Pela segunda vez, ação da Vivo surge como a preferida pelo consenso do mercado

InfoMoney compilou sugestões de vários analistas e apontou papéis preferidos; Dufry e Satipel dividem a segunda posição

Anderson Figo

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SÃO PAULO – Pela segunda vez desde que teve início a relação – em fevereiro de 2007 -, as ações preferenciais da Vivo Participações mantiveram a preferência dos analistas de acordo com o MCI – índice de consenso de mercado elaborado pela InfoMoney.

O indicador, que compila a análise de 24 corretoras e bancos de investimento, atribui a nota 4,60 aos ativos da empresa, que parecem contar com boas perspectivas dos especialistas para os próximos meses.

Para uma melhor interpretação do MCI, é sempre importante considerar o número de avaliações atribuídas a cada ativo. Uma maior quantidade de opiniões tende a tornar mais robusta a sugestão. Neste caso especificamente, vale ressaltar que os papéis da Vivo receberam doze sugestões – o limite mínimo é três.

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Outro ponto importante do indicador é que ele considera os princípios de análise fundamentalista, sendo, portanto, mais recomendado para investidores que atuam com foco no longo prazo.

Vivo

De modo geral, a avaliação positiva que os analistas fazem às ações da Vivo reflete os bons resultados operacionais apresentados no segundo trimestre do ano, assim como os sólidos fundamentos e a posição de liderança da operadora no concorrido mercado brasileiro de celulares.

Entre abril e junho de 2009, a companhia apresentou um lucro líquido de R$ 172,4 milhões, revertendo o prejuízo observado no mesmo período do ano passado. Após o anúncio, a Standard & Poor’s decidiu elevar os ratings da Vivo, afirmando que a alteração das notas refletiu o desempenho consistente da empresa, “mesmo diante de um ambiente mais desafiador, demonstrando a resiliência do setor brasileiro de telecomunicações”.

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A favor da companhia também, o resultado da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), divulgada neste mês pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que 37,6% dos domicílios tinham apenas aparelhos móveis em 2008, proporção que, em 2007, era de 31,6%.

Dufry

Também se beneficiando das avaliações favoráveis dos especialistas, os papéis de Dufry e Satipel dividem a segunda posição no MCI, com nota 4,58. Para a varejista, a expectativa de retomada do tráfego aéreo nos aeroportos brasileiros é apontada como principal driver de longo prazo, na medida em que deve reaquecer as vendas da companhia nos próximos trimestres.

As mais recomendadas
Ação MCI Avaliações
Vivo PN 4,60 12
Dufry unit 4,58 3
Satipel ON 4,58 3
Multiplan ON 4,55 5
Itaúsa PN 4,53 8
American Banknote ON 4,50 5
Localiza ON 4,46 7
Telemar PNA 4,42 7
Copasa ON 4,38 6
Marfrig ON 4,32 8

De acordo com a Socopa, as vendas das lojas em aeroportos correspondem a nada menos que 82% da receita líquida da companhia, sendo seu principal canal de distribuição. Deste modo, a expectativa da instituição é de que o desempenho melhore gradativamente com a recuperação esperada para o tráfego aéreo no País a partir de 2010.

Outro fator que pode beneficiar a Dufry no médio prazo é a liberação gradativa dos limites mínimos das passagens praticados pelas companhias aéreas. Vale lembrar também que a Copa do Mundo de 2014 será realizada no Brasil, o que “deve ser um driver bastante importante para o incremento da receita da empresa”, completou a Socopa.

A companhia divulgou seu resultado operacional referente ao segundo trimestre, apresentando lucro líquido de US$ 14 milhões, declínio de 43,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os analistas do Citigroup destacam que o balanço reportado é fraco, mas em linha com o esperado e acreditam em mais resultados pífios para este ano. Apesar disso, a varejista foi capaz de sustentar níveis de lucratividade e melhorar a geração de caixa, em função do recuo dos níveis de estoque. Quanto a outras companhias do setor, segundo o banco, a Dufry está atrasada. Os investidores, contudo, deverão voltar a apostar com maior intensidade na companhia quando o tráfego internacional aumentar.

Satipel

Já com relação à Satipel, o otimismo decorre quase que integralmente da fusão firmada em junho com a Duratex. A operação irá criar a maior indústria de painéis de madeira industrializada do hemisfério sul e uma das maiores do mundo, com capacidade instalada de quatro milhões de metros cúbicos anuais.

Os conselheiros de ambas as companhias ratificaram no início do mês os termos da incorporação entre as empresas e os novos diretores do conglomerado recém criado.
Henri Penchas foi eleito diretor presidente da nova Duratex e Flávio Marassi Danatelli foi designado para assumir o cargo de Diretor de Relações com Investidores.

O capital social da Satipel será aumentado de R$ 344,4 milhões para R$ 1,2 bilhão mediante a emissão de novas ações ordinárias em razão da incorporação, ao passo que será representado por 458.362.766 papéis ordinários.

Como efeito decorrente, o patrimônio líquido da empresa resultante será de aproximadamente de R$ 2,3 bilhões e as ações serão negociadas no Novo Mercado da BM&F Bovespa com a denominação da Duratex.

Após a incorporação, o Citigroup projeta ganho de 5% sobre o Ebitda (geração operacional de caixa) em 2010, uma vez que haverá cortes significativos de gastos na planta de operação, como no caso da manutenção do estoque e nas operações de logística, além das obrigações no mercado de capitais, já que haverá apenas uma empresa listada em bolsa.

O que é o MCI?

O Market Consensus Indicator (MCI) tem como principal objetivo facilitar as decisões de investimento dos usuários do site no mercado de ações.

Considerando uma amostra com informações e projeções de diversos bancos de investimento e corretoras, o indicador busca trazer um indicador de consenso entre os analistas de mercado a respeito das recomendações de uma determinada ação.

Variando em uma escala de 0 (venda forte) a 5 (compra forte), o indicador é calculado a partir das recomendações dos analistas consultados, trazendo um resumo do consenso. É importante destacar que o MCI é calculado apenas para ações com ao menos três recomendações de analistas distintos.