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SÃO PAULO – As ações preferenciais da Petrobras (PETR3, PETR4) acumulam uma queda de 22,59% desde o início do ano e de 1,20% em setembro, se considerado o pregão desta quinta-feira (15). A segunda empresa com maior participação em volume no Índice Bovespa, atrás apenas da Vale (VALE3, VALE5), sofre com o desempenho negativo da bolsa brasileira no ano – o índice cai 18,65% em 2011, além da volatilidade trazida por um cenário externo conturbado.
Crescimento lento na economia norte-americana, crise de dívida na Europa, protestos pelo Oriente Médio contra os regimes autoritários. Se as notícias externas já pressionavam o preço do petróleo, somou-se ainda um resultado que pouco animou os analistas no segundo trimestre do ano e a indefinição no plano de investimentos.
Aos poucos o noticiário negativo é amenizado. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, arriscou nesta quinta-feira a constatação de que os preços do petróleo devem seguir uma tendência de alta no longo prazo. Para analistas, a ação chegou a um patamar atrativo, e este é um dos dez principais motivos para apostar nas ações da oitava maior empresa de capital aberto do mundo, segundo o ranking da Forbes.
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- Múltiplos atrativos
Na avaliação por múltiplos, o papel já chegou a um preço barato. “O atual preço da ação – que corresponde a 84% do VPA (Valor Patrimonial da Ação) não condiz com os fundamentos da Petrobras e com as perspectivas de desempenho com as novas descobertas”, diz o analista Paulo Esteves, da Gradual. A petrolífera é a principal aposta da corretora para a carteira recomendada de setembro.
- Pré-sal – boas perspectivas de longo prazo
A Petrobras “está no lugar mais excitante do mundo em relação à descoberta de petróleo – que é a costa brasileira”, diz o analista da Banif Corretora, Oswaldo Telles. Estima-se que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de metros cúbicos de gás e óleo, mais do quintúplo das reservas atuais do País. “A companhia possui uma quantidade de reservas já incorporadas que permitem a ela crescer por muitos anos sem precisar buscar novas descobertas”, continua Telles.
A expectativa é de um cenário de crescimento vigoroso da demanda doméstica de derivativos de petróleo nos próximos anos, com a previsão de um salto de produção de petróleo e gás, dos atuais 2,8 milhões para 6,4 milhões de boe (barris de óleo equivalente) por dia em 2020.
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“Continuamos confiantes no potencial de desenvolvimento das operações no pré-sal, alinhado aos últimos anúncios de descobertas de poços. No dia 30 de junho, a notícia de que o BG Group elevou suas estimativas sobre as reservas que detém na Bacia de Santos, as quais a Petrobras é sua principal parceira, corrobora com nossa visão otimista sobre o potencial da companhia”, afirma a Um Investimentos na carteira recomendada de setembro.
- Aprovação do plano de investimentos
“O novo plano de investimentos, aprovado em meados de julho, destravou a agenda da empresa e lançou sinais positivos para o mercado”, afirma Esteves. O Plano de Investimentos para os anos de 2011 a 2015, da ordem de US$ 224,7 bilhões, de forma geral, foi bem recebido por analistas.
Havia um receio no mercado de que os investimentos aumentassem, o que poderia prejudicar o fluxo de caixa da empresa nos próximos anos. “A manutenção do montante dos investimentos no Plano de Negócios é positiva para a Petrobras, haja visto o histórico de incremento dos últimos anos e a expectativa inicial para este ciclo”, avaliou a equipe da Link Corretora.
- Grau de investimento será mantido nos próximos anos
A Um Investimentos elenca como outro ponto positivo o anúncio de que a estatal não pretende realizar novas emissões de ações nos próximos anos, visando manter o grau de investimento cedido pelas principais agências de rating para a Petrobrás.
