Petrobras afunda pela 8ª vez em 9 pregões; Vale, bancos e construtoras caem forte

O Ibovespa intensificava perdas nesta sessão após discurso do presidente do BCE trazer preocupações sobre o enfraquecimento da economia

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa intensificou as perdas desta quinta-feira (4) depois do discurso do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, que trouxe pressão aos mercados ao comentar que dados indicam continuidade do enfraquecimento econômico. Às 15h54 (horário de Brasília), o índice recuava 1,65%, a 51.457 pontos, puxado, principalmente, por ações da Petrobras (PETR3; PETR4), Vale (VALE3; VALE5) e bancos – que além da forte desvalorização representam grande peso na carteira teórica do Ibovespa. No caso da petroleira, os papéis preferenciais marcam sua oitava queda em nove pregões, enquanto as ações PNs da mineradora registram sua terceira baixa em quatro sessões.

Por outro lado, Embraer (EMBR3, R$ 22,97, +0,35%) aparecia entre as poucas ações que registravam alta no Ibovespa nesta sessão, ajudada pela valorização do dólar frente ao real dado o perfil exportador da fabricante de aeronaves. 

O dólar acelerou os ganhos no fim da manhã e sobe mais de 1% ante o real em meio à decepção com o sinal do Copom (Comitê de Política Monetária), na reunião de quarta-feira, que trouxe incertezas sobre o rumo da política econômica e frustrações com a possibilidade de mais estímulos na zona do euro. Outra papel que era favorecido nesta sessão com o movimento era Suzano (SUZB5, R$ 10,86, +0,56%), empresa que tem boa parte de suas receitas atreladas à moeda americana. 

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Confira os principais destaques da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 11,52, +4,08%; PETR4, R$ 12,26, +3,69%)
Após subir cerca de 5% na sessão anterior, a Petrobras registra forte queda, marcando hoje sua oitava queda em nove sessões, no caso dos papéis preferenciais. O noticiário para a companhia é movimentado após a agência de classificação de risco Moody’s ter reduzido o rating individual da Petrobras, medido pelo critério Baseline Credit Assessment (BCA), de Baa3 para Ba1.

Por outro lado, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autorizou a Petrobras a iniciar operação de sete unidades da Refinaria Abreu e Lima, localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca (PE). Conforme publicação no Diário Oficial da União (DOU), a autorização vale para as unidades de Destilação Atmosférica, Coqueamento Retardado, Tratamento Cáustico, Hidrotratamento de Diesel, Hidrotratamento de Nafta, Geração de Hidrogênio e Tratamento de Águas Ácidas.

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Vale (VALE3, R$ 21,77, -0,91%; VALE5, R$ 18,54, -1,44%)
As ações da Vale (VALE3;VALE5) registram queda após as ações da companhia serem rebaixadas para neutra pelo Bank of America Merrill Lynch. Os ativos ON registravam queda de 0,91%, a R$ 21,75 e os papéis PNA, queda de 1,01%, a R$ 18,62. Ontem, o BTG Pactual já havia cortado o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da companhia de US$ 13 para US$ 12, com recomendação neutra. 

Assim, este movimento de queda acontece apesar do preço do minério de ferro no mercado asiático ter subido 2,3% nesta quinta-feira, com expectativas de mais medidas para estimular a economia chinesa, segundo operadores. O preço no mercado à vista atingiu 71,10 dólares por tonelada, ante 69,50 na quarta-feira, de acordo com o Steel Index. Apesar da recuperação, o preço da matéria-prima está apenas um pouco acima das mínimas de mais de cinco anos registradas recentemente.

Bancos
Após a elevação da Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano em decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) da noite de ontem, os bancos, que abriram o pregão no positivo, passam a operar em queda nesta sessão. Os ativos do Banco do Brasil (BBAS3) são os que tentam registrar alta, mas operam neste momento em leve queda de 0,22%, a R$ 26,93, enquanto as outras ações de instituições financeiras têm baixa, caso do Itaú Unibanco (ITUB4), com queda de 1,71%, a R$ 36,26, e Bradesco (BBDC4), com baixa de 2,11%, a R$ 36,66.

No radar do mercado, está ainda a elevação do preço-alvo dos ativos BBDC4, de R$ 40,00 para R$ 44,50 pelo Banco Votorantim.

Siderúrgicas
As ações da Usiminas em leve queda hoje embora tenham sustentado durante boa parte do pregão ligeira valorização. No radar das empresas siderúrgicas, os produtores de aço do Brasil estão informando as fabricantes de autopeças do País sobre reajustes de preços do aço, afirmou nesta quinta-feira a Anfavea, associação que representa as montadoras de veículos. Na bolsa, os demais papéis do setor caem forte: CSN (CSNA3, R$ 10,03, -2,43%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,03, -2,43%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 11,84, -2,95%). 

Gafisa
As ações da Gafisa (GFSA3, R$ 2,60, -2,62%), que subiam cerca de 1% após a companhia ampliar o seu programa de recompra de ações para 10% até 17 de novembro de 2015, viraram para queda, assim como outras companhias do setor de construção civil. 
Em meio ao aumento da Selic, as ações do setor de construção registram queda, com destaque para a Rossi Residencial (RSID3), com queda de 6,15%, a R$ 3,36. 

Frigoríficos
As ações dos frigoríficos, que subiram forte ontem em meio à euforia do mercado, acompanham a forte queda da Bolsa hoje e operam no negativo. No radar das empresas, uma matéria do Valor apontou nesta manhã que as exportações brasileiras de carne bovina para a Rússia, que vinham sendo favorecidas pelo embargo de Moscou às importações dos Estados Unidos e Europa, caíram 60% no mês passado em relação a outubro, resultado da crise provocada pela queda nos preços de petróleo e forte desvalorização do rublo. Nesta sessão, caíam forte as ações do JBS (JBSS3, R$ 11,56, -1,78%) e Marfrig (MRFG3, R$ 5,65, -6,14%).  

Fibria (FIBR3, R$ 30,17, -0,89%)
Embora a companhia seja mais uma da Bolsa que é beneficiada pela alta do dólar dado seu perfil exportador, as ações da Fibria têm leve queda hoje após dois dias de ganhos. A companhia realizou ontem evento em Nova York com analistas e investidores. A empresa anunciou que planeja investir (capex) R$ 1,7 bilhão em 2015, alta de 5% na comparação anual e que está preparada para acelerar o crescimento após reduzir US$ 3,3 bilhões em dívidas. Segundo a Guide Investimentos, o management passou a mensagem de não ter a intenção de crescer de forma não-orgânica (via fusões e aquisições) e planeja monetizar ativos, criando assim valor aos acionistas.   

Fras-Le (FRAS3, R$ 3,97, 0,0%)
Fora do Ibovespa, destaque para a Fras-Le, que teve sua cobertura iniciada pelo Santander, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 6 para o fim de 2015, o que corresponde ao potencial de valorização de 51,13%. 

Mills (MILS3, R$ 9,51, -0,83%) 
Já a Mills teve sua recomendação elevada pelo HSBC de venda para neutra. No ano, as ações da companhia acumulam queda de 70,96% e renova hoje seu menor patamar histórico.