus votos na futura assembleia restrito ao valor remanescente de dívidas a serem pagas a eles, de modo que, caso não tenham mais nada a receber, fiquem de fora da votação.

Os bancos discordam da decisão do juízo que liberou todos os credores, incluindo os bondholders, a votarem com o mesmo peso da dívida detida na data de aprovação do plano original de recuperação judicial, em 2017.

De acordo com o Bradesco BBI, conta positivamente o fato de a Caixa não estar mais neste grupo contra a assembleia. Os analistas destacam ainda que o juiz responsável pela ação já disse que não vê os pontos levantados como empecilhos para a realização da assembleia de credores, e que ela é essencial para a sustentabilidade da empresa.

“Finalmente, os argumentos dos bancos não fazem sentido em nossa opinião, considerando que os detentores de títulos / acionistas já receberam um haircut de cerca de 70% no passado. Além disso, quanto mais tempo levar para a potencial aprovação do plano, maiores são os riscos de a Oi não ter liquidez suficiente para pagar seus stakeholders, o que seria uma perda para todos. Nosso cenário base é que a assembleia será realizada até 8 de setembro e o plano será aprovado, o que deve desbloquear um valor significativo para a empresa, permitindo também o pagamento de dívidas aos acionistas”, avaliam os analistas do BBI.

IRB (IRBR3, R$ 7,31, +1,67%)

O IRB anunciou a nomeação de Carlos Guerra para o cargo de vice-presidente de conselho geral, risco e governança. Guerra liderará as relações institucionais e compliance e dará suporte aos órgãos de governança. Anteriormente, Guerra atuou na Seguradora Líder DPVAT na área de relações com investidores, no Itaú Unibanco na unidade de previdência privada e na Prudential como VP de vida estatutária. A mudança visa fortalecer a estrutura de governança do IRB.

Usiminas (USIM5, R$ 9,75, +1,04%)

A Usiminas reativará na próxima quarta (26) o alto forno 1 na sua usina de Ipatinga, em Minas Gerais. A siderúrgica havia anunciado no início de abril a suspensão do funcionamento dos alto fornos 1 e 2 e da aciaria 1, todos em Ipatinga. A companhia também anunciou naquele momento a paralisação temporária da usina em Cubatão, São Paulo.

Linx (LINX3, R$ 35,63, +0,68%)

A Linx teve a recomendação reduzida pelo HSBC, com preço-alvo de R$ 22.

Suzano (SUZB3, R$ 52,25, +3,20%) e Klabin (KLBN11, R$ 26,18, +1,59%)

A recuperação dos preços da celulose levou o Morgan Stanley a revisão as recomendações para a Suzano e a Klabin.

A Suzano foi elevada de “equalweight” para “overweight” e o preço-alvo atualizado de R$ 46 para R$ 59. No caso da Klabin, a elevação foi de “underweight” para “equalweight” e o preço-alvo passou para R$ 27,50, ante R$ 17,50.

“Vemos os preços da celulose se recuperando até o final do ano 2020, à medida que a melhor atividade econômica e a oferta limitada de celulose apertam o mercado até que novos projetos de celulose sejam lançados no segundo semestre de 2021 e 2022”, avaliaram, em relatório, os analistas do banco americano.

Entre os riscos para o setor, os analistas destacam uma segunda onda de contágio da Covid-19, que pressionaria os preços da celulose. Do lado positivo, os preços podem ser beneficiados por uma recuperação da economia global mais forte que o esperado.

Porto Seguro (PSSA3, R$ 56,80, +1,07%)

A Porto Seguro aprovou dividendos adicionais de R$ 317,7 milhões. Os dividendos relativos ao exercício findo em 2019 correspondem a R$ 0,98491337 por ação, disse a Porto Seguro. O pagamento será realizado em 28 de agosto aos acionistas registrados na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária que
foi realizada em março.

Fras-le (FRAS3, R$ 5,28, 0,00%)

A fabricante de autopeças Fras-le divulgou que sua receita bruta atingiu R$ 193,4 milhões em julho, uma alta de 12,2% na comparação com igual mês de 2019, indicando recuperação.

No acumulado do ano, a receita bruta atingiu R$ 1,08 bilhão, queda de 4,5% na comparação com janeiro a julho de 2019.

A companhia também divulgou o comportamento da receita líquida consolidada. O recuo em julho foi de 1,6%, para R$ 128 milhões. De janeiro a julho, a receita somou R$ 749,9 milhões, queda de 5,3%.

Setor de energia

O governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estão discutindo uma agenda de desoneração das tarifas de energia. Segundo reportagem do jornal “Valor Econômico”, a ideia é atuar em novas frentes, e junto ao Congresso, para reduzir de forma efetiva o peso dos custos com geração, subsídios e tributos embutidos nas tarifas.

O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, informou que está prevista para essa semana a edição de uma medida provisória com os “comandos” para a desoneração das tarifas. O texto trará, entre outras ações, uma solução para diluir o aumento esperado com revisões extraordinárias (RTEs) das tarifas das distribuidoras que eram da Eletrobras e foram privatizadas em 2018.

Atvos

O fundo de investimentos de Abu Dabhi Mubadala está propondo injetar capital na produtora de etanol Atvos, mas apenas se os credores aceitarem menores pagamentos em uma reestruturação da dívida, segundo a agência Reuters.

A Atvos tem uma dívida em torno de R$ 15 bilhões. Nessa semana, a empresa tee o seu plano de reestruturação confirmado por um juiz do Estado de São Paulo, evitando a falência da empresa.

A companhia, antes conhecida como Odebrecht Agroindustrial, comprometeu-se a reduzir pela metade o nível de endividamento. A Atvos só começará a pagar credores em 2022, conseguindo fôlego para sobreviver, de acordo com o plano.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.