- Perspectiva de retomada de produção no segundo semestre
Os números de produção em agosto foram modestos, com uma melhora marginal em setembro. No entanto, a Bradesco Corretora frisa que as perspectivas estão mais positivas neste segundo semestre e “prevê um forte aumento na produção depois de agosto”, já que a companhia concentrou as paralisações de suas plataformas na primeira metade do ano.
Os analistas Bruno Varella e Auro Rozembaum, do Bradesco, ainda destacam que o início da produção da plataforma P-56, no campo de Marlim Sul, na base de Campos, com uma capacidade de 100 mil barris de petróleo por dia, irá turbinar a produção neste final de ano.
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- Aquecimento da economia doméstica
“Ainda que em um patamar menor, a perspectiva continua sendo de crescimento para a economia doméstica”, diz o analista da Ativa, Artur Delorme. Nos países desenvolvidos, os riscos e as oportunidades mostram-se bem menos interessantes, com uma difícil retomada do crescimento econômico nos Estados Unidos, a crise de dívida na Europa, o esforço da China para frear a inflação e os conflitos no Oriente Médio.
A economia brasileira deverá crescer 3,5% em 2011, de acordo com as projeções divulgadas pelo economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Rubens Sardenberg. Já nos Estados Unidos, a Casa Branca, em sua revisão anual de meio de ano, projetou o crescimento econômico em 1,7% para 2011. Em fevereiro, a administração federal havia previsto que a economia cresceria 2,7% este ano. Na região da Zona do Euro, o FMI (Fundo Monetário Internacional) estima um avanço do PIB (Produto Interno Bruto) de 1,7% em 2011.
- Plano de descapitalização
Em seu Plano de Negócios, a Petrobras anunciou que pretende fazer desinvestimentos de carca de US$ 13,6 bilhões. Segundo Gabrielli, serão vendidos três tipos de ativos. Um deles seria de recebíveis, para reduzir a parte que é financiada em empreendimentos. Outro englobaria a venda de participação em algumas das 285 empresas das quais a empresa faz parte. O terceiro ponto seria um farm-ou (venda de participação em blocos sob sua concessão).
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Para os analistas da Barklay, a alienação pode ser vista como um sinal de independência. “Vemos na alienação de ativos de US$ 13,6 uma indicação importante de que o Governo Federal estaria disposto a permitir que a empresa a seja gerenciada mais como uma entidade privada a unicamente uma estatal”.
- Estatal: sinônimo de estabilidade
Por ser uma empresa de grandes dimensões e controlada pelo Estado, é pouco provável que a Petrobras possa encarar uma falência no longo prazo, ao contrário de companhias privadas e de menor estruturação no setor. Embora as petrolíferas privadas mostrem-se mais lucrativas em sua gestão, o apoio do governo é uma garantia de sustentação dos compromissos da companhia.
- Petrolíferas: líderes em lucratividade
As empresas do setor petrolífero estão entre as mais lucrativas do mundo. Considerando os balanços do segundo trimestre de 2011, em levantamento feito pela Economática, das cinco companhias que lideram a lista, quatro são produtoras de commodities. As duas primeiras posições são ocupadas pelas petrolíferas norte-americanas Exxon Mobil e Chevron Texaco, que lucraram US$ 10,68 bilhões e US$ 7,73 bilhões, respectivamente, no período.
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Sucedendo a Apple, a Petrobras aparece em quarto lugar no ranking, como a quarta empresa mais lucrativa entre as companhias de capital aberto da América Latina e Estados Unidos, após o ganho trimestral de US$ 7,01 bilhões. A Vale fica no quinto lugar da lista.
- Ação está no topo das sugestões de analistas
Entre as 34 carteiras acompanhadas pela InfoMoney durante o mês de setembro, Petrobras e Vale, as duas companhias produtoras de commodities e líderes em participação no Ibovespa, figuraram no topo das recomendações de analistas. A Petrobras recebeu 13 recomendações no período, atrás apenas das 16 citações para a Vale.
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