Pão de Açúcar e Vale seguem como as mais citadas nas carteiras recomendadas

Com temporada de resultados abaixo das projeções e mercados instáveis com abismo fiscal nos EUA, ranking de ações sofre poucas alterações

Rodrigo Tolotti

(Divulgação)

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SÃO PAULO – O mês de novembro mostrou leve recuperação para a bolsa brasileira, com o Ibovespa encerrando o período com leve avanço de 0,19%. O último mês foi marcado por grande volatilidade nos mercados, devido, principalmente, à discussão acerca do que será feito sobre o abismo fiscal norte-americano – tema que deverá ficar em evidência também neste último mês do ano.

Novembro também ficou marcado pelo encerramento da temporada de resultados corporativos brasileiros do terceiro trimestre. Em geral, os números vieram em linha ou abaixo das estimativas, o que não traz grande empolgação para os investidores. Os destaques positivos ficaram com os balanços ficou para as empresas dos  setores educacional e de consumo e varejo.

Como todo esse cenário de incertezas, não ocorreram grandes alterações entre as ações mais recomendadas entres os bancos e corretoras. Entre as 30 carteiras compiladas pelo Portal InfoMoney, os dois primeiros lugares seguiram com as mesmas companhias. A primeira colocação ficou com o Pão de Açúcar (PCAR4), que recebeu 13 recomendações – duas a mais que no mês passado. O segundo lugar ficou com a Vale (VALE5), que manteve os mesmos 11 votos do mês passado.

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Itaú Unibanco (ITUB4) e CCR (CCRO3), que também estavam empatadas no mês anterior , também se separaram no ranking: enquanto a ação do banco manteve as 10  recomendações de novembro e ficou no terceiro lugar, os papéis da concessionária de rodovias teve dois votos a menos e passou para o 6º lugar. Agora, CCRO3 está atrás de Gerdau (GGBR4) e Petrobras (PETR4) – ambas vistas em 9 dos 30 portfólios recomendados – e empatada com Cosan (CSAN3).

Pão de Açúcar: diferencial na atuação
Depois de superar a expectativa dos analistas com o balanço do terceiro trimestre, o Pão de Açúcar se mantém como uma empresa bem vista entre os analistas, que acreditam que o último resultado do ano pode ser tão bom quanto o do período que passou.

Para a equipe da Planner Corretora, um dos grandes diferenciais da companhia é o fato de estar posicionada em diferentes setores. O foco com a rede de supermercados sempre foi em alimentos, considerado um setor com demanda inelástica (que não sofre grandes influências em caso de crise ou outros eventos econômicos), mas agora o grupo de expandiu para outros setores, adquirindo o Ponto Frio e se fundindo com a Casas Bahia, que são mais sensíveis a eventos econômicos.

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Com isso, o Pão de Açúcar consegue ter forte expansão em momentos positivos para a econômia do País, mas consegue se proteger no setor de alimentos caso o momento não seja favoravél. Além disso, o foco da empresa no mercado interno, o momento pode mostrar grande potencial, já que o governo segue tomando novas medidas para estimular a economia doméstica através do consumo interno.

Ação Recomendações
Dezembro/2012 
Recomendações
Novembro/2012 
Pão de Açúcar PN 13 11
Vale PNA 11 11
Itaú Unibanco PN 10 10
Gerdau PN 9 8
Petrobras PN 9 9
CCR ON 8 10
Cosan ON 8 8
Ambev PN 7 9
Bradesco PN 7 9
Kroton 7 5
BM&FBovespa ON 6 4
MRV ON 6 4
BR Malls ON 5 5
Suzano PNA 5 5
ALL ON 4 1
BR Properties ON 4 5
Lojas Renner ON 4 3

Vale: manutenção do cenário positivo
No último mês não ocorreram grandes alterações para a Vale, e o previsto para dezembro é que ocorra uma manutenção dos atuais patamares nos preços do minério de ferro, fechando novembro em US$ 115,60 por tonelada.

Para os analistas da Um Investimentos, a companhia tem apresentado uma sólida geração de caixa, com margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) de 43,32%, além de ter multiplos bastante atrativos e um nível baixo de endividamento.

Em dezembro, a WinTrade Corretora aposta que o cenário de busca por ganhos de eficiência deva continuar. Tendo em vista os resultados apresentados no terceiro trimestre e as projeções de incrementos futuros, baseados, principalmente, pelo projeto S11D que deve expandir a capacidade de produção de minério de alta qualidade a um custo baixo, cerca de US$ 15/tonelada, a companhia segue como uma boa alternativa de investimento.

Itaú Unibanco: favorito entre os bancos
Apesar do setor financeiro ainda apresentar cautela, a aposta entre os analistas é que as instituições devem começar a ter recuperação após um primeiro semestre complicado, marcado pela pressão para a redução dos spreads do crédito e iniciativa de corte das taxas dos bancos estatais, o que o brigou os bancos privados a reduzir suas taxas também.

Para o HSBC, as instituições financeiras representam atualmente o veículo preferido para uma aposta na recuperação da economia doméstica. A equipe de analistas vê as companhias do setor sendo negociadas bem abaixo das avaliações históricas. Ele ainda apontam a melhoria da qualidade do crédito, o controle de custos e o aumento no cross selling como destaques no último resultado do Itaú, mostrando reversão da tendência de formação de inadimplência e um controle rígido das despesas operacionais, fazendo com que os analistas esperem uma recuperação de 18% nos resultados em 2013.

Metodologia InfoMoney
Ao todo, 30 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Ativa, BB Investimentos, BI&P, Bradesco (2 carteiras), BTG Pactual, Coinvalores, Fator Corretora (2 carteiras), Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Inva Capital, Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Planner, Rico, Safra, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros, TOV, Um, XP (2 carteiras) e WinTrade.

Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em dezembro, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.