Os 7 pontos da assembleia decisiva da Vale, 4 recomendações e mais 9 notícias no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (27)

Lara Rizério

(Divulgação)

Publicidade

SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta terça-feira tem como destaque a assembleia da Vale que decidirá sobre a reestruturação societária da companhia. Atenção ainda para a J&F, com a Itaúsa de olho na Alpargatas e os irmãos Batista comprando a participação das irmãs na holding. Confira estes e outros destaques de hoje:

Vale (VALE3;VALE5)

A Vale realiza uma importante reunião com acionistas no Rio de Janeiro a partir das 10h (horário de Brasília). Na pauta da assembleia, está a conversão das ações preferenciais em ordinárias e a migração para o Novo Mercado. Há expectativa de que a Vale discuta novo modelo de controle, deixando a companhia sem um um grupo controlador claro: a mineradora tem buscado apoio para o seu plano de dissolver um bloco
de acionistas controladores que incluiu fundos de pensão
estaduais e BNDES. Vista por muito tempo como sendo vulnerável à intervenção do governo, a companhia iniciou o processo de reestruturação em fevereiro, em meio ao vencimento do acordo de acionistas de 20 anos da empresa. 

“Considerando a necessidade de uma maioria simples e nossa
percepção falando com os investidores, o acordo provavelmente passará”, aponta o BTG Pactual. Já os analistas do Itaú BBA apontaram que, embora nem todos possam concordar com cada parte da proposta, “a maioria dos investidores acredita que a transação pode melhorar a governança corporativa da Vale e reduzir o risco de intervenção do governo”.

Os sete pontos da assembleia da Vale são os que se seguem: i) conversão voluntária de ações preferenciais classe “A” de emissão da Vale em ações ordinárias na relação de 0,9342 ação ordinária por cada ação preferencial classe “A”; ii) alteração do Estatuto Social da Vale para adequá-lo às regras do segmento especial de listagem da B3 denominado Novo Mercado, assim como para implementar determinados ajustes e melhorias; iii) versão do patrimônio da Valepar para a Vale; iv) ratificação da nomeação da KPMG Auditores Independentes, empresa especializada indicada pelas administrações da Vale e da Valepar para proceder à avaliação do patrimônio líquido da Valepar; v) laudo de Avaliação do patrimônio líquido da Valepar; vi) incorporação da Valepar pela Companhia, com a emissão de 1.908.980.340 novas ações ordinárias em substituição às 1.716.435.045 ações ordinárias e 20.340.000 ações preferenciais de emissão da Vale atualmente detidas pela Valepar, que serão extintas em decorrência da referida incorporação; e vii) a consequente alteração do caput do Art. 5º do Estatuto Social da companhia.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras precisou paralisar a produção da plataforma P-35, no campo de Marlim, na Bacia de Campos, após registrar vazamento de pequena quantidade de água oleosa no mar, informou a companhia em um comunicado à imprensa na noite de ontem.

A petroleira explicou que o vazamento, já contido, não deixou feridos, e que a plataforma encontra-se em condição segura. “A companhia já mobilizou embarcação para estimar o volume vazado no local”, afirmou a empresa.

Não havia informação no comunicado se a produção continuava paralisada, após o vazamento, registrado na tarde desta segunda-feira.

Itaúsa (ITSA4) e Alpargatas (ALPA4)
A Itaúsa, braço industrial do grupo Itaú Unibanco, informou na segunda-feira que aprovou a participação em análises da Cambuhy para compra de participação da J&F na Alpargatas.

“A Itaúsa tem por objetivo adquirir 50 por cento da participação detida pela J&F e firmar acordo de acionistas com a Cambuhy para gestão compartilhada da Alpargatas”, afirmou a Itaúsa em comunicado.

Mais cedo, a Alpargatas havia informado que a J&F fechou acordo de confidencialidade com a Cambuhy para possível venda de participação na Alpargatas. A Cambuhy é o veículo de investimentos da família Moreira Salles.

J&F

Ainda sobre o grupo J&F, Wesley e Joesley Batista aparecem como os únicos acionistas da J&F Investimentos, holding que controla a JBS, entre outros negócios, de acordo com os últimos formulários de referência da JBS na CVM.

Até 26 de maio, as irmãs Vanessa, Valere e Vivianne também haviam compartilhado fatia na holding através da VVMB Participações, VLBM Participações, VNMB Participações e ZMF Fundo de Investimento em Participações. A mudança foi relatada pela JBS em 31 de maio. A J&F não quis comentar as transações.

Fleury (FLRY3)
O Grupo Fleury informou que foi aprovada por unanimidade o desdobramento das ações ordinárias de emissão da companhia, na proporção de duas ações para cada uma ação existente, resultando em um aumento de 100% do número das ações.

A empresa destacou que o valor de seu capital social permanece inalterado, mas passará a ser representado por 314.791.538 ações ordinárias.

O desdobramento terá como base a posição acionária desta segunda-feira, com os papéis passando a negociar na forma “ex” a partir desta terça-feira, dia 27. O crédito das ações desdobradas será realizado em 30 de junho.

