Petrobras afunda 6%, BM&FBovespa cai com rejeição de proposta e small cap dispara 130%

Confira os principais destaques do pregão desta sexta-feira

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Em meio a uma onda de incertezas no campo político, PIB (Produto Interno Bruto) muito abaixo das expectativas e tensões acerca da visita da agência de classificação de riscos Standard & Poor’s ao Brasil, o Ibovespa apresentou um movimento acumulado de queda de 1,12% nesta semana, fechando aos 45.360 pontos. Entre os destaques dentro do índice, figuram nas maiores quedas entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro as ações das siderúrgicas Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4), com perdas de até 20%, ao passo que as educacionais Kroton (KROT3) e Estácio (ESTC3) lideraram os ganhos, com altas na casa dos 10%.

Confira os principais destaques de ações desta sexta-feira (4):

Petrobras (PETR3, R$ 9,13, -6,84%PETR4, R$ 7,52, -5,76%)
As ações da Petrobras passaram a cair forte no fim da manhã após o preço do petróleo Brent acelerar as perdas no exterior.. Além disso, no noticiário da companhia, a Justiça da Bahia suspendeu a venda, por R$ 1,9 bilhão, de fatia minoritária da Petrobras na sua subsidiária de gás Gaspetro. No mesmo dia, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) tinha aprovado a operação, sem restrições.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O conselho de administração da estatal aprovou a venda de 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui em outubro. A negociação entre as duas companhias foi antecipada em junho pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

A liminar foi concedida a pedido do Estado da Bahia, que teme perder espaço no bloco de controle na Bahiagás, empresa da qual a Gaspetro é sócia. O juiz da 5ª Vara de Fazenda Pública da Bahia, Manoel Ricardo Calheiros D’avila, argumenta, na decisão, que a operação “tem evidente potencial para redefinir e a pouco reduzir o poder de controle do Estado da Bahia na Bahiagás”. “É assim justificável o receio do controlador”, diz a decisão do juiz.

Cetip (CTIP3, R$ 37,05, -1,20%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 11,56, -2,03%)
A Cetip, maior central depositária de títulos da América Latina, informou ainda na noite de ontem que a oferta de compra da empresa de R$ 39,00 por ação feita pela BM&FBovespa foi rejeitada pelo Conselho de Administração da companhia, que afirmou que ela não representa um valor justo.

Continua depois da publicidade

Em fato relevante, a Cetip disse que seu Conselho entendeu, em conjunto com assessores financeiros e jurídicos, que a proposta “subavalia os seus negócios, ativos, posição de mercado e perspectivas de crescimento e rentabilidade”. O presidente do Conselho da Cetip, Edgar da Silva Ramos, encaminhou para o Conselho da BM&FBovespa uma carta informando sobre o entendimento, de acordo com o documento.

Em 13 de novembro, a BM&FBovespa apresentou proposta de aquisição da Cetip, em uma operação em dinheiro e ações que avaliava a empresa-alvo em cerca de R$ 10 bilhões. Nesta quinta, a ação da Cetip terminou o pregão na bolsa paulista em alta de 1,35%, a R$ 37,50, abaixo, portanto, da oferta apresentada pela BM&FBovespa. Procurados pela Reuters, representantes da BM&FBovespa não puderam ser contatados.

Tereos (TERI3, R$ 51,69, +128,72%)
As ações da Tereos Internacional ficaram em leilão estendido até as 11h (horário de Brasília). A companhia informou que sua controladora indireta Tereos Participations decidiu realizar oferta pública unificada de aquisição de ações (OPA) para cancelamento do registro de companhia aberta da empresa e saída do segmento Novo Mercado da BM&FBovespa.

O preço a ser ofertado será de R$ 65 por ação, ajustado por dividendos, juros sobre capital próprio, bonificações, desdobramentos, grupamentos e conversões, segundo fato relevante divulgado nesta sexta-feira. O valor registra um prêmio de cerca de 180% em relação ao preço de fechamento de ontem, de R$ 22,60. Por conta disso, as primeiras ofertas desta manhã já registravam alta de mais de 100%, levando a Bovespa a ampliar o limite de oscilação permitida para +200%. Na máxima do dia, quando chegaram a valer R$ 58,00, as ações TERI3 atingiram seu maior patamar desde janeiro.

Vale (VALE3, R$ 12,35, -4,04%VALE5, R$ 9,99, -2,73%)
A mineradora caiu Bolsa pressionada por novas quedas do preço do minério de ferro, que renovou sua mínima em 10 anos nesta sexta-feira, ficando a US$ 40,03. Além disso, uma possível quebra da mineradora Samarco pelas despesas com recuperação ambiental e indenizações depois do rompimento da barragem da empresa no distrito de Bento Ribeiro, em Mariana, retiraria valor entre R$ 4,87 bi e R$ 9,74 bi da economia de Minas Gerais, o que pode pressionar a Vale. O cálculo foi divulgado ontem, pelo governador Fernando Pimentel (PT) e equivale ao montante entre 1% e 2% do PIB de Minas.

Na segunda-feira, durante reunião da comissão extraordinária da Assembleia criada para apurar as causas da tragédia, que já tem 11 mortes confirmadas, procuradores e promotores levantaram a possibilidade de, em caso de quebra da Samarco, de acionar a Vale e a BHP Billiton, donas da empresa, para pagamento de danos pelo rompimento da barragem.

Fibria (FIBR3, R$ 51,50, +1,58%) e Suzano (SUZB5, R$ 18,49, +0,22%)
As companhias de celulose ficaram entre as poucas altas da sessão, no sentido contrário do dólar comercial, que voltou a cair nesta sessão, após desabar na véspera com a notícia da abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Nesta sexta, a moeda americana fechou em queda de 0,26%, cotada a R$ 3,7390.

BTG Pactual (BBTG11, R$ 19,42, -3,86%)
O BTG registrou sua sétima queda em oito pregões, após a informação de que celebrou um memorando de entendimentos com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para linha de financiamento de R$ 6 bilhões disponível a partir desta sexta-feira. Segundo comunicado, o banco também contratará escritórios internacionais de advocacia para conduzir investigação em relação a vários temas que foram reportados no contexto da prisão de seu ex-presidente André Esteves.

Ainda no agitado noticiário do banco, chama atenção o plano do novo comando de colocar à venda o BSI, instituição suíça comprada três meses atrás. Conforme informou o jornal Folha de S. Paulo, ainda não há negociações em curso, mas as expectativas são de que a operação traga ao menos US$ 2 bilhões ao BTG. A proposta surpreende o mercado, uma vez que o banco até recentemente comandado por Esteves só pensava em se desfazer de empresas fora da área financeira.

Raia Drogasil (RADL3, R$ 39,00, -0,76%)
A Raia Drogasil realizou o investor day nesta sexta-feira, e, na véspera, anunciou o guidance para abertura de lojas. A empresa espera abrir 165 e 195 lojas em 2016 e 2017, respectivamente. Os analistas do Credit Suisse acreditam que a aceleração da abertura de lojas é positiva para a companhia, já que isso reforça a boa execução da empresa, oportunidade de crescimento no segmento de farmácia e a forte geração de caixa.

“Enquanto a maioria dos varejistas estão cortando suas projeções de crescimento, o anúncio da Raia Drogasil é também um claro sinal de confiança do management e dos controladores”, disseram em relatório. “Provavelmente, teremos que revisar nossas perspectivas de longo prazo, apesar da mudança de guidance do curto prazo não ser muito diferente do que temos”, completaram.

É hora ou não é de comprar ações da Petrobras? Veja essa análise especial antes de decidir:

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.