Países do G-20 buscam maior flexibilidade em metas fiscais

Autoridades do grupo estão preocupadas com o possível impacto das metas de redução dos déficits das economias avançadas

Reuters

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CIDADE DO MÉXICO – As principais economias do mundo vão se conceder mais margem de manobra para atingir suas próprias metas de redução de déficit orçamentário, em vez de arriscar agravar a desaceleração econômica em muitos países, entre eles os Estados Unidos.

Autoridades do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, estão preocupadas com o possível impacto das metas de redução dos déficits das economias avançadas pela metade até o fim do próximo ano.

“Vamos garantir que o ritmo de consolidação fiscal seja apropriado para dar suporte ao crescimento”, disse o esboço do comunicado do G20, elaborado para reunião de autoridades de Finanças do grupo nesta segunda-feira, no México.

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O G20 concordou em 2010 que as economias avançadas devem reduzir pela metade seus déficits orçamentários até o final do próximo ano. Na ocasião do acordo, a economia global parecia no caminho de uma recuperação da crise financeira dos dois anos anteriores.

Agora a meta parece fora do alcance para muitas economias, incluindo os EUA, por conta da desaceleração do crescimento.

O déficit orçamentário norte-americano ultrapassou 1 trilhão de dólares pelo quarto ano consecutivo no ano fiscal de 2012. O déficit equivale a 7,0 por cento da produção econômica do país.

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Enquanto os EUA precisam controlar seus déficits, muitos países do G20 querem evitar uma avalanche de aumentos de impostos e cortes de gastos a partir de 1º de janeiro na primeira economia do mundo, e que foram traçados no ano passado para mostrar que os EUA poderiam enfrentar seus problemas fiscais.

Essas medidas, apelidadas de “abismo fiscal”, podem levar a economia dos EUA novamente à recessão, a menos que o Congresso consiga atingir um acordo rapidamente após as eleições presidencial e legislativas da terça-feira.

“Pode haver alguma modificação em relação às metas de déficit”, afirmou o ministro das Finanças do Canadá, Jim Flaherty.

“Isso pode não ser compatível com os norte-americanos em uma solução para o abismo fiscal, ou o que quer que seja, então pode haver mais tempo lá”, acrescentou o ministro a jornalistas ainda no domingo, reforçando a necessidade dos países de mostrar que podem eventualmente enfrentar seus problemas fiscais ao longo do tempo.

O esboço do comunicado da reunião de autoridades das Finanças do grupo nesta segunda-feira (5) afirmou que os membros do G20 vão garantir que as finanças públicas estão em um ritmo sustentável, em linha com os compromissos de médio prazo assumidos em 2010.

Na cúpula do grupo em Toronto, os líderes participantes concordaram em estabilizar o déficit público até 2016 na maioria dos países avançados, assim como reduzi-lo pela metade até o final de 2013.

“Vamos garantir que nossas finanças públicas estejam em um caminho sustentável, em linha com os compromissos de Toronto de médio prazo no caso de economias avançadas”, disse o esboço.

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