PagBank (PAGS34): apesar de alta do lucro, tendências de receitas permanecem fracas

Empresa de pagamentos divulgou seus resultados do segundo trimestre na noite de quinta-feira (24)

Felipe Moreira

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O PagBank (PAGS34) divulgou na última quinta-feira (24) que seu lucro líquido do segundo trimestre cresceu 5% em relação ao mesmo período do ano passado, mas ficou abaixo das expectativas de analistas, embora os executivos tenham afirmado que os ganhos devem melhorar nos próximos meses. As ações abriram em queda de mais de 5% na Nasdaq, mas amenizaram a baixa nos primeiros minutos do pregão: às 10h40 (horário de Brasília), os ativos caíam 1,78%, a US$ 8,55.

Segundo Bradesco BBI, o lucro do PagBank foi impulsionado principalmente pelo controle sequencial de custos, levando a uma alavancagem operacional ligeiramente maior.

Apesar do aumento da lucratividade, analistas do BBI acreditam que o mercado deve considerar os resultados marginalmente negativos para as ações, uma vez que as tendências das receitas se deterioraram ainda mais no trimestre, com a desaceleração do TPV ( Volume Total de Pagamentos) e a compressão da taxa de take (taxa de aceitação).

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Uma vez que a expansão do EBT (lucro antes de impostos) foi em grande parte impulsionada pela estabilidade sequencial dos custos (embora destaquemos os níveis mais elevados de investimentos no trimestre), analistas esperam que os riscos para as estimativas de 2024 parecem enviesados ​​para o lado negativo.

Em suma, apesar do fraco desempenho das ações no passado recente (queda de 23% no ano), as ações podem permanecer sob pressão com maiores riscos de revisões em baixa dos lucros, o que se concretizou na sessão pós-balanço.

O Morgan Stanley, por sua vez, comenta que o PagSeguro reportou fraco crescimento de TPV e faturamento, além de uma forte contração na taxa de take, todos os indicadores vieram abaixo das expectativas.

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Por outro lado, a empresa conseguiu entregar um lucro líquido ajustado em linha com o consenso, uma vez que as despesas de marketing foram drasticamente reduzidas. “Não acreditamos que o mercado lhes dará crédito por isso, pois é uma fonte insustentável de ganhos, especialmente considerando o ambiente competitivo acirrado na indústria de pagamentos”, diz o Morgan.

“Além disso, os comentários da teleconferência apontam para uma contração adicional na taxa de aceitação no terceiro trimestre, e as mensagens da administração sobre o crescimento potencial de clientes, o crescimento do TPV e os preços de pré-pagamento não foram necessariamente tranquilizadoras”, acrescenta.

De acordo com Morgan, a fraqueza no espaço de microempresas continua a ser um enigma e é pouco provável que a expansão da empresa no segmento muito competitivo das pequenas e médias empresas compense totalmente os ventos contrários no negócio principal.

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De forma geral, o Morgan Stanley espera que as ações ficarão sob pressão devido aos resultados decepcionantes do 2T23.

Na avaliação do Itaú BBA, o PagBank reportou números razoáveis no trimestre, que refletiram os atuais desafios da indústria, com um lucro líquido dentro das estimativas, mas com tendências de negócios subjacentes fracas.

“Os volumes de aquisição de TPV foram lentos (aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior), com taxas de aquisição em declínio, à medida que o mix continua a mudar para clientes maiores”, destaca BBA, em relatório. “As receitas financeiras também foram lentas devido a um efeito misto.”

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O destaque positivo, por sua vez, foi a eficiência no controle das despesas gerais e administrativas.

A equipe de research do Goldman Sachs comenta que lucro melhor do que o esperado foi impulsionado pelo bom controle de custos, com redução de despesas com pessoal, vendas e marketing, além de provisões.

No entanto, as receitas líquidas decepcionaram novamente, na visão do Goldman Sachs, devido a menores taxas líquidas resultantes do crescimento mais rápido das pequenas e médias empresas (SMBs), mudança na composição e o impacto da mudança regulatória nos cartões pré-pagos/débito que começou em abril.

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Para o JPMorgan, a receita foi o principal destaque negativo, encolhendo 4% em relação ao ano anterior, com uma queda implícita nas taxas líquidas de cerca de 6 pontos-base em relação ao trimestre anterior, para 3,27%.

Segundo o banco, a queda veio das receitas de transações mais baixas, o que resultou em uma redução implícita do rendimento de -10 pontos-base em relação ao trimestre anterior.

Além disso, os números operacionais do PagBank foram fracos, com os depósitos caindo 2% em relação ao trimestre anterior e a carteira de crédito diminuindo 4% em relação ao trimestre anterior.

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Os custos foram um destaque positivo, com queda de 6% em relação ao ano anterior.

Morgan Stanley mantém recomendação equalweight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) para os ADRs do PagBank e preço-alvo US$ 12,50. O JPMorgan e BBI também têm recomendação equivalente à neutro, com preço-alvo de, respectivamente, US$ 11,50 e US$ 9.

O BBA reitera avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de US$ 13. Já o Goldman mantém recomendação de venda e reduziu o preço-alvo de US$ 9 para US$ 8.