Para além de Bitcoin e Ethereum: especialistas ajudam a escolher as melhores criptomoedas

Em live, Alexandre Vasarhelyi e Safiri Félix avaliaram projetos e deram dicas para quem quer montar uma carteira de criptomoedas

Rodrigo Tolotti

Com mais de 14 mil criptomoedas existentes no mercado hoje, uma grande dúvida que atinge investidores, sejam novatos ou mais experientes, é: como encontrar oportunidades e escolher as melhores criptos na hora de montar uma carteira?

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Antes de querer seguir a recomendação de alguém no Youtube, grupos de Telegram ou redes sociais, um passo essencial é o estudo, segundo as avaliações de Alexandre Vasarhelyi, gestor de portfólio e sócio da gestora BLP Asset, e Safiri Félix, diretor de produtos e parcerias da Transfero.

Em live da Semana Cripto+ realizada pelo InfoMoney, os dois comentaram alguns projetos que estão chamando atenção no mercado cripto, como Solana (SOL) e Cardano (ADA) e deram dicas de estratégias para quem quer escolher os melhores ativos para uma carteira diversificada (confira a entrevista na íntegra no player acima).

Vasarhelyi destaca que no mercado de ações, os investidores não se informam pelo Twitter ou outras plataformas do tipo, mas sim lendo relatórios de casas de análise e fontes sérias de informação. “Em cripto está começando a acontecer a mesma coisa, tem casas de análise que estão fazendo esse trabalho de separar o joio do trigo, que é um trabalho super difícil, não é fácil”, explica.

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Já Félix diz que a “humildade intelectual é essencial nesse mercado”. “É importante fazer esse exercício: será que eu sozinho aqui da minha casa, vendo vídeos no Youtube, vou ter um insight melhor que as equipes de análise da Transfero, da BLP e tantas outras assets especializadas? Não me parece o mais provável. Pode ser que aconteça? Pode, mas aí você vai ter ganho dinheiro porque você deu sorte ou porque de fato acertou o trade?”, questiona ele.

“Na dúvida, seja humilde perante a incerteza e busque o máximo de informação possível para você poder tomar uma decisão balizada”, diz o diretor da Transfero.

Se mesmo assim o investidor quiser se arriscar sozinho no mercado de criptoativos, a sugestão dos especialistas é utilizar o chamado stop loss, mecanismo em que o investidor pode restringir as perdas de uma operação colocando um limite. Caso, em um cenário de queda, aquele ativo atinja o valor determinado ocorrerá automaticamente a venda de forma a evitar um prejuízo maior.

“O investidor que quer ir sozinho, coloca stop. Água com açúcar e stop, e vai ser feliz”, diz Vasarhelyi. “Um exemplo, o cara acha que Shiba Inu vai para US$ 1, nenhum analista vai falar para ele comprar isso. Vai lá, compra, coloca stop de 20%, de repente ele ganha dinheiro. Não estou aqui para dizer para ele fazer o que eu faço, vai tentar, mas coloca stop, porque o segredo do Casino é não deixar ficar sem ficha”.

Escolhendo criptoativos e testando projetos

Félix também aproveitou para compartilhar uma estratégia que utiliza no dia-a-dia em suas análises do mercado. “Quando eu me deparo com um projeto, eu costumo separar em três pilhas. A primeira são as coisas interessantes, a segunda são as que eu considero interessantes, mas que são muito complexas para o meu nível de entendimento naquele momento, e a terceira são as que eu considero puro hype“.

Após essa primeira etapa, ele explica que dedica a maior parte do tempo para os projetos que acha interessante e que já compreende pelo menos um pouco. Diante disso, ele aloca menos tempo para as outras duas pilhas de ativos, mas sempre estudando antes de realizar algum investimento.

“O que eu considero puro hype eu opero somente na base do fluxo. Não procuro nem me aprofundar muito, para poder ter uma alocação eficiente do tempo. Operando fluxo é aquilo, stop curto e tendo um ponto de saída pré-estabelecido no momento em que você abre a boleta”, explica ele.

Vasarhelyi complementa dizendo que é importante usar e aprender na prática sobre os diferentes protocolos cripto. “Isso vai te abrir uma capacidade de entendimento das possibilidade que as pessoas ainda não têm, e vai te colocar uma vantagem competitiva muito grande”, afirma.

“O que é melhor? Ganhar R$ 350 em um tiro curto ou aprender a usar uma coisa e entender porque aquilo pode ser transformacional”, avalia ele reforçando que as pessoas que estão focadas em apenas ganhar dinheiro rápido podem perder uma grande revolução de longo prazo com um potencial ainda maior.

O gestor ainda dá uma dica para quem diz que utilizar algumas redes cripto é caro. “O pessoal questiona: ‘como vai usar Ethereum se é US$ 200 por transação?’ Cria um grupo de estudo, pega 10, 20 pessoas e vai tomar cerveja na casa de um deles, e vai usar, divide o custo e aprende. Eu acho que é aí que vai estar o dinheiro”, diz.

“Eu desconheço algo que dê uma taxa de retorno sobre horas dedicadas melhor do que cripto. Mas é isso, exige humildade intelectual e disciplina para você poder de fato compreender e interagir com essas novidades que acabam surgindo todo dia”, complementa Félix.

Diversificação e estratégia

Sobre a construção de uma carteira cripto, os especialistas também citam a diversificação, onde os investidores, após realizarem os estudos, dividem seu patrimônio em ativos digitais diferentes.

“A teoria diz que se você tiver mais que um ativo a sua carteira, pode performar melhor com menos risco […] e o ano de 2021 está sendo muito interessante, porque ali no fundo a gente sempre navega com algo entre 10 e 16 moedas, mas esse ano, do nosso portfólio, o Bitcoin é a moeda que menos sobe, não que esteja subindo pouco”, diz Vasarhelyi.

Já Félix diz que uma estratégia muito importante é separar as posições estruturais de outras alocações táticas. “A gente vê vários ativos que têm uma valorização explosiva, mas muitas vezes quando você vai analisar no detalhes você acaba percebendo que aquela valorização se dá porque é um ativo de pouca liquidez e qualquer fluxo mais relevante acaba fazendo com que o preço estique muito”, explica.

“Formar seu portfólio de cripto tijolinho por tijolinho e tentar separar ali o que de fato pode ser uma alocação de longo prazo do que é simplesmente um ativo que você está tentando surfar o fluxo”, conclui ele.

InfoMoney realiza entre os dias 22 e 26 de novembro a Semana Cripto+, com lives diárias às 17h30 no Youtube em que alguns dos maiores especialistas do Brasil falam sobre o investimento, tecnologias, regulação de criptos e muito mais. Clique aqui para conferir como foram as outras lives.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.