Petro e Vale recuam, B2W lidera perdas e Eletropaulo dispara; veja destaques

Papéis da companhia elétrica dispararam nos últimos 30 minutos de pregão e terminaram na ponta positiva do Ibovespa

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Depois de três dias de altas, o Ibovespa teve um dia de realização e fechou com queda de 0,44%, aos 61.007 pontos. Na última sessão antes do Natal, a Eletropaulo (ELPL4) liderou os ganhos com alta de 9,54%, para R$ 14,93, ao passo que a B2W Varejo (BTOW3) foi a maior queda do dia – variação negativa de 5,20%, para R$ 16,94.

Os papéis da companhia elétrica dispararam nos últimos 30 minutos de pregão, pegando o mercado de surpresa. Analistas de mercado procurados pelo Portal InfoMoney não souberam dizer o motivo da alta. Já a equipe de Relações com Investidores da empresa não atendeu as ligações feitas pelo Portal em nenhum dos telefones disponibilizados.

A empresa anunciou juros sob capital próprio na véspera, mas a ação não mostrou nenhuma reação mais enfática durante a sessão: somente reagiu na última sessão. A Cemig (CMIG4) também anunciou proventos aos acionistas, e esta sim subiu forte durante toda a sessão. O valor por ação da estatal mineira superou o da Eletropaulo. 

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B2W recua com rebaixamento por Deutsche Bank
O movimento negativo da companhia de varejo online chama a atenção, após o rebaixamento da recomendação anunciado pelo Deutsche Bank. “Mesmo com a B2W fazendo significativas mudanças no seu esforço para realizar seu ‘turnaround’, ainda não estamos enxergando uma melhora na visibilidade dos resultados”, afirma Renata Coutinho, analista do banco alemão. 

O cenário competivo da companhia também não está fácil, na avaliação da própria analista, o que joga suspeitas de que o forte movimento de alta do ano é injustificável. “O papel já subiu mais de 90% no ano, com nenhum sinal de melhoras significativas para a empresa, o que faz com que os fundamentos não sustentem o preço da ação no momento”, diz Renata. Ela rebaixou a recomendação para a ação para “venda”, com preço-alvo de R$ 13,00 – 23,36% abaixo do fechamento. 

Cemig dispara
Os papéis da Cemig subiram impulsionados pela aprovação o pagamento de proventos no valor de R$ 3,3 bilhões. Com isso, os papéis preferenciais da estatal mineira subiram 6,05%, aos R$ 27,15, enquanto os ordinários, menos líquidos, tiveram ganhos de 10,99%, aos R$ 25,75. 

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Além disso, a estatal informou que suspendeu investimentos na hidroelétrica São Simão por 120 dias. Segundo a empresa, a suspensão decorre das incertezas com a medida provisória 579, que trata da renovação antecipada e condicionada de concessões do setor elétrico que venceriam entre 2015 e 2017.

“Essa atitude pressiona o governo para que a empresa consiga uma medida mais favorável na usina”, disse o analista Henri Evrard, da Infinity Asset. Embora o governo esperasse que a Cemig pedisse a reabertura do prazo para apresentar o pedido para renovar antecipadamente as concessões de três de suas usinas, a companhia insiste que têm direito a uma prorrogação automática das concessões de São Simão, Jaguara e Miranda por mais 20 anos ao fim dos contratos, entre 2015 e 2017. 

Diante dessa expectativa, as ações da companhia ganham um potencial latente caso ela vença essa batalha com o Estado, avalia Evrard. “Não é bom ela parar de investir, mas mostra que a companhia se mostra firme na questão de São Simão e isso pode se reverter positivamente para ela”, complementa. 

Petrobras cai em dia de realização de lucros
A Petrobras (PETR3PETR4) viu suas as ações recuarem em um dia de realização de lucros. Os papéis preferenciais da petrolífera recuaram 1,83%, aos R$ 20,88, enquanto os ordinários tiveram queda de 1,71%, aos R$ 20,69.

A explicação por trás dessa movimentação pode ser uma aversão ao risco mais elevada. “O mercado todo está caindo por conta das negociações do abismo fiscal, então acaba tendo reflexo nos papéis mais líquidos do mercado”, disse Felipe Rocha, analista da Omar Camargo Investimentos.

Vale: impacto nos próximos resultados é sentido na bolsa
Uma das principais empresas do Brasil, a Vale (VALE3; VALE5) foi pressionada por conta de uma baixa contábil de US$ 4,2 bilhões em ativos de níquel e alumínio, anunciada na última noite. Com isso, as ações ordinárias da mineradora recuaram 0,85%, terminando o dia aos R$ 41,89, ao passo que as preferenciais tiveram perdas de 0,76% nesta sessão, terminando aos R$ 40,50. 

No mesmo dia a mineradora havia comunicado o encerramento de processos na Suíça e sobre o ICMS (Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços), o que também impactará o resultado do quarto trimestre. Apesar da empresa dizer que não haverá um efeito sobre o fluxo de caixa, Rocha alerta que essa baixa contábil contribui para o sentimento negativo no dia.