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Os mercados abrem a sessão desta sexta-feira (5) atentos ao índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), indicador preferido do Federal Reserve (Fed) para acompanhar a inflação. Operadores agora precificam uma probabilidade de 87% de corte de juros na próxima quarta-feira, bem acima do observado há poucas semanas, segundo a ferramenta FedWatch, da CME. Além do PCE, os investidores nos EUA aguardam os dados do sentimento do consumidor nos EUA, medidos pela Universidade de Michigan.
No campo Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará às 9h o Índice de Preços ao Produtor (IPP) referente a outubro, e às 10h apresentará dados do Censo 2022 sobre as características urbanísticas das favelas e comunidades urbanas. Já a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgará às 8h o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro.
Enquanto isso, o plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) abrirá sessão on-line às 11h, onde os ministros depositarão seus votos no sistema sem debate. Entre os temas em pauta está o julgamento da constitucionalidade da lei 14.701 de 2023, que restabelece o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
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Segundo essa tese, os indígenas têm direito apenas às terras que estavam em sua posse em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial naquela época. Também será discutida a PEC da Segurança Pública, com menção ao ministro Lewandowski.
O Ibovespa fechou em alta na véspera, renovando máximas históricas, acima dos 164 mil pontos, em meio ao aumento de apostas de queda da Selic no começo em 2026, em um cenário que também contempla expectativas de continuidade do alívio monetário nos Estados Unidos. Na avaliação de Lauro Sawamura Kubo, gestor de fundos de investimento da Patagônia Capital, a desaceleração do PIB “abre mais espaço ainda para poder ter queda de juros”.
A expectativa de corte da Selic — hoje em 15% ao ano — em janeiro permaneceu entre os agentes. A curva precificava nesta quinta-feira mais de 80% de probabilidade de corte de 25 pontos-base da Selic em janeiro, contra 78% no fim da quarta-feira.
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O que vai mexer com o mercado nesta sexta
Agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reunião às 9h com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto. Às 10h30, encontra-se com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também no Planalto. Às 14h40, recebe o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcelo Weick, e, às 15h, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos. A agenda se encerra às 16h30, com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
Brasil
- 08:00 – IGP-DI (Novembro)
- 09:00 – Preços ao produtor (Outubro)
- Carga de energia (ONS) (Semanal)
- Afluência de chuvas (ONS) (Semanal)
Estados Unidos (EUA)
- 12:00 – Índice PCE (Setembro)
- 12:00 – Confiança do consumidor (Dezembro)
Zona do Euro
07:00 – PIB (3º trimestre)
INTERNACIONAL
Seguro-saúde nos EUA
Os democratas colocarão em votação no Senado dos Estados Unidos na próxima semana uma extensão de três anos dos subsídios de seguro-saúde que estão expirando, disse o líder da minoria, Chuck Schumer, nesta quinta-feira, um esforço tardio para reviver uma proposta que os republicanos bloquearam no início deste ano.
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O líder da maioria no Senado, John Thune, comprometeu-se a dar aos democratas uma votação sobre a legislação de saúde em um acordo no mês passado para encerrar uma paralisação recorde de 43 dias do governo.
Votação de vacinas
Os consultores de vacinas de Robert F. Kennedy Jr. adiaram para sexta-feira uma votação que poderia eliminar a recomendação dos EUA para a vacina contra a hepatite B para todas as crianças, uma medida que seria a mudança mais importante na política de vacinas do secretário de Saúde até o momento.
Desde 1991, os EUA têm uma recomendação universal de vacina contra a hepatite B para uma dose logo após o nascimento, o que, segundo estudos, reduziu as taxas de infecção em 95%. A primeira dose é seguida por mais duas, de 1 a 2 meses e de 6 a 18 meses.
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BRASIL
Crescimento do PIB
A economia brasileira cresceu menos do que o previsto no terceiro trimestre, quando a desaceleração do setor de serviços compensou dados positivos da agropecuária e da indústria e o consumo das famílias perdeu força, em desempenho que alimentava apostas em um corte de juros pelo Banco Central em janeiro.
O Produto Interno Bruto (PIB) teve avanço de 0,1% entre julho e setembro na comparação com os três meses imediatamente anteriores, mostraram os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Corte da Selic
Os dados do terceiro trimestre divulgados nesta quinta-feira mostraram que a economia brasileira está crescendo de forma desigual e alimentaram apostas em um corte de juros no início do próximo ano, quando o cenário externo também deve ser fator de atenção.
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Sob o efeito da política monetária altamente restritiva, com a taxa básica de juros Selic a 15%, o Produto Interno Bruto (PIB) teve avanço abaixo do esperado de 0,1% no terceiro trimestre.
LDO
O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (4) o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. A LDO estabelece diretrizes para a elaboração e a execução da Lei Orçamentária de 2026.
Entre outros pontos, a LDO prevê um superávit de R$ 34,3 bilhões em 2026, o equivalente a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). O texto estabelece ainda que o governo poderá considerar o limite inferior da meta para fazer limitações de gastos.
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Desaceleração de atividade
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda afirmou nesta quinta-feira que vê uma tendência de desaceleração econômica no país até o momento e de desaquecimento à frente, mas apontou que o viés de revisão para a atividade em 2025 é de alta.
A pasta afirmou em nota que o desempenho da economia no terceiro trimestre foi inferior ao projetado pelo governo, ponderando que a expectativa é de crescimento positivo na margem no quarto trimestre, com uma leve melhora no desempenho dos serviços.
Vetos na lei ambiental
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira a derrubada dos vetos da nova lei de licenciamento ambiental pelo Congresso e afirmou que vetou as mudanças para proteger o agronegócio, que pode ser prejudicado nas exportações, especialmente de commodities.
“Nós vetamos para proteger o agronegócio, porque essa mesma gente que vetou, que derrubou meu veto, quando a China parar de comprar soja, quando a Europa parar de comprar soja, quando alguém parar de comprar nossa carne, quando alguém parar de comprar nosso algodão, vão falar comigo. ‘Presidente, fala com o Xi Jinping. Presidente, fala com a União Europeia. Presidente, fala com a Rússia. Presidente, fala com o não sei com quem'”, disse Lula ao discursar na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão.
Consignado CLT
O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, afirmou nesta quinta-feira que o país fechará o ano com R$100 bilhões em crédito consignado concedido a trabalhadores privados.
Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Pinto disse que os juros médios das operações estão em 3% ao mês, contra 11% no crédito sem garantia.
“Não é ainda o que a gente quer, o sistema tem que ser aperfeiçoado, a competição tem que aumentar, mas tenho certeza que em um ou dois anos estaremos com taxas muito menores”, disse.
(Com Agência Brasil, Reuters, O Globo e Estadão Conteúdo)