Natura (NATU3)
A empresa de cosméticos Natura anunciou ter concluído nesta segunda-feira a compra de 100% da marca britânica The Body Shop que pertencia à francesa L’Oreal. A compra foi feita por meio da Natura International, que tem sede na Holanda.

A Natura afirmou que pretende convocar uma assembleia-geral extraordinária de acionistas para votar sobre a operação. O fechamento da operação segue condicionado às aprovações regulatórias, especialmente no Brasil e nos Estados Unidos.

A Natura havia informado no dia 9 que entrou em negociações exclusivas com a L’Oreal para comprar dela a The Body Shop, num negócio que pode movimentar 1 bilhão de euros.

“Apesar de diversificar seu modelo de negócios, o negócio representa uma complexidade grande de integração, dada presença global da Body Shop (em 60 países) com diferentes modelos de negócios (franquias e lojas próprias), além de uma operação que tem enfrentado dificuldades em recuperar vendas e rentabilidade”, ressalta o BTG Pactual.

Bradesco (BBDC3; BBDC4)
O Bradesco anunciou a renovação de seu programa de recompra de ações. De acordo com a companhia, poderão ser recompradas até 15 milhões de papéis, sendo 7,5 milhões de ON e 7,5 milhões PN. O período da recompra é entre 27 de junho de 2017 a 26 de junho de 2018.

São Martinho (SMTO3)

A São Martinho fechou o quarto trimestre da safra 2016/17, encerrado em 31 de março, com lucro líquido recorde de R$ 119,4 milhões, 65,6% acima na comparação com igual período do ciclo anterior. O Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação e amortização) ajustado teve alta de 15,8%, para R$ 401 milhões, enquanto a receita líquida subiu 9,3%, a R$ 894,3 milhões.

O BTG Pactual destacou que o resultado foi levemente acima das estimativas e segue com recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 26,00. A companhia ainda teve a cobertura reiniciada com recomendação outperform pelo Itaú BBA. 

Wilson Sons (WSON33)

A Wilson Sons comunciou que, através de sua subsidiária integralmente controlada Saveiros, assinou com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social”), contrato de financiamento no montante de até US$ 54 milhões para a construção de 6 novos rebocadores marítimos. As embarcações serão construídas no estaleiro da Wilson Sons no Guarujá (SP).  

“A construção de novos rebocadores faz parte da estratégia da companhia de aumentar e renovar sua frota para atender os maiores navios que operam no Brasil e facilitar o fluxo comercial do país”, afirmou a empresa.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

Diversas notícias estão no radar da Eletrobras. O Citi elevou a recomendação para a companhia para neutra/risco elevado em meio à forte queda dos papéis desde setembro. 

Além disso, em resposta ao vazamento de conversa com sindicalistas, durante a qual afirmou que “vagabundos” e “safados” ocupam cargos de chefia na estatal, o CEO Wilson Ferreira Júnior, disse que “exagerou”, mas que tem uma agenda a enfrentar. “É preciso mudar a cultura da empresa, que não é voltada para a meritocracia”, afirmou. Ele admitiu ainda o abandono de 43 projetos, alguns com custo financeiro quatro vezes superior ao retorno que a empresa teria se optasse por concluir a obra.

Por fim, segundo O Globo, quatro grupos estrangeiros já demonstraram interesse em participar do projeto de construção da usina nuclear de Angra 3. O jornal citou Wilson Ferreira Júnior. As obras estão paradas desde 2015 em razão do envolvimento no escândalo de corrupção. Ferreira afirmou que empresas de Rússia, China, Coreia do Sul e França já manifestaram disposição para participar do projeto.

CSN (CSNA3)

A Coluna do Broad informa que a CSN e a Deloitte estão debruçadas sobre os últimos balanços trimestrais da empresa, que precisaram ser revisados por conta da combinação de negócios das atividades de mineração e logística da companhia, no fim de 2015.

Segundo a coluna, ao mercado, a CSN tem reiterado que a revisão ocorre por conta do tratamento fiscal da operação com a Namisa, com a criação da Congonhas Minérios. No entanto, auditoria e empresa não chegam a um acordo e a Deloitte não quer assinar o documento. Desta forma, perto do fim do segundo trimestre, há duas divulgações de resultados atrasadas. Procuradas, CSN e Deloitte não comentaram.

Smiles (SMLE3)

O BTG Pactual reforçou o call no papel em cima de bom momento de resultado no curto prazo. “Ao contrário da Multiplus, esperamos que a Smiles reporte mais um trimestre forte e contínuo ganho de share versus Multiplus”, apontam os analistas do banco. 

Valid (VLID3)

A Valid teve a cobertura iniciada pelo Bradesco BBI com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 20,00. 

Localiza (RENT3)

A operação que envolve a aquisição de controle da Car Rental Systems pela Localiza e prevê estabelecimento de um contrato associativo para compartilhamento entre Grupo Localiza e o Grupo Hertz é aprovada sem restrições pelo Cade. A Car Rental Systems atua nos mercados de locação de veículos e terceirização de frotas e era controlada por empresas do Grupo Hertz.

 

(Com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.