Os 5 eventos que vão agitar os mercados nesta semana

Confira o que ficar de olho nesta segunda e na semana

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Amplamente esperada pelo mercado, a vitória do centrista Emmanuel Macron gerou alívio, mas não animou os investidores nesta segunda-feira, com o euro e a maior parte dos índices europeus em queda. Enquanto isso, o mercado repercute os dados fracos da China, que leva a um novo dia de baixa do minério de ferro. Na semana, atenção para o debate sobre a reforma da Previdência e para a divulgação do resultado da Petrobras na quinta. Confira os eventos desta segunda e da semana: 

1. Bolsas mundiais

No clássico “sobe no boato, cai no fato”, os principais índices europeus têm um dia de queda após a vitória do centrista Emmanuel Macron na França sobre Marine Le Pen, que vinha sendo amplamente antecipada pelas pesquisas e precificada pelo mercado. Com isso, o euro tem sua primeira baixa frente ao dólar em três dias. 

Contribuindo para o dia de queda dos principais índices mundiais, está a baixa do minério de ferro em meio aos dados fracos da economia chinesa. As exportações chinesas medidas em dólares tiveram expansão anual de 8% em abril, depois de crescerem 16,4% em março, segundo dados da Administração Geral de Alfândega do país. Economistas consultados pelo The Wall Street Journal, contudo, previam acréscimo maior nas exportações de abril, de 10%. As importações da China subiram 11,9% em abril ante igual mês do ano passado, após exibirem alta de 20,3% em março. Também neste caso, o resultado veio abaixo da projeção do mercado, que era de ganho de 18%. Por outro lado, se o dia é de queda para os principais mercados, o Nikkei subiu 2,3% na esteira do resultado da eleição francesa. 

Já o petróleo opera praticamente estável e se mantém acima de US$ 46, após Arábia Saudita e Rússia dizerem que pretendem estender cortes de produção para 2018. 

Às 7h54, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) +0,16 %

*CAC-40 (França) -0,86%

*DAX (Alemanha) -0,20%

*Xangai (China) -0,85% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,41% (fechado)

*Nikkei (Japão) +2,31% (fechado)

*Petróleo brent -0,16%, a US$ 49,02 o barril

*Petróleo WTI -0,11%, a US$ 46,17 o barril

*Minério de ferro negociado com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao -2,56%, a US$ 60,15 a tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -0,21%, a 467 iuanes

2. Agenda econômica da semana

O dado doméstico mais importante é o IPCA de abril, na quarta-feira (10), às 9h. Levantamento da Bloomberg aponta que a inflação deve desacelerar para 0,19% no mês e para 4,11% no acumulado de 12 meses. A semana também tem informações referentes ao nível de atividade de março. Na quinta (11) saem as vendas no varejo e, na sexta (12), o volume de serviços, ambos às 9h. Entre os dados semanais, atenção balança comercial já nesta segunda-feira (08), às 15h, e para o fluxo cambial, na quarta-feira, às 12h30.

Nos Estados Unidos, os investidores monitoram falas dos presidentes regionais do Fed. Nesta segunda falam James Bullard, de Saint Louis, às 09h35 e, Loretta Mester, de Cleveland, às 9h45. Na terça é a vez de Eric Rosengren, às 14h, e Robert Kaplan, de Dallas, às 17h15. Charles Evans encerra a semana com uma fala na sexta, às 10h. Entre os indicadores, foco nos estoques no atacado, nesta terça-feira, às 11h. Na quarta, os olhos se voltam para os estoques de petróleo, às 11h30, especialmente em meio às fortes quedas recentes na cotação do barril, e para o resultado fiscal de abril, às 15h. A inflação ao produtor medida pelo PPI e os pedidos de auxílio-desemprego saem na quinta-feira, às 9h30. No mesmo horário, na sexta, serão divulgados o CPI, com os preços ao consumidor, e as vendas no varejo, às 9h30.  No mesmo dia, às 11h, saem a confiança do consumidor medida pelo Sentimento de Michigan e os estoques empresariais, ambos de março.

Na Europa, destaque para a decisão de juros do BoE (Bank of England), na quinta, às 8h, e para o PIB e o CPI da Alemanha, na sexta, às 3h. Na Ásia, foco para o CPI e o PPI da China, na terça, às 22h30, e dados da balança comercial, ainda sem data definida de divulgação.

