Os anúncios de Biden que agradaram os investidores e fizeram o Dow Jones ir a 30 mil pontos pela 1ª vez na história

Investidores gostaram dos novos integrantes do governo Biden, em especial Janet Yellen, além da autorização de início da transição

Rodrigo Tolotti

Joe Biden (Foto: Facebook/Joe Biden)

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SÃO PAULO – Além do otimismo com o avanço das vacinas contra o novo coronavírus, um outro fator ajudou a impulsionar os mercados neste início de semana, em especial nos Estados Unidos: a autorização da transição de governo e os primeiros nomes escolhidos por Joe Biden para compor sua equipe.

No pregão de segunda, os índices americanos já tinham fechado em alta, puxados especialmente pelo rumor de que a ex-presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, deverá ser a secretária de Tesouro de Biden.

Mas foi com a notícia de que Donald Trump autorizou a transição de governo que levou Wall Street a subir forte nesta terça-feira (24).

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O índice Dow Jones fechou com alta de 1,54%, em 30.046 pontos, superando pela primeira vez na história a marca de 30 mil pontos. Já o S&P 500 subiu 1,62%, a 3.635 pontos, enquanto o Nasdaq teve ganhos de 1,31%, para 12.036 pontos.

Isso anima os investidores principalmente porque sinaliza o fim das incertezas sobre o resultado da eleição. Mesmo que Trump ainda insista em dizer que seguirá sua luta na Justiça, as confirmações dos resultados pelos estados da Pensilvânia, Geórgia e Michigan, além desta autorização da transição, mostram que até mesmo o atual presidente está começando a assumir a derrota.

Na tarde de segunda, a Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês) informou ao presidente eleito Joe Biden que a atual administração está pronta para iniciar o processo formal de transição, segundo uma carta da administradora Emily Murphy enviada para a equipe do democrata.

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Este é o primeiro passo para o reconhecimento do resultado das urnas, mais de duas semanas após o democrata ser declarado vencedor.

A decisão faz com que a transição comece oficialmente, permitindo que os funcionários da agência de administração atual trabalhem em conjunto com a nova equipe de Biden, fornecendo milhões em fundos governamentais para a transição.

Mas Biden não esperou essa autorização para começar a anunciar as pessoas que irão trabalhar em seu governo. E os primeiros nomes agradaram os investidores (conheça eles clicando aqui).

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Entre os nomes que chamaram atenção estão o de Avril Haines como diretora nacional de inteligência e Alejandro Mayorkas para o DHS (Departamento de Segurança Interna). Eles são a primeira mulher e o primeiro latino-americano a ocuparem os respectivos cargos.

Para a equipe da Levante Ideias de Investimento, as indicações de Biden mostram “um governo americano mais alinhado com a globalização, o que pode reduzir as tensões internacionais e aumentar o apetite por risco, beneficiando economias emergentes como o Brasil”.

Porém, um nome em especial foi o que mais agradou os investidores: Janet Yellen. Ainda não confirmada, ela deve se tornar a nova secretária de Tesouro e é vista como uma escolha favorável ao mercado por conta de sua atuação no Fed durante o governo de Barack Obama.

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Na época em que esteve à frente do banco central americano, Yellen comandou uma uma longa expansão econômica com taxas de juros historicamente baixas, e agora é esperado que ela pressione por mais estímulos fiscais no atual cenário do país.

“Acho que este é um forte sinal de que Biden estará focado na reconstrução da economia em vez de buscar uma política regulatória agressiva”, disse Ed Mills, analista de política de Washington da Raymond James para a CNBC.

“Ela [Yellen] será uma voz efetiva de mais apoio fiscal em comparação com alguém que é visto como partidário […] Eu diria que é um desenvolvimento positivo para o mercado, mas mais importante para a economia como um todo”, avalia.

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Já para Stephen Innes, estrategista-chefe de mercado global da Axi, a combinação de Yellen no Tesouro e de Jerome Powell no comando do Fed pode ser muito boa para as bolsas.

“Não é por causa da pressão para ampliar a política, mas sim porque ambos têm as mesmas opiniões sobre empregos”, explica Innes. “Eles testemunharam erros de política e impactos de mercado nodosos de aumentos antecipados das taxas. Haverá um acordo mútuo para juros mais baixos por muito, muito tempo. E essa coesão será boa para o mercado em geral”, disse ele.

Nos próximos dias, Biden deve anunciar mais nomes para seu governo, enquanto é esperado para dia 14 de dezembro a confirmação dos resultados das urnas, declarando o democrata oficialmente o novo presidente dos EUA.

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Vale lembrar ainda que na quinta-feira as bolsas americanas ficam fechadas por conta do feriado de Ação de Graças, enquanto na sexta elas fecham mais cedo ainda no clima do feriado.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.