PCAR3: ações do GPA caem 6,7% após anúncio de estudos para follow-on de R$ 1 bilhão

Semana passada, ações da varejista saltaram mais de 23% após rumores de saída do Casino do controle do grupo

Camille Bocanegra

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As ações do GPA (PCAR3), dono das redes Pão de Açúcar e Extra, fecharam em queda de 6,7%, cotadas a R$ 4,04, chegando a cair mais de 10%, nos piores momentos da sessão – na mínima, bateu nos R$ 3,84.

O movimento acompanhou o anúncio, na noite de ontem, do início de estudos para uma oferta pública de ações (“follow-on“) da companhia em um valor estimado de R$ 1 bilhão.

A intenção com a operação seria reduzir dívidas e, por consequência, diminuir a alavancagem.

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A companhia também propôs uma nova composição do Conselho de Administração, condicionada com ao fechamento da possível oferta primária.

O conselho seria formado por nove membros, dentre os quais seis seriam independentes e três já integram, atualmente, a administração da companhia.

Na semana passada, a ação chegou a subir mais de 12,6%, movida pela possível saída do seu principal acionista, Casino na terça-feira, 5 .

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Desde outubro, há rumores no mercado de que o Grupo poderia se transformar em uma “corporation”, ou seja, uma companhia sem controle definido, como parte da estratégia de saída do controlador Casino da América Latina.

A disparada aconteceu após o Broadcast divulgar, citando fonte, fortes rumores envolvendo uma proposta na mesa do alto escalão do GPA.

Na quinta, 7, a alta continuou após o Investor Day do grupo, no qual o CEO, Marcelo Pimentel, reforçou o foco na reestruturação da companhia, em busca de desalavancagem, e o compromisso com aumento da rentabilidade.

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Na ocasião, o CEO disse que rumores sobre a companhia se transformar em uma corporation (empresa sem controlador definido) eram “especulação”.

Os papéis do GPA fecharam a semana passada com alta acumulada de 23%, após quatro pregões seguidos de ganhos expressivos.

GPA: oferta de ações

A visão da XP é que se trata de um momento desafiador para a oferta, em especial pelo cenário macroeconômico mais desafiador e a reestruturação da companhia.

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“Apesar de considerarmos a iniciativa de melhorar sua estrutura de capital oportuna, vemos um cenário desafiador para a oferta, dadas as incertezas macroeconômicas e o processo de reestruturação da companhia, que está em andamento. Assim, mantemos nossa recomendação neutra, devido aos riscos de execução e a ainda alta alavancagem”, considera o Research da corretora.

De acordo com o Bradesco BBI, o movimento indica para uma saída do grupo Casino do controle do GPA, uma vez que companhia francesa indicou, no início de 2023, a intenção de se desfazer de todos os ativos na América do Sul.

“Portanto, na nossa opinião, é improvável que o Casino siga com esta oferta primária. No entanto, como a capitalização de mercado atual da GPA está avaliada em R$1,17 bilhão, uma oferta primária de R$ 1 bilhão significa uma diluição potencial de cerca de 50% para os acionistas”, considera o BBI.

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Dado o tamanho da potencial oferta e o valor de mercado do GPA, de 1,17 bilhão de reais, a eventual efetivação da mesma representaria uma diluição de cerca de 50% aos acionistas que não acompanharem o follow-on, incluindo o francês Casino CASP.SA, controlador do GPA com uma participação de 40,9%.

Atualmente, o banco estima que o grupo alcançará uma relação dívida líquida/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de 4,3 vezes em 2024, considerando a melhoria gradual do Ebitda e os R$ 800 milhões em receitas de venda do Grupo Éxito.

Mesmo com a visão de que a injeção de capital potencial de R$ 1 bilhão poderia melhorar a estrutura de capital do GPA, o banco mantém o tom cauteloso em relação ao grupo com recomendação neutra e preço-alvo estimado em R$ 4,50 para o fim de 2024.

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“No geral, a necessidade de uma oferta primária reforça nossa visão de que o plano de reestruturação atual da GPA não é suficiente para equilibrar sua estrutura de capital. Como mencionamos em nosso relatório de rebaixamento, o crescimento da receita mostrou sinais de recuperação, mas o ritmo de melhoria da margem Ebitda não ajustada ainda não é suficiente para gerar caixa, excluindo a monetização de ativos não essenciais”, destaca.

No plano de reestruturação do grupo está presente, por exemplo, a venda da Cnova para o Casino. A operação foi considerada positiva por analistas, ainda que o valor da alienação tenha sido abaixo do esperado.

(Com Reuters)