Peso da China entre emergentes volta a atrair investidores

Depois de venderem ativos do país asiático em meio à turbulência, já há sinais de recuperação

Bloomberg

(Shutterstock)

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(Bloomberg) — A recuperação das bolsas chinesas depois do colapso no início da semana passada destacou como investidores de mercados emergentes têm poucas alternativas com tal escala e líquidas.

Depois de venderem ativos do país asiático em meio à turbulência, já há sinais de recuperação. Traders investiram US$ 975 milhões líquidos nos fundos de índice chineses na semana passada, mais do que em todos os outros países em desenvolvimento seguidos pela Bloomberg juntos. O índice de referência CSI 300 subiu 2,7%, o melhor desempenho diário desde 25 de maio.

“Não há como qualquer investidor global ignorar a China, a menos que haja um completo embargo pelo governo dos EUA”, disse Mark Mobius, investidor veterano de mercados emergentes que passou três décadas na Franklin Templeton Investments. “Mas isso é muito improvável.”

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Apesar de todos os riscos associados ao investimento na segunda maior economia do mundo, devido à amplitude do mercado chinês e sua participação descomunal nos principais índices, gestores muitas vezes não têm escolha a não ser olhar além dos momentos de turbulência e manter a exposição.

Embora dados mais recentes de manufatura da China apontem para uma desaceleração da atividade, a recuperação inicial das ações chinesas poderia ganhar força se fundos começarem a reconstruir posições e as injeções de liquidez restaurarem a calma nos mercados financeiros.

Rumores infundados de que o governo de Washington planejava restringir fundos que investem na China e em Hong Kong agravaram a turbulência na semana passada, que começou quando reguladores chineses ampliaram o escrutínio do setor de tecnologia. No domingo, a reguladora de valores mobiliários da China pediu a abertura de diálogo com a SEC dos Estados Unidos depois da decisão da agência de suspender ofertas públicas iniciais de empresas chinesas.

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Repressão regulatória

No auge do pânico, o índice Hang Seng de Hong Kong chegou a cair quase 10% em relação ao fechamento da última sexta-feira. A gigante da tecnologia Tencent perdeu cerca de 20% do valor de mercado, e as ações da Meituan se desvalorizaram 30% na semana.

Mas, com o mercado mais calmo, o foco já está no dinheiro que acabou voltando para os ativos do país após o colapso da bolsa chinesa em 2015 e em meio aos esforços do governo para frear fortes perdas em 2018.

Leia também: Após tantas intervenções estatais, ações da China seguem sendo uma boa alternativa de investimento?

A China representa cerca de 30% do índice de mercados emergentes do MSCI, o que significa que quase certamente atrairá fundos de gestores que acompanham o benchmark. A promessa de ganhos significativos só ajuda: investidores de ações na China embolsaram o dobro do retorno médio do mundo em desenvolvimento na última década.

A natureza fechada da economia também pode isolar os ativos da volatilidade, e alguns investidores até compram dívida do governo chinês como alternativa aos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. As entradas reduziram o rendimento da dívida de referência chinesa de 10 anos em quase 30 pontos-base este ano, a maior queda entre os principais mercados.

Isso não quer dizer que investidores não estejam vasculhando outros mercados emergentes em busca de oportunidades depois da onda vendedora. Para Sergey Dergachev, da Union Investment Privatfonds em Frankfurt, mercados que mais se beneficiam de yields mais baixos dos Treasuries, como Rússia e Turquia, se destacam.

Ainda assim, há uma sensação de que há poucas opções dentro da classe de ativos para escapar se o mercado virar novamente.

“Se a venda de crédito da China continuar, não haverá muitos lugares para se esconder em mercados emergentes”, disse Paul Greer, gestor da Fidelity International.

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