Parente diz que a Petrobras está “virando o jogo”; lucro da BRF cai 97% no 3° tri e mais 6 balanços

Confira os principais destaques corporativos da noite desta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Além da temporada de balanços do 3° trimestre, investidores acompanharam na noite desta quinta-feira (27) uma agenda corporativa bastante movimentada. 

Amanhã o mercado repercutirá os números divulgados esta noite de BRF, Cia Hering, Lojas Marisa, Raia Drogasil e mais 3 empresas. Nos destaques também, a notícia de que o Ministério Público de Minas Gerais ajuizou uma Ação Civil Pública contra a Samarco, Vale e BHP Billiton. Além disso, chamou atenção a frase do CEO da Petrobras, Pedro Parente, que disse que está “virando o jogo” na estatal. “Dessa crise nasce uma tremenda oportunidade para nossa empresa”, afirmou o executivo ao encerrar o congresso Rio Oil & Gas.

Confira abaixo os principais destaques corporativos da noite desta quinta-feira:

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Vale (VALE3; VALE5)
O Ministério Público de Minas Gerais ajuizou Ação Civil Pública contra Samarco, Vale e BHP Billiton pelos impactos causados pela lama da barragem de Fundão a cinco cavidades naturais subterrâneas em área de proteção especial no município de Mariana (MG), diz o MP de Minas Gerais em comunicado por e-mail. A ação quer reparação de danos ambientais no valor de R$ 100 mi, e pagamento de indenização de R$ 50 mi por danos sociais e extrapatrimoniais. 

Além disso, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating de probabilidade de inadimplência do emissor (IDR, na sigla em inglês) da Samarco em moeda local e estrangeira de “C” para “RD”, equivalente a calote restrito. O rebaixamento acompanha o término do prazo de cura de 30 dias após o não pagamento de juros de uma emissão de notas seniores em garantia de US$ 500 milhões com vencimento em 2024. O pagamento da obrigação estava previsto para 26 de setembro, com o término do prazo de cura em 26 de outubro. 

Petrobras (PETR3; PETR4)
A atual crise global do setor de petróleo, em virtude dos baixos preços da commodity, veio como uma oportunidade para a indústria brasileira buscar ser mais eficiente e atrair mais competidores para o mercado, afirmou nesta quinta-feira o presidente da Petrobras, Pedro Parente, ao encerrar o congresso Rio Oil & Gas. 

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“Dessa crise nasce uma tremenda oportunidade para nossa empresa e para nosso país”, afirmou Parente, que também defendeu o plano que vem implementando para recuperar a empresa financeiramente: “Estamos virando o jogo da Petrobras”.

Além disso, a Petrobras vai iniciar a produção comercial da mega reserva de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, pela área noroeste da jazida, onde um novo sistema definitivo deverá entrar em operação por ano partir de 2020, totalizando quatro sistemas nessa área. As afirmações foram feitas nesta quinta-feira pelo gerente executivo da petroleira para o projeto, Fernando Borges, em entrevista publicada no site da companhia.

A Petrobras é sócia de Shell, Total e das chinesas CNOOC e CNPC no projeto de Libra. A escolha da área noroeste, segundo o executivo, foi pela qualidade da região, enquanto a companhia busca antecipar a produção para alavancar valor, em razão do bônus pago pela área e do tempo fixo de 35 anos do contrato. “Enquanto isso, faremos um estudo mais apurado em termos de esforço exploratório nas outras áreas. Então, se queremos produzir logo, temos que começar por lá”, afirmou Borges.

BRF (BRFS3)
A BRF registrou lucro líquido de R$ 18,1 milhões no 3° trimestre, queda de 97,4% na comparação anual, bem abaixo das estimativas de R$ 118,2 milhões dos analistas consultados pela Bloomberg. Segundo a companhia, a última linha do balanço foi impactada negativamente pelo desempenho operacional do trimestre. O Ebitda ficou em R$ 886 milhões no período, queda de 32,4% na mesma base de comparação, enquanto a margem Ebitda encolheu em 5,4 pontos percentuais, para 10,4%. A receita operacional líquida atingiu R$ 8,508 bilhões, 2,7% acima do registrado no mesmo trimestre do ano passado. 

Raia Drogasil (RADL3)
A Raia Drogasil teve lucro líquido ajustado de R$ 127,6 milhões no terceiro trimestre, alta anual de 33,1%, em meio ao aumento de receitas e ganho de mercado, na esteira do ambicioso plano de abertura de lojas. A última linha do balanço veio acima das estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg de R$ 119,8 milhões. Após amortização do ágio, o lucro líquido da maior rede de varejo farmacêutico do país ficou em R$ 116,9 milhões de reais, alta de 39,1% sobre o mesmo período de 2015.

A receita bruta da empresa alcançou R$ 3,05 bilhões, com acréscimo ano a ano de 25,2%. A margem bruta ficou em 29,5% – alta de 0,9 ponto percentual na base anual. O desempenho da Raia Drogasil destoa de outras companhias do varejo que já divulgaram balanços, que mostraram reflexos da recessão econômica e aumento do desemprego no país.

A Raia Drogasil abriu 53 lojas no trimestre e fechou 13. No ano, a rede abriu 150 lojas. A meta do grupo é de 200 aberturas brutas por ano tanto para 2016 como para 2017. A participação nacional da empresa alcançou 11,8%, alta pró-forma de 1,8 ponto, incluindo a 4Bio.

Cia Hering (HGTX3)
A Cia Hering, fabricante e varejista de artigos de vestuário, registrou queda de 41,2% no lucro líquido do 3° trimestre quando comparado com o mesmo período de 2015, para R$ 57,5 milhões. Analistas consultados pela Bloomberg estimavam lucro de R$ 44 milhões. Segundo a empresa, a queda deveu-se ao cenário de recessão econômica do País, que causou retração nas vendas de varejo. O lucro também foi impactado por efeitos não-recorrentes do reconhecimento de R$ 53,5 milhões em impostos de renda e contribuição social no terceiro trimestre e a receita financeira, proveniente da liquidação e dissolução da subsidiária Hering Overseas e liquidação de dívida intercompany. 

A receita líquida da empresa ficou em R$ 350,6 milhões, queda de 0,8% na comparação anual, mas praticamente em linha com a estimativa dos analistas de R$ 345,5 milhões. 

Lojas Marisa (AMAR3)
A Lojas Marisa registrou prejuízo de R$ 46,4 milhões no 3° trimestre, aumento de 72% em relação ao mesmo período de 2015. A piora no resultado se deu, principalmente, pelo desempenho negativo no varejo. A receita total caiu 15,8%, para R$ 692,2 milhões. No conceito mesmas lojas (que considera os pontos abertos há pelo menos um ano), a redução nas vendas foi de 18,5%. 

Engie (EGIE3)
A unidade brasileira da elétrica francesa Engie, ex-Tractebel, apresentou um lucro líquido de R$ 396,9 milhões no terceiro trimestre, com avanço de 14,2% ante mesmo período do ano passado, informou a companhia em comunicado nesta quinta-feira.

A geradora reportou uma geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 807,1 milhões no trimestre, o que representa alta de 4,6% na comparação anual.

Fleury (FLRY3)
A Fleury registrou lucro líquido de R$ 63,1 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 79,4% quando comparado ao mesmo período de 2015. O Ebitda avançou 36% para R$ 138,6 milhões, enquanto a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) aumentou 5,1 pontos percentuais, atingindo 27,7%. A receita líquida teve alta de 8,9%, para R$ 540 milhões.  

Technos (TECN3)
A fabricante de relógios Technos registrou um prejuízo líquido de R$ 6,2 milhões no 3° trimestre, revertendo um lucro de R$ 7,2 milhões em igual período de 2015. A receita líquida recuou 7,3% na comparação anual, para R$ 79,3 milhões. A companhia teve um Ebitda negativo de R$ 1,8 milhão, contra resultado positivo em R$ 9,7 milhões um ano antes.  

Eletrobras (ELET3; ELET6)
Empresas do grupo Eletrobras receberam indevidamente 523 milhões de reais do fundo setorial conhecido como Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e irão realizar a devolução dos valores, disse a estatal nesta quinta-feira em comunicado ao mercado. Segundo a empresa, todas as empresas da Eletrobras já possuem provisão em suas demonstrações financeiras para a devolução dos recursos e aguardam definição junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre as condições de quitação.

BB Seguridade (BBSE3)
A BB Seguridade aprovou programa de recompra de até 10 milhões de ações, no prazo de 12 meses, com início em 27 de outubro de 2016 e término em 26 de outubro de 2017. A instituição intermediária será a Bradesco Corretora.

Juntamente, a empresa comunicou nesta noite que concluiu, em 15 de outubro, um programa de recompra de 3,36 milhões de ações, equivalentes a 0,5% do capital social da companhia, ao preço médio de R$ 24,46.  

Telefônica Brasil (VIVT4)
O relator na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Telefônica Brasil, Igor de Freitas, recomendou nesta quinta-feira a aprovação do acordo com a empresa. Pelos termos do acordo, a companhia que opera sob a marca Vivo, é que é alvo de mais de R$ 2 bilhões de multas, terá de investir como contrapartida R$ 4,87 bilhões em rede e melhoria do atendimento.

O TAC, que terá quatro anos de vigência, prevê investimentos em capacidade e cobertura das redes, processo interno para atendimento de demandas, sistemas de suporte e operação, além da destinação de recursos para opticalização de acesso em cerca de 100 municípios. “É interesse da empresa e é interesse da agência que o investimento seja feito”, disse o conselheiro relator do caso. Segundo o relator poderão ser solicitadas ações adicionais de investimento, caso fique claro que as metas do TAC não sejam atingidas no decorrer dos quatro anos.