Personagens: Lirio Parisotto, o mega investidor da bolsa brasileira

Com fortuna de US$ 2,4 bilhões, a 601ª pessoa mais rica do mundo, comanda a Videolar que fatura US$ 1,4 bilhão por ano

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SÃO PAULO – O mega investidor brasileiro, Lirio Albano Parisotto, nasceu em Nova Bassano, interior do Rio Grande do Sul. O menino de origem humilde, de família de agricultores, construiu uma fortuna bilionária. Primogênito de dez irmãos, encontrou sucesso como empresário e no mercado de ações.

Parisotto nasceu no dia 18 de novembro de 1953, teve uma infância pobre, em uma casa sem luz elétrica e que a subsistência da família era basicamente a agricultura. Aos 13 anos foi para o seminário, foi expulso e nunca disse para ninguém quais foram os motivos.

Quando deixou o seminário foi estudar medicina em Brasília. Nessa fase, para pagar os estudos vivia de mascates, vendia, trocava e comprava carros, toca-fitas, relógios e até fazia declarações de Imposto de Renda. No entanto, essa fase ficou pra trás, atualmente ele é visto como exemplo de superação e força de vontade.

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O agricultor chegou à Forbes
O seu primeiro grande negócio, a falida empresa de som em carros de um amigo, transformou-se na Videolar, companhia com faturamento de US$ 1,4 bilhão por ano. O gaúcho, maior acionista individual da Celesc, em março, foi destacado pela revista Forbes como a 601ª pessoa mais rica do mundo, com fortuna superior a US$ 2,4 bilhões.

No início dos anos 1970 empolgado com a alta das ações, perdeu tudo que investiu – um Fusca, que ganhou em um concurso de monografias organizado pelo Exército. Como empresário já estabelecido no ramo de eletrodomésticos, Parisotto aplicou na bolsa cerca de US$ 500 mil e teve um prejuízo de US$ 200 mil. A virada aconteceu no início dos anos 1990, quando investiu o equivalente a US$ 1 milhão. Em cerca de um ano, multiplicou o valor por quatro e comprou a participação de seu sócio na Videolar. 

A carteira mais cobiçada da bolsa
Em 1998, Parisotto aplicou US$ 6 milhões e formou pela primeira vez aquela que se tornou a sua tão famosa carteira de 11 ações, a mesma que mantém há mais de 12 anos.

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Atualmente ele acumula uma fortuna  e está no topo do ranking de um dos maiores investidores da Bolsa de Valores de São Paulo. O Warren Buffet do Brasil estuda os relatórios de desempenho das empresas na hora de montar um portfólio, investe em empresas e não em ações, foca seus investimentos em empresas com alto retorno ao acionista em dividendo e baixo P/L.

Parisotto chama carinhosamente as empresas de atletas, quando uma está “contundida”, apela para o banco de reserva, põe para aquecer e entrar em campo. Mas, seu banco de reservas não tem “pernas de pau”, não! Também está repleto de craques, preparados para serem escalados no momento de uma grande jogada.

Perdas e ganhos
No auge da crise econômico financeira de 2008, ele perdeu cerca de R$ 600 milhões. Mas, manteve a frieza e a cautela e decidiu a máxima dos investimentos: não vender na baixa. Procurou as pechinchas e as barganhas, uma vez que a estabilidade tinha derrubado os preços. Com tanta confiança, até o primeiro trimestre de 2009 ele já havia conseguido recuperar cerca de 50% dos que havia perdido.

Parisotto diz que não faz day trade (operação de compra e venda de ações no mesmo dia), não gosta de imóveis e acredita que abrir um negócio ainda é mais arriscado que investir em bolsa. A sua atual carteira de investimentos, o fundo Geração L.PAR FIA é dividido entre ações do Banco do Brasil, Bicbanco, Bradespar, Cielo, Celesc, Eletropaulo, Eternit, Grendene, Redecard, CSN, Tecnisa, Transmissão Paulista e Usiminas.

Paixões
Apaixonado por vinhos, Parisotto diz que em sua casa sempre se tomava vinho no almoço e no jantar. O investidor tem uma adega de 30 metros quadrados, em seu apartamento de São Paulo, na qual guarda 10 mil garrafas, com temperatura entre 12 e 15 graus, em sua residência no Costão do Santinho, em Florianópolis, tem outra adega, na qual abriga quatro mil garrafas.

Nos últimos meses, Parisotto saiu das páginas de Finanças para ser figura carimbada nas colunas sociais, agora sua vida pessoal também é muito interessante, afinal ele está namorando a ex-modelo Luiza Brunet. Será que a partir de agora, a carteira de ações do bilionário poderá incluir algumas holdings de luxo?