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3. Agenda política da semana

Na política, o destaque fica com o depoimento que o ex-presidente Lula presta ao juiz Sérgio Moro no âmbito do processo da Lava Jato na quarta-feira, às 10h. Segundo o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, a capital paranaense já vive clima de tensão e são esperadas manifestações favoráveis e contrárias ao petista. 

Vale destacar que, em vídeo publicado no sábado, o juiz federal Sérgio Moro pediu para que manifestantes não compareçam à Justiça Federal em Curitiba na próxima quarta.  “Não costumo fazer isso, mas vou fazer isso dessa vez”, diz Moro logo no início da gravação. “Tenho ouvido que muita gente que apoia a Operação Lava Jato pretende vir a Curitiba manifestar esse apoio, ou pessoas mesmo de Curitiba pretendem vir aqui manifestar esse apoio… eu digo o seguinte: este apoio sempre foi importante, mas nessa data ele não é necessário”, afirma o magistrado no vídeo que foi publicado na página do Facebook mantida por sua mulher, Rosângela Wolff Moro.

Segue no radar, a tramitação da reforma da Previdência na Câmara. Depois da aprovação na comissão especial, nesta semana os deputados apreciam os destaques ao projeto. Segundo a Bloomberg, o governo ainda não tem o apoio que garanta a aprovação da reforma da Previdência no plenário, mas pretende atingir o mínimo necessário de 308 votos necessários até o fim deste mês, de acordo com um ministro. 

O governo fará nos próximos dias uma amplo trabalho de divulgação para explicar à população os objetivos e efeitos da reforma da Previdência, de acordo com o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy. Na tarde de domingo (7), o presidente Michel Temer reuniu ministros e o relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), no Palácio da Alvorada, para discutir a reforma.

4. Agenda da segunda-feira

Nesta segunda-feira, Michel Temer participa de encontro nacional de chefes de agências do IBGE, Brasília, às 11h. Já Henrique Meirelles participa da cerimônia em comemoração ao dia da Vitória, às 11h00, no Rio de Janeiro. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro afirmou ter certeza que a reforma da Previdência “passa no plenário”. 

Já o presidente do BC Ilan Goldfajn participa da Reunião Bimestral de Presidentes de Bancos Centrais, promovida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), e de reunião com executivos da Asset One, da Mizuho Securities e da Teneo Partners, ambos em Tóquio, Japão. 

Maria Silvia Bastos Marques, presidente do BNDES, participa de almoço e debate da Lide, São Paulo, 12h00, em meio a rumores sobre a sua saída do banco, que foram negados pelo Planalto.  O Planalto informou, por meio da assessoria de imprensa, que “o presidente não tem a menor intenção de tirar a Maria Silvia”.  O site da revista Época disse no domingo, em nota da coluna Expresso sem citar fontes, que Temer havia dado prazo de três meses para Moreira Franco substituir Maria Silvia, que estaria sendo alvo de reclamações ostensivas de empresários que a acusam de fechar o caixa do banco estatal, segundo a revista.

5. Noticiário corporativo

O noticiário corporativo é movimentado, com destaque para a temporada de resultados, com o BB Seguridade registrando lucro de R$ 992,8 milhões no primeiro trimestre, além dos números de AES Tietê, Taesa, Eletropaulo, Alpargatas, M. Dias Branco. Na semana, serão divulgados os dados da Petrobras na quinta-feira após o fechamento do pregão.

Ainda em destaque, a Fibria afirmou que analisa opções de fusões e aquisições em meio a pedidos por consolidação. Além disso, a BR Malls planeja oferta de ações de R$ 1,7 bilhão, segundo disse fonte à Reuters, enquanto o Tesouro iniciará a venda de ações do Banco do Brasil. No radar de recomendações, a RD, ex-Raia Drogasil, foi rebaixada de compra para manutenção pelo HSBC, enquanto a Hypermarcas foi elevada de manutenção para compra pelo mesmo banco. Já a Vale teve o preço-alvo ADR cortado para US$ 11 pelo Bradesco BBI com recomendação neutra mantida. 

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.