Os 5 eventos que agitarão o mercado nesta semana

Confira os destaques desta segunda-feira (21) e da semana que você deve se atentar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Depois de uma leve alta de 1,32% do Ibovespa e de uma leve baixa de 0,16% do dólar na última semana, de forte volatilidade ainda seguindo o cenário mundial após a eleição de Donald Trump nos EUA, os mercados seguem de olho nos próximos passos do presidente eleito norte-americano. Contudo, os investidores em Brasil seguem de olho na pauta do Senado e também nas novas polêmicas do governo Michel Temer, agora com a saída do ministro da Cultura Marcelo Calero. Confira os destaques desta segunda e da semana:

1. Bolsas mundiais
As bolsas mundiais têm um dia misto nesta segunda-feira. As bolsas europeias têm um dia de leve queda, de olho na fala do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, às 14h. Além disso, destaque para o noticiário político do continente. Ontem, o ex-presidente francês, Nicolas Sarkosy, admitiu sua derrota nas primárias de centro-direita da França à presidência; o segundo-turno será definido entre  os ex-primeiros-ministros François Fillon e Alain Juppé. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, confirmou que vai concorrer ao quarto mandato.

Além disso, os mercados devem ficar de olho nos próximos passos do presidente eleito Donald Trump para a formação de seu governo. Trump conversa com executivos de Wall Street sobre possível ida para secretaria do Tesouro, enquanto Mitt Romney é cotado para ser o secretário de estado. Além disso, o vice-presidente do Federal Reserve Stanley Fischer fala hoje às 11h. 

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Enquanto isso, na China, os mercados atingiram a máxima de 10 meses impulsionados pelas blue-chips, mas os ganhos foram limitados uma vez que alguns investidores permaneceram céticos de que a tendência de alta possa se estender. No restante da região, os mercados mostraram-se defensivos, diante de temores de que o fortalecimento do dólar e a alta dos rendimentos dos títulos norte-americanos desde a eleição presidencial de Trump poderiam acelerar as saídas de fundos da região de volta para os mercados norte-americanos. Já entre as commodities, o petróleo amplia alta com Irã e Iraque sinalizando esperança para acordo da Opep; metais avançam com otimismo sobre demanda na China e EUA.

Às 08h00, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) -0,17%

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* CAC-40 (França) -0,41%

*DAX (Alemanha) -0,47%

* Xangai (China) +0,79% (fechado)

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*Hang Seng (Hong Kong) +0,06% (fechado)

* Nikkei (Japão) +0,77% (fechado)

*Petróleo WTI +0,88%, a US$ 46,09 o barril

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*Petróleo brent +1,05%, a US$ 47,35 o barril

2. Cenário externo
Em destaque na semana, o vice-presidente do Federal Reserve, Stanley Fischer, fala nesta segunda-feira. Já a ata do último encontro do Fomc, realizada no dia 2, será revelada na quarta-feira. Ambos os eventos devem reforçar as apostas do mercado sobre a política do Fed, após Janet Yellen, chairwoman da autoridade monetária, na última quinta-feira ter reiterado a sinalização de alta iminente dos juros. Entre indicadores americanos que saem na semana estão bens duráveis e vendas de moradias. Fora dos EUA, fala de Draghi é destaque na zona do euro na segunda.

3. Indicadores do Brasil
Entre os indicadores econômicos, o destaque da semana fica para o IPCA-15 de novembro, a ser revelado na próxima quarta-feira às 9h pelo IBGE e que deve mostrar avanço de 0,25% na comparação com o mês anterior, segundo mediana das estimativas da Bloomberg.  Depois da eleição de Donald Trump nos EUA, o mercado abandonou praticamente apostas em aceleração do corte da Selic. Entre outras divulgações previstas para a próxima semana estão as contas externas, na terça-feira, e o resultado do governo central, na sexta-feira, que deverá mostrar superávit de R$ 38 bilhões, em virtude do programa de repatriação de recursos do exterior, segundo estimativas do Bradesco. 

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Vale destacar que, nesta segunda-feira, o BC reduz a sua atuação no câmbio após a forte atuação na última semana. A autoridade monetária oferta até 20 mil contratos de swap cambial para rolagem às 11h30, com resultado às 11h50. O BC não fará leilão de swap tradicional hoje, após a terceira queda seguida do dólar frente ao real, que registrou a melhor performance ante a moeda americana entre as principais divisas globais e moedas emergentes na sexta-feira.

4. Senado e crise política
O noticiário político é movimentado nesta semana. Em destaque,  está uma nova crise instalada dentro do Palácio do Planalto pela denúncia do ministro da Cultura, Marcelo Calero, que renunciou ao cargo acusando o ministro Geddel Vieira Lima de pressioná-lo para liberar ante o órgão do patrimônio histórico um prédio na Bahia no qual Geddel comprou um apartamento de alto luxo. Segundo o Valor, Temer avalia se vai manter o ministro no cargo. 

Na agenda desta segunda, Temer, Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn participam de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, 9h30, e almoçam com integrantes, 13h.

No Senado, a agenda também é movimentada durante a semana. A Casa terá sessões deliberativas já a partir desta segunda, com a discussão das propostas de emenda à Constituição (PEC) 55/2016, que institui o teto de gastos públicos para os próximos 20 anos, e a PEC 36/2016, que trata da reforma política. Os dois temas voltam a ser discutidos na terça-feira (22). Em sessão extraordinária, pela manhã, o plenário fará um debate temático com economistas sobre a PEC do Teto de Gastos. Depois, volta a discutir a PEC da reforma política e vota o projeto que muda as regras para aplicação do Imposto Sobre Serviços.

Ainda na terça, na segunda sessão do dia, a previsão é que o plenário vote o projeto de lei que reabre o prazo para repatriação de dinheiro enviado ao exterior sem declaração à Receita Federal. O  novo prazo será de 1° de janeiro a 15 de março, e os contribuintes que sonegaram o imposto deverão pagar multa e Imposto de Renda de 17,5%, cada. Se aprovado, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados. Também contará prazo para mais uma sessão de discussão da PEC do Teto de Gastos. 

5. Noticiário corporativo
Em destaque, está a notícia de que o Banco do Brasil vai anunciar nesta segunda-feira  em coletiva de imprensa, um plano de reestruturação da instituição que reduzirá o número de agências e oferecerá um plano de aposentadoria incentivada para até 18 mil funcionários. . A economia anual com o enxugamento da estrutura é estimada pelo BB em R$ 750 milhões. Já segundo a coluna Radar Online, da Veja, informa que Nelson Tanure foi ao Palácio do Planalto para apresentar um programa de salvação para a Oi, atualmente em recuperação judicial. 

(Com Agência Brasil, Agência Estado, Reuters e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.