Os setores que estão no radar de investimentos da Itaúsa, que segue interessada em expandir seu portfólio

Em teleconferência, CEO Alfredo Setúbal destacou interesse no segmento de agronegócio e energia renovável, mas que não há operação no radar

Lara Rizério

Itaúsa (Foto: Divulgação)

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SÃO PAULO – O presidente-executivo da Itaúsa (ITSA4), Alfredo Setubal, holding que tem participação no Itaú Unibanco (ITUB4) e em outras companhias, destacou em teleconferência com jornalistas nesta terça-feira (10) que a empresa está atenta a possíveis investimentos no agronegócio e também em energia, mas que não tem um negócio no radar para ser fechado nos próximos meses.

Desde o final do ano passado, a holding anunciou diversas aquisições, como a compra de 8,53% da empresa de saneamento básico Aegea – que, após arrematar dois dos quatro blocos do leilão da Cedae em abril tornou-se a maior empresa de saneamento do País –  e também fatia na Nova Transportadora do Sudeste (NTS).

“Vamos continuar perseguindo bons investimentos, que gerem retorno para os acionistas”, afirmou Setúbal, reiterando que segue interesse em ampliar o portfólio da Itaúsa. Além desses investimentos, a holding também tem participação na fabricante de calçados Alpargatas (ALPA4) e na Dexco (DTEX3) – ex-Duratex, de louças e painéis de madeira -, além de XPart e Copa Energia.

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Os números das companhias levaram a Itaúsa a registrar lucro líquido de R$ 3,5 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 487% superior ao apresentado um ano antes. O lucro líquido recorrente, por sua vez, foi de R$ 2,86 bilhões no período, alta de 99% sobre o mesmo período de 2020.

A alta do lucro foi impactada, principalmente pelo resultado de seu principal ativo, o Itaú, além de um ganho de R$ 476 milhões com a reavaliação de crédito tributário com a majoração da alíquota da CSLL.

Com relação aos possíveis investimentos no agronegócio, Setúbal apontou que até o momento não foi encontrada nenhuma oportunidade. “Mas é um setor que sem dúvida nenhuma gostaríamos de participar, faz falta no nosso portfólio”. Já no setor de energia, o segmento em que a Itaúsa está de olho é em renováveis e também em distribuição.

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Além desses segmentos, Setúbal apontou que a Itaúsa avalia entrar em outros setores de concessões públicas, além de saneamento.

O CEO ainda apontou que a Itaúsa está se preparando para lidar com uma eventual crise energética. “Estamos nos preparando principalmente para evitar que as agências tenham problemas, eventualmente com uso de geradores”, apontou.

Ele destacou que alguns ativos industriais nos quais a Itaúsa tem participação já possuem autogeração de energia, mas que opções adicionais estão sendo discutidas.

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Sobre as discussões sobre a reforma do Imposto de Renda, que prevê o fim dos juros sobre o capital próprio e a taxação de dividendos, o CEO da holding avalia que ainda é cedo para falar sobre o tema, uma vez que pode estar sujeito a muitas mudanças. Contudo, ele aponta que, se por um lado, os proventos serão taxados, por outro haverá redução também do imposto de renda sobre as empresas, que pode impactar positivamente no resultado.

De acordo com Setúbal, o relator da proposta, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), tem se mostrado aberto a ouvir as demandas e procurar soluções que não gerem aumento da carga tributária e nem complique o sistema.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.