Para especialistas, preços do mercado imobiliário brasileiro estão se estabilizando

Representantes da EI e Tishman Speyer dizem não ver bolha no País, e afirmam que há mais interessados do que projetos

Julia Ramos M. Leite

Publicidade

SÃO PAULO – Apesar da pesada alta no preço dos imóveis em algumas cidades brasileiras, dois dos grandes investidores internacionais no mercado imobiliário do País discordam da noção de que há uma bolha nesse segmento.

Segundo Daniel Cherman, diretor para o Brasil da Tishman Speyer, os preços passam hoje por um processo de estabilização, simplesmente porque o mercado não está disposto a pagar mais do que os atuais patamares. Isso, contudo, não quer dizer que haja uma bolha, e nem que os preços não possam subir ainda mais no futuro.

Novo patamar
Garry Garrabrant, CEO da Equity International, engrossa o coro. Segundo o executivo, mesmo que haja uma bolha em algumas cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, não é possível afirmar que seja algo relacionado ao País como um todo. Além disso, Garrabrant lembra que a base de comparação nessas cidades era baixa – ou seja, a alta dos preços pode não ter atingido patamares tão altos, apenas saído de níveis deprimidos.

Continua depois da publicidade

“São Paulo e Rio de Janeiro também estão entrando em um ‘time’ diferente de cidades, que conta com Nova York, Miami, Sidney, Londres, Paris. O Brasil está sendo reconhecido no mundo – e isso vai se refletir nos preços dos imóveis”, completou Garrabrant em evento realizado em São Paulo pela Bloomberg.

Entretanto, o processo ainda está em seu início no País, disse o executivo da Equity International, que tem como sócio o megainvestidor Sam Zell. “Há muito mais pessoas interessadas em investir do que projetos”, apontou. No mesmo sentido, Cherman, afirmou que o Brasil está apenas começando a ver aplicações em imóveis como investimentos.