Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Bolsas mundiais buscam nova sessão de alta após dados da China apontarem para recuperação da economia

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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A China divulgou dados que indicam uma retomada da sua economia durante o mês de março, com o avanço dos índices dos gestores de compras (PMI) da indústria, serviços e composto. O indicador estimulou os mercados na última sessão do trimestre, com as bolsas europeias abrindo em alta e os futuros de Nova York em terreno positivo.

A pandemia do coronavírus, contudo, avança, atingido a mais de 787 mil pessoas ao redor do mundo, informa na manhã de hoje a Universidade Johns Hopkins (EUA).

No Brasil, a polêmica continua no governo entre o presidente, que defende a reabertura do comércio e o fim da quarentena, e um bloco de ministros que defende a manutenção das medidas. No noticiário corporativo, destaque para a emissão de debêntures da Hypera Pharma e os balanços da Mahle-Metal Leve e da Even, além dos dados não-auditados da CVC, na reta final da temporada de resultados. Confira os destaques:

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1. Bolsas mundiais

As bolsas de valores da Europa abriram em alta e os futuros de Nova York avançam na manhã de hoje, após o Escritório Nacional de Estatísticas da China ter divulgado ontem à noite (madrugada de hoje no Brasil) que o índice dos gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria foi de 52 pontos em março, após ter afundado a 37.5 pontos em fevereiro.

A expectativa era de que o PMI industrial seria de 45 pontos. Já o PMI composto chinês (indústria mais serviços) ficou em 52.3 pontos em março, também indicando uma sólida retomada sobre os dados esquálidos de fevereiro, quando despencou a 29.6 pontos. Na Ásia, os dados chineses eram parcialmente esperados e apenas as bolsas de Seul e Hong Kong fecharam com uma alta um pouco mais expressiva.

No Velho Continente, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 0,7% na comparação anual de março, desacelerando fortemente em relação ao aumento de 1,2% observado em fevereiro em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus, segundo dados preliminares divulgados hoje pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado veio abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,8%.

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Veja o desempenho dos mercados, às 7h20 (horário de Brasília):

Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,46%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,86%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,48%

Europa
*Dax (Alemanha), +1,98%
*FTSE (Reino Unido), +1,73%
*CAC 40 (França), +1,01%
*FTSE MIB (Itália), +0,92%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,88% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +2,19% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong), +1,85% (fechado)
*Xangai (China), +0,11% (fechado)

*Petróleo WTI, +5,87%, a US$ 21,27 o barril
*Petróleo Brent, +2,55%, a US$ 23,54 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de +0,85% cotados a 650,500 iuanes, equivalentes a US$ 91,65 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0972 (-0,04%)

*Bitcoin, US$ 6.494,96 +0,42%

2. Agenda do dia

No Brasil, o governo federal deve publicar pela manhã (9h30) o resultado primário do setor público em fevereiro. O setor público deve registrar déficit primário de R$ 18,7 bilhões em fevereiro, segundo estimativa mediana de economistas pesquisados pela Bloomberg, depois de superávit de R$ 56,3 bilhões no mês anterior.

Na agenda do governo, Paulo Guedes, ministro da economia, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, participam da reunião do conselho de governo, no Palácio do Planalto, às 14h30.

Vale ressaltar que, na véspera, o Senado aprovou ontem o “coronavoucher “de R$ 600 para trabalhadores informais, intermitentes e MEIs, com um custo estimado de R$ 44 bilhões em três meses. O texto tem outros três pontos principais: antecipação do BPC antes da comprovação final; pagamento pelo governo de auxílio-doença em caso de coronavírus; e a regulamentação do acesso ao BPC em 2020.

Nos EUA, serão revelados os dados de confiança do consumidor de março, às 11h.

3. Política 

Os ministros da Justiça, Sérgio Moro, e da Economia, Paulo Guedes, fizeram uma união nos bastidores em apoio ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e na defesa das medidas de distanciamento social e quarentena da população para combater o avanço do coronavírus.

Com o apoio de alguns militares, o trio formou um bloco antagônico