Pacote chinês busca evitar desvalorização do yuan frente ao dólar após decisão do Fed

Após anúncio do pacote, ativos chineses tiveram seu melhor desempenho diário desde março de 2022

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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O pacote de estímulos econômicos da China deve ajudar a conter a desvalorização do yuan (moeda local) frente ao dólar, em meio ao começo do ciclo de cortes de juros nos EUA, avaliou a analista global da XP, Maria Irene Jordão.

“Foi intencional da parte do governo chinês”, comentou ela, durante o Morning call da XP desta quarta-feira (25). Segundo a analista, a China também busca atingir meta de crescimento de 5% em 2024, o que poderá ser estimulado por essas medidas.

Desemprego alto entre os jovens

“A gente já esperava que eles fossem fazer alguma coisa para chegar lá”, explicou, ressaltando que a recuperação irregular dos diversos setores econômicos e o desemprego entre os jovens são pontos de preocupação do governo chinês.

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Após o anúncio do pacote, os ativos chineses tiveram seu melhor dia desde março de 2022. Com isso, o ETF FXI (China) assumiu a liderança do monitor de ETFs regionais da XP, com 26,9% de alta em 2024.

O ETF SPY (S&P 500 dos EUA) ficou para trás, com 21,3% de avanço, seguindo do ETF INDI (Índia), com 20,6%. O ETF ACWI (Global) está em 17,9% e o ETF EWU (Reino Unido) em quinto lugar no monitor da XP, com 15,7%.

Maria Irene Jordão avalia que as medidas anunciadas vieram mais abrangentes do que o mercado antecipava e acabaram tendo uma boa recepção do mercado.

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Surpresa boa para as companhias listadas

As medidas focadas no mercado financeiro, segundo ela, foram as maiores surpresas do pacote.

“O mais surpreendente foi o anúncio sem precedentes de um fundo para financiamento para compra de ações. O governo vai dar uma linha de crédito específica para as empresas listadas para recompra de ações”, comentou.

“Isso mostra que o governo está preocupado com o valuation (das companhias listadas)”, acrescentou.

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A analista pontua que o mercado vinha muito preocupado diante da percepção da má relação do governo com o setor privado nos últimos anos, sobretudo após o crackdown (medidas restritivas) das empresas de tecnologia, que estavam ficando grande demais.

“Depois, teve a crise do setor imobiliário”, complementou. “O governo foi se mostrando cada vez mais aberto a dar estímulos diferentes do histórico deles, e eles devem continuar a dar estímulos a fim de entregar o crescimento”, finalizou.