Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Após retorno de feriado em NY, futuros operam em queda, em meio à preocupações quanto a guerra comercial; no Brasil, mercado aguarda dados da produção industrial

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou a sessão da véspera com queda de 0,50%, aos 100.626 pontos, corrigindo parte dos ganhos da semana passada. O desempenho da Vale impediu que a bolsa brasileira tivesse uma perda maior, puxada pela alta do preço do minério de ferro.

Já o dólar fechou ontem no seu maior patamar desde setembro de 2018, período anterior às eleições presidenciais, cotado aos R$ 4,18, diante das dificuldades para o encontro entre lideres dos EUA e China para discussão de um acordo comercial e o controle de capitais anunciado pela Argentina.

Hoje, com o retorno dos mercados em Nova York, após o feriado da véspera pelo Dia do Trabalho (Labor Day), os futuros dos principais índices acionários norte-americanos operavam em baixa nesta manhã – refletindo o início da cobrança de taxas entre as duas maiores economias globais, em meio à guerra comercial.

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No Brasil, o destaque da agenda de indicadores fica por conta da produção industrial de julho, trazendo uma prévia sobre o desempenho da atividade econômica do terceiro trimestre.

Já o presidente Jair Bolsonaro participa de cerimônia no Palácio do Planalto, às 16h00, do lançamento da Campanha Semana do Brasil, que será realizada para estimular o comércio no mês de setembro, numa espécie de Black Friday antecipada.

Confirma os destaques desta terça-feira:

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  1. 1. Bolsas Internacionais
  2. As bolsas na Ásia fecharam de forma mista, ainda refletindo o início das cobranças de tarifas adicionais no comercio sino-americano, que entrou em vigor no último final de semana.
  1. A piora nas expectativas de avanço nas conversas veio após informações da Bloomberg de que os dois países resistem em marcar uma data para se encontrarem e debaterem um acordo comercial.
  2. A falta de entendimento entre EUA e China sobre guerra comercial e acirramento dos protestos em Hong Kong também elevam a aversão ao risco; a Huawei acusou os EUA de assediarem trabalhadores e atacarem seus sistemas.

Enquanto isso, o yuan offshore, que chegou a atingir um recorde de baixa frente ao dólar, de 7,1975, se fortaleceu e passou a ser cotado a 7,1865 por dólar.

Ainda na Ásia, o Banco Central da Austrália decidiu manter sua taxa básica de juros na mínima histórica de 1%, mas deixou a porta aberta para novos cortes de juros nos próximos meses caso o mercado de trabalho do país se enfraqueça e choques globais ameacem o crescimento econômico.

Já na Coreia do Sul, o PIB cresceu 2,0% no segundo trimestre, na comparação com igual período do ano passado, informou o Banco da Coreia. Na comparação com o primeiro trimestre, a economia sul-coreana avançou 1,0% no segundo trimestre (de 1,1% antes calculado).

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Na Europa, as bolsas operam em queda generalizada, após parlamentares britânicos da oposição tentando assumir o controle da Câmara dos Comuns e impedir o Reino Unido de deixar a União Europeia sem um acordo em 31 de outubro.

Funcionários do governo disseram na segunda-feira que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, poderia convocaria uma eleição geral em 14 de outubro. Johnson sinalizou a possibilidade de um acordo de retirada, mas reiterou que a Grã-Bretanha não atrasaria mais a sua saída do bloco.

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Entre os indicadores, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 0,2% em julho ante junho, segundo dados publicados hoje pela Eurostat, como é conhecida a agência oficial de estatísticas da União Europeia.

O resultado veio em linha com a previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. Na comparação anual, o PPI do bloco também mostrou avanço de 0,2% em julho, como projetava o mercado.

Confira o desempenho do mercado, segundo cotação das 07h37 (horário de Brasília):

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S&P 500 Futuro (EUA), -0,82%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,98%
Dow Jones Futuro (EUA), -0,84%
DAX (Alemanha), -0,41%
FTSE (Reino Unido), -0,19%
CAC-40 (França), -0,47%
FTSE MIB (Itália), -0,30%
Hang Seng (Hong Kong), -0,39% (fechado)
Xangai (China), +0,21% (fechado)
Nikkei (Japão), +0,02% (fechado)
Petróleo WTI, -1,65%, a US$ 54,19 o barril
Petróleo Brent, -1,26%, a US$ 57,13 o barril
Bitcoin, US$ 10.343, +5,54%
R$ 42.400, +4,43% (nas últimas 24 horas)
Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian subiam 3,16%, cotados a 637,50 iuanes, equivalentes a US$ 88,83 (nas últimas 24 horas).

2. Agenda Econômica

No Brasil, a Fipe informou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação de São Paulo, subiu 0,33% em agosto, ganhando força em relação ao aumento de 0,14% observado em julho e também ante o ganho de 0,28% verificado na terceira quadrissemana do mês passado.

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O resultado veio acima das projeções de analistas consultados pelo Broadcast que variavam de altas de 0,23% a 0,32%, com mediana de 0,30%. Entre janeiro e agosto, o IPC-Fipe sobe 2,56%.

Ainda no Brasil, é aguardada a divulgação da produção industrial de julho, medida pelo IBGE. Segundo relatório da Rosenberg Associados, após um primeiro trimestre difícil e alguma retomada no segundo, há perspectiva de um início positivo à produção no terceiro trimestre do ano, com expansão de 0,8% em julho.

Nos EUA, o destaque é publicação, às 10h45, do Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) de agosto pela IHS Markit. Às 11h00, serão publicados os investimentos na construção e o índice de sentimento industrial (ISM). Já às 12h00, será publicado o PMI Markit/JPMorgan.

À noite, saem os dados do PMI chinês e do PIB australiano do segundo trimestre.

3. Política e reformas

O jornal O Globo destaca que o Orçamento de 2020 prevê um aumento de 48% nos recursos do fundo eleitoral, em relação a 2018, que devem somar R$ 2,5 bilhões. A próxima eleição marcará a segunda vez em que o fundo será utilizado. Se os valores forem mantidos, o PT ficará com R$ 250,3 milhões e o PSL, do presidente Bolsonaro, com R$ 249,9 milhões.

Enquanto isso, apenas sete ministérios e órgãos do governo escaparam dos cortes no Orçamento do ano que vem. Os ministérios do Meio Ambiente e Infraestrutura tiveram reduções, ambos, de 30%. O Globo destaca ainda que os cortes nos orçamentos do Capes e do CNPq já ameaçam a produção de pesquisas científicas no País. Ontem, foram anunciados cortes de 5.613 vagas para pós-graduação até dezembro, enquanto 80 mil bolsas podem deixar de ser pagas após o dia 6.

O Estado de S.Paulo traz que o governo e o Congresso articulam uma mudança nas regras fiscais do País para, de acordo com a necessidade, realizar mais facilmente ajustes nas contas públicas, como a proibição a aumentos salariais e a redução de jornada e remuneração de servidores públicos. Segundo a publicação, outra proposta em estudo, é o fim da criminalização de um eventual estouro da meta, passível a gerar crime de responsabilidade por parte do presidente da República.

Sobre a reforma tributária no Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA) não descartou a proposta de criar um imposto nos moldes da antiga CPMF. A possibilidade está sendo avaliada como forma de compensar a desoneração da folha de pagamento. O relator do texto anunciou a intenção de propor a redução de 20% para 10% na contribuição patronal para a Previdência.

A redução, indicou o relator, tem impacto de R$ 125 bilhões por ano para a arrecadação da União. A compensação teria de ser feita aumentando a alíquota do IBS (Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), a ser criado com a substituição de impostos federais, estadual e municipal, ou por meio da cobrança de um imposto nos moldes da CPMF – esta última ideia avaliada pela equipe econômica do governo.

Rocha anunciou a intenção de entregar o parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado até o próximo dia 15. Ele declarou ter garantias que os senadores vão aprovar a proposta ainda neste ano. A Câmara, então, que discute outra reforma, teria o primeiro semestre do ano que vem para concluir a tramitação.

No relatório, o senador deve atender governadores e abarcar a proposta de criar um fundo de desenvolvimento regional e outro de equalização com eventuais perdas na arrecadação após as mudanças da reforma.

O relator também deve abarcar a ideia do governo federal de fazer mudanças no Imposto de Renda. O texto no Senado, anunciou, deve colocar um “gatilho” constitucional permitindo as alterações no IR. O aumento do Imposto de Renda terá de ser condicionado à diminuição de cobranças na base de consumo, de acordo com o relatório que está sendo escrito por Roberto Rocha com o ex-deputado.

Em relação à reforma administrativa, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse ser contra um texto que retire dos servidores públicos o direito à estabilidade. Ele entende que novas regras que vierem a ser implementadas devem valer apenas para futuros servidores. “No meu radar é tudo para frente. Essa discussão para trás eu acho ruim. Reduzir salário hoje de quem já entrou numa regra, eu acho ruim. Tirar estabilidade de que já entrou com essa regra, é ruim”, disse.

Maia prevê ainda para esta quarta-feira a realização na Câmara de uma reunião para discutir as queimadas na Amazônia. Ele manifestou receio de que a situação cause impacto nos negócios do país. “Falei com a bancada do agronegócio, que estava muito preocupado com o dano [ao país], e que estava disposto a visitar outros parlamentos aqui na nossa região ou na Europa”.

O presidente da Câmara voltou a defender que seja destinado para o combate aos incêndios na Amazônia parte dos recursos de fundo da Petrobras, composto por R$ 2,5 bilhões recuperados a partir da Operação Lava Jato. O assunto está sendo avaliado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Maia sinalizou ainda que não deverá levar ao plenário a PEC que trata da exploração de terras indígenas, aprovada na semana passada na CCJ. Foram 33 votos a favor, 18 contra e uma abstenção. “Eu avisei aos deputados. Não é um tema simples de ser debatido. Nesse momento, acho que estamos criando uma polêmica desnecessária no Brasil”, disse Maia.

4. Economia e Argentina

O governo federal vai abrir mão de R$ 331,18 bilhões de arrecadação em 2020 por conta de renúncias tributárias. O valor – equivalente a 4,35% do Produto Interno Bruto (PIB) – foi enviado nesta segunda-feira ao Congresso Nacional pela Receita Federal para compor o Orçamento do ano que vem. Por essa estimativa, as renúncias vão subir 8,09% em relação ao gasto tributário deste ano.

Pelos cálculos da Receita, as renúncias – chamadas no jargão do governo de gastos tributários – correspondem a 21,80% de tudo que a Receita projeta arrecadar no ano que vem com a cobrança de impostos e contribuições federais. Essas renúncias são alvo agora da equipe econômica que pretende fazer uma “limpeza” na concessão dos incentivos tributários para abrir espaço no Orçamento e reduzir o déficit público.

Em 2019, as renúncias projetadas somam R$ 306,40 bilhões, representando 4,12% do PIB. Em 2020, o valor é maior, segundo a Receita, porque foi incluída pela primeira vez a perda de arrecadação com a isenção dada para Letras hipotecárias, certificados de recebíveis e letras de crédito do agronegócio e do setor imobiliário. Segundo a Receita, houve um impacto relevante no montante previsto para 2020 em relação à projeção feita para o ano anterior.

Sobre a Argentina, o agravamento na crise econômica fez com que as exportações brasileiras para o país vizinho caíssem 39,7% este ano. De acordo com o subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior, Herlon Brandão, isso contribuiu para reduzir as vendas totais de manufaturados pelo Brasil, que caíram 25,8% em agosto e 9,5% no ano.

Em agosto, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,284 bilhões. No mês passado, as exportações somaram US$ 18,853 bilhões, uma queda de 8,5% ante agosto de 2018. Já as importações chegaram a US$ 15,569 bilhões, uma redução também de 13,3% na mesma comparação.

No ano, o destaque negativo são os embarques de automóveis, com retração de 34,2% nos oito primeiros meses. Desse total, mais 70% são vendidos para a Argentina. A estimativa do governo é que tanto a importação quanto a exportação de forma geral caiam 2% neste ano. “Esperávamos um aumento da importação no primeiro trimestre, mas passamos a prever queda de 2% na corrente de comércio com arrefecimento da demanda”, afirmou Brandão.

5. Noticiário Corporativo

A Petrobras informou o início da fase vinculante do processo de venda da totalidade de suas participações em 11 campos de produção localizados em águas rasas na Bacia de Campos, denominados conjuntamente de Polo Garoupa. Nesse projeto em particular, conforme faculta a sistemática, não haverá fase não vinculante. Essa operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à geração de valor para os nossos acionistas.

Sobre o Polo Garoupa, a Petrobras destaca que engloba as concessões de Anequim, Bagre, Cherne, Congro, Corvina, Malhado, Namorado, Parati, Garoupa, Garoupinha e Viola, localizados em águas rasas na Bacia de Campos, a uma distância de cerca de 80km da costa, com profundidade do reservatório entre 70m e 740m. A Petrobras detém 100% de participação desses campos, cuja produção média dos últimos 12 meses foi de cerca de 19,6 mil boe/dia.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniram nesta noite de segunda-feira para falar sobre o projeto da desestatização da Eletrobras. No último dia 21 de agosto, Maia disse que a ideia era montar um projeto que viabilize o investimento privado na estatal, com regulação forte e distribuição de recursos para as regiões atendidas pela companhia.

A Biosev concluiu a venda a venda da Usina Estivas à Pipa Agroindustrial Ltda. A operação vai movimentar R$ 217,9 milhões, sem considerar o valor das marcas a serem cedidas ou licenciadas pela Companhia.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

(Com Agência Estado e Bloomberg)