Pão de Açúcar renova máxima histórica, enquanto BM&FBovespa e MPX caem

BTG também sobe depois de reportar balanço, com "evidências de um modelo único de negócios"

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em dia movimentado no mercado, as ações do Pão de Açúcar (PCAR4), MPX (MPXE), BTG Pactual (BBTG11) e BM&FBovespa (BVMF3) chamam atenção no pregão desta quarta-feira (20), em reflexo a divulgações de resultados.

Os papéis do Pão de Açúcar (PCAR4) subiam 2,31% às 12h44 (horário de Brasília), sendo cotados a R$ 98,58, enquanto o Ibovespa avança 0,21%, indo para 57.434 pontos. Na máxima do dia, os papéis atingiram R$ 99,00, representando valorização de 2,75%, e renovaram a máxima histórica de R$ 98,90, de 8 de outubro de 2012. 

O Grupo Pão de Açúcar reportou na noite da véspera lucro líquido consolidado de R$ 539 milhões no quarto trimestre em 2012, resultado que representa alta de 36,4% sobre o ganho obtido no mesmo período de 2011. Em todo o ano de 2012, o lucro líquido foi de R$ 1,156 bilhão, aumento de 60,7% na comparação com o ano anterior. Tanto o lucro trimestral quanto o anual são recordes.

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Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado foi positivo e acima das estimativas do mercado, exceto a margem Ebitda (Receita Líquida/Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que caiu 1,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2011. 

Os analistas destacam o “excepcional” desempenho da bandeira Assaí, cujas vendas cresceram 24,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior – motivadas pela reestruturação que vem ocorrendo desde 2011 com a readequação do layout das lojas, melhor sortimento e das categorias dos produtos e aumento do valor médio de compras.

BTG reage positivamente após receita de R$ 1,8 bi
Outra ação que repercute positivamente o resultado é a do BTG (BBTG11), que sobe 1,28%, indo para R$ 36,70. Na máxima do dia, os papéis chegaram à valorização de 2,41%, sendo cotados a R$ 36,93.

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O lucro do banco, com R$ 854 milhões, caiu 19% no quarto trimestre de 2012, mas a receita quase dobrou em relação ao quarto trimestre de 2011, para R$ 1,891 bilhão.

Pelo quarto trimestre consecutivo, o lucro do BTG superou as expectativas do Deutsche Bank, aliado ao bom desempenho de todos os segmentos da instituição financeira. “O balanço do banco fornece mais evidências de um modelo único de negócios e bem diversificado”, disseram os analistas Mario Pierry, Marcelo Cintra e Tito Labarta.

BM&FBovespa cai após resultado abaixo das estimativas
Já do lado negativo, as ações da BM&FBovespa (BVMF3) caem 1,92%, sendo cotadas a R$ 13,21 – próximo ao patamar mínimo do dia, de R$ 13,21, queda de 2,37%

Com resultado abaixo do esperado por analistas, o lucro líquido da BM&FBovespa registrou alta de 13,7% no quarto trimestre de 2012, com R$ 217,3 milhões, ante projeções compiladas pelo Portal InfoMoney de R$ 289,5 milhões. Assim, a companhia mostra lucro líquido total de R$ 1,074 bilhão no ano, crescimento de 2,5%. O lucro líquido ajustado foi de R$ 1,61 bilhão – alta de 4,3%.

Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o menor número de dias úteis e a ligeira perda de margens foram fatores decisivos para frear o faturamento no período, embora caiba a ressalva de que a empresa segue com planos de investimentos fortes, inclusive colocando no pipeline uma nova clearing, que representaria uma maior competição com a Cetip (CTIP3). 

A Planner Corretora, por sua vez, comentou que o resultado foi neutro, dado que a maioria dos dados operacionais já havia sido anunciados. A empresa comunicou a aprovação da distribuição de dividendos complementares de R$ 1,074 bilhão, referente ao resultado de 2012. Como a companhia já efetuou o pagamento de R$ 90 milhões sob forma de juros sobre capital próprio e mais R$ 595,6 milhões na forma de dividendos intermediários ao longo do ano passado, o montante a ser distribuído aos acionistas será de R$ 388,7 milhões, correspondentes a R$ 0,20102177 por ação.

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Vale mencionar que ainda nesta manhã, durante Apimec para comentar os resultados, o diretor presidente da bolsa, Edemir Pinto, disse que a BM&FBovespa pretende anunciar uma nova política de tarifação no dia 5 de março. A mudança na forma de cobrança ocorrerá de forma gradual e terá início nos negócios realizados no mercado à vista de ações.

MPX amarga perdas com prejuízo maior em 2012
Também no negativo aparecem as ações da MPX (MPXE3), que caem 2,72%, sendo cotadas a R$ 10,38 – patamar próximo da mínima do dia de R$ 10,35, representando queda de 3,0%

As receitas da MPX Energia cresceram 191,7% em 2012 na comparação com o ano anterior, chegando a R$ 490,9 milhões, sendo que R$ 216,3 milhões vieram no último trimestre do ano. Mesmo com a redução do prejuízo da MPX nos três últimos meses do ano (redução de 56% na comparação anual), as perdas da empresa no ano foram de R$ 435,2 milhões, 6,5% pior que no ano passado.

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A companhia tem tentado mudar o perfil da dívida, para focar no longo prazo – atualmente, 70% da dívida da companhia é de longo prazo e somente 30% é de curto. Contudo, a companhia, que tem caixa de R$ 593,9 milhões atualmente, tem R$ 1,915 bilhão de dívidas a vencer em 2013 – além de cerca de R$ 315 milhões por ano entre 2014 e 2016. No terceiro trimestre passado, a companhia tinha R$ 1 bilhão em caixa.