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SÃO PAULO – O otimismo do Credit Suisse sobre o mercado de capitais brasileiro está relacionado, entre outros fatores, com uma alteração na expectativa sobre quando o Brasil deverá ganhar o “selo” de grau de investimento. Pois, para o banco, essa nota deve ser atribuída ao País já no primeiro trimestre de 2008 e a Bolsa não incorpora totalmente esse cenário.
A previsão anterior apontava para “até 2009”. A mudança na percepção se deve em muito à melhora na avaliação da nota soberana brasileira pelas agências internacionais de classificação de risco Fitch e S&P (Standard & Poor’s), que deixou a nação a um degrau abaixo do investment grade em moeda estrangeira.
Para a instituição financeira, apesar de a Fitch ter dito que a chance de uma nova elevação no rating em até um ano ser de apenas 20%, o fato de a S&P ter dado “perspectiva positiva” ao Brasil chama atenção e justifica a aposta de grau de investimento nos primeiros três meses do próximo ano.
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Média de 370 dias
O motivo, prossegue o banco, é que nos últimos dez anos, de dez países que a S&P colocou em nível abaixo do investment grade, sete deles receberam a nota em um período de até 23 meses – ex: Índia -, dos quais cinco tiveram o upgrade em até 13 meses – ex: Coréia. O Credit Suisse conclui que a média entre a elevação do rating de BB+ (um nível antes do grau de investimento) para BBB- (grau de investimento) da S&P, é de 370 dias.
Além disso, as únicas nações que obtiveram a “perspectiva positiva” junto à melhora da avaliação para BB+ foram México e Brasil. E, com outros países, uma elevação de rating do patamar BB+ até grau de investimento demorou menos de dez meses após a atribuição “positiva” nas projeções da S&P.
Atributos e entraves
Na interpretação do Credit Suisse, as principais qualidades que permitem ao Brasil o posto entre os países com grau de investimento são a estabilidade macroeconômica e os avanços do governo nos índices de solvência.
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Com queda no juro básico e solidez da economia, os analistas esperam que a razão dívida pública sobre o PIB (Produto Interno Bruto) deve cair de 43,6% em 2007 para 40% em 2009. No entanto, o Brasil também precisa manter um crescimento de 4% da economia nos próximos, o que ainda estaria abaixo de outros países do bloco emergente.