Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado neste feriado

Com a B3 fechada em feriado, os investidores devem se atentar para o desempenho dos papéis de companhias brasileiras nos EUA

Marcos Mortari

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Os principais índices do mercado acionário global operam em baixa nesta quinta-feira (11), repercutindo o tom considerado pessimista do Federal Reserve na véspera e em meio a preocupações com os riscos de uma segunda onda de coronavírus em parte dos Estados Unidos.

Com a B3 fechada em função do feriado de Corpus Christi, os investidores devem se atentar para o desempenho dos papéis de companhias brasileiras nos EUA.

Eis os destaques do dia:

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1. Bolsas mundiais

O dia é de queda acentuada para os principais índices acionários do mercado internacional, com os investidores digerindo manifestações vindas do Federal Reserve no dia anterior. O tom cauteloso do presidente do Fed, Jerome Powell, trouxe cautela aos mercados.

O chairman da autoridade monetária americana afirmou ser possível que milhões de pessoas precisem de mais apoio econômico e revelou temores de uma possível segunda onda do coronavírus, que “afetaria indústrias que já devem ter uma recuperação lenta”.

Powell disse ainda que o Fed está em estágio final para lançar programa de empréstimos à Main Street e que é possível haver uma parcela significativa de pessoas desempregadas mesmo quando a retomada econômica estiver em curso.

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Com tal percepção sobre a economia, o chairman ressaltou que o Fed “não está nem pensando sobre aumento de juros”.

Os índices futuros norte-americanos registravam uma queda nas primeiras movimentações do dia, em meio às preocupações com riscos de uma segunda onda do novo coronavírus após serem constatados aumentos nos registros de casos em estados que adotam uma reabertura gradual.

Na Europa, o índice Stoxx 600 recuava mais de 2%, com um novo mergulho de empresas do setor aéreo e recuos de diversos setores econômicos. Movimento similar é observado na Ásia e no mercado de commodities.

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Veja o desempenho dos mercados, às 8h57 (horário de Brasília):

Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), -2,19%
*Nasdaq Futuro (EUA), -1,58%
*Dow Jones Futuro (EUA), -2,66%

Europa
*Dax (Alemanha), -2,65%
*FTSE 100 (Reino Unido), -2,45%
*CAC 40 (França), -2,75%
*FTSE MIB (Itália), -3,22%

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Ásia
*Nikkei 225 (Japão), -2,82% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -2,27% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,78% (fechado)

*Petróleo WTI, 4,44%, a US$ 37,84 o barril
*Petróleo Brent, -3,79%, a US$ 40,15 o barril

2. Feriado na B3

Apesar de o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, ter antecipado o feriado de Corpus Christi, a data se manteve no calendário de feriados da B3, que não tem negociações nesta quinta-feira. Com isso, os investidores devem acompanhar as movimentações dos mercados internacionais.

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O desempenho dos ADRs (American Depositary Receipts) – os papéis das companhias de fora dos EUA negociadas nas bolsas norte-americanas – pode antecipar o movimento da reabertura do mercado acionário brasileiro na sexta-feira (12).

Investidores devem acompanhar com atenção o resultado do descompasso gerado entre as atividades no mercado internacional e um dia de bolsa fechada no Brasil.

3. Agenda econômica

Do lado dos indicadores econômicos, as atenções se voltam para a divulgação, às 9h30 (horário de Brasília), do número de novos pedidos de auxílio-desemprego registrados nos Estados Unidos, na semana encerrada em 6 de junho. As estimativas dos economistas giram em torno de 1,525 milhão ante outros 1,877 milhão apresentados na semana anterior.

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O indicador é considerado um termômetro sobre a situação da economia norte-americana, sobretudo diante dos impactos causados pela pandemia do novo coronavírus, e costumam ser considerados na formulação de políticas, inclusive decisões de política monetária do Federal Reserve.

4. Noticiário político

O Supremo Tribunal Federal iniciou, na última quarta-feira (10), julgamento de uma ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) que questionava a constitucionalidade do inquérito das fake news, aberto há um ano e sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Relator do pedido de arquivamento das investigações, o ministro Edson Fachin votou a favor da validade do inquérito e das decisões tomadas até o momento pelo relator, mas defendeu que sejam estabelecidos limites para as ações.

Em uma apresentação longa, o magistrado ponderou que o inquérito deve ser acompanhado pelo Ministério Público Federal, que os advogados das partes envolvidas tenham acesso aos autos, que seja delimitado o objeto das apurações e se observe a garantia das liberdades de expressão e de imprensa.

Fachin também aproveitou para dar recados a manifestações antidemocráticas que pedem o fechamento do STF e do Congresso Nacional e a volta do AI-5. “Não há liberdade de expressão que ampare a defesa desses atos. Quem quer que os pratique precisa saber que enfrentará a justiça constitucional de seu país, que esse STF não os tolerará”, afirmou.

E ainda deu um recado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que chegou a pregar a insubordinação a decisões judiciais após a deflagração de operação pela Polícia Federal contra aliados seus, no âmbito do inquérito. “Não há ordem democrática sem respeito a decisões judiciais”, disse Fachin.

Após o voto do relator da ação, o julgamento foi suspenso e será retomado na próxima quarta-feira (17).

Também movimenta o noticiário político a recriação do Ministério das Comunicações pelo presidente Jair Bolsonaro. A pasta, cobiçada por partidos do centrão, foi entregue ao deputado federal Fábio Faria (PSD-RJ), genro de Sílvio Santos, que é dono da rede de televisão SBT.

Além de um gesto ao empresário, que tem mostrado proximidade com o atual governo, o movimento dá continuidade às investidas de Bolsonaro em direção ao centrão e em busca de construir uma base aliada no Congresso Nacional.

5. Radar corporativo

A BR Distribuidora encerrou o primeiro trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 234 milhões, o que corresponde a uma queda de 51% na comparação com o mesmo período do ano passado. No balanço, a companhia citou a desaceleração da economia e crescentes restrições à circulação de pessoas.

Já a Vale anunciou que, a partir de segunda-feira (15), o atual diretor de suprimentos da companhia, Paulo Souto, assume a diretoria de carvão no lugar de Juarez Saliba. E a Via Varejo, controladora das redes Casas Bahia e Ponto Frio, informou que terá reaberto cerca de 600 lojas de suas 1.073 unidades em operação até esta quinta-feira.

Segundo o jornal Valor Econômico, fontes não citadas dizem que a Latache Capital (gestora de fundos que investem em ativos em dificuldades) deverá assumir 100% do controle da Rodovias Tietê, com uma esperada decisão do grupo AB Concessões de comunicar hoje que exercerá direito de vender sua participação de 50% na empresa em recuperação judicial.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.