Petro, Vale e OGX decepcionam e levam Ibovespa para o vermelho em janeiro

As três empresas, que juntas respondem por 25% da composição do índice, apresentam quedas entre 5% e 8% no primeiro mês de 2013, levando o benchmark para o campo negativo

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Depois do rali de dezembro, o primeiro pregão de 2013 inspirava confiança nos investidores. Animado com um acordo no Congresso norte-americano, que evitava uma série de medidas que poderiam levar o país à recessão, o Ibovespa disparou e fechou com alta superior a 2,5% naquele dia. Mas o decorrer do mês reservava dias nada positivos para as blue chips da BM&FBovespa, afetando diretamente o índice de ações.

Com as gigantes Vale (VALE3, VALE5), Petrobras (PETR3, PETR4) e OGX Petróleo (OGXP3), o principal índice acionário caminha para fechar o primeiro mês com queda superior a 2,0%Juntas, essas cinco ações representam um pouco mais de 25% do índice. 

No caso da Petrobras, o movimento de queda ganhou forças nesta última semana do mês. Nos quatro pregões desta semana, a ação preferencial, de maior liquidez, caiu 8,5%, ficando próximo da faixa dos R$ 18,00 – patamar que não era alcançado a sete meses -, enquanto a ação ordinária perde 9,2% de valor de mercado, indo aos R$ 18,08.

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Reajuste da gasolina decepciona mercado
Essa queda aconteceu em meio ao reajuste da gasolina, anunciado oficialmente na noite de terça-feira. O reajuste de 6,6% na gasolina vendida às refinarias, assim como a alta de 5,4% no diesel, desagradou o mercado, que esperava uma alta maior – algumas estimativas projetavam uma alta de até 10% nos preços, já que a estatal continua com os preços defasados e deve continuar a reportar perdas na área de abastecimento.

Diante do temor de uma alta inflacionária, o governo anunciou um aumento da mistura do etanol na gasolina, passando de 20% para 25%. Dessa forma, o repasse do preço da gasolina ao consumidor final será menor, em torno de 4%. Mas isso não impede que as ações da Petrobras continuem a cair.

OGX despenca nos últimos pregões
Ainda no setor petrolífero, a ação da OGX Petróleo é outra que acumulava um desempenho positivo por boa parte do mês – a ação estava em alta até o fechamento de terça-feira.

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A virada de jogo para a petrolífera de Eike Batista ocorreu na quarta-feira, quando o papel despencou 7,8%, aos R$ 4,37, no seu pior pregão desde junho do ano passado.

Esse também foi um dia ruim para a bolsa brasileira: o Ibovespa encerrou no seu patamar mais baixo desde meados de dezembro, no dia em que os EUA decepcionaram o mercado ao anunciar uma retração de 0,1% da economia nos três últimas meses de 2012, contra a expectativa por uma expansão de 1,0%.

Nesta semana, a queda da OGX atinge 14,9%, embora, além da crise de confiança na empresa, os analistas não tenham uma explicação tão clara para esse movimento tão forte.

Vale cai desde o início do ano
Já as ações da Vale se mantêm no negativo desde o início do ano. Desde os primeiros pregões os analistas diziam que os papéis da mineradora deviam passar por uma realização, já que a ação saltou no fim do ano passado, acompanhando a melhora no cenário de minério de ferro.

Agora, parte do mercado vê o minério de ferro como excessivamente valorizado e acredita que a commodity deve passar por uma queda, o que pode pressionar as ações da mineradora.

Veja a variação das principais ações do índice
Ação Variação no mês* Peso no Ibovespa
*até às 16h40 desta quinta-feira
VALE3 -5,01% 8,5%
VALE5 -5,46% 2,7%
PETR3 -7,16% 2,4%
PETR4 -7,84% 7,8%
OGXP3 -8,68% 4,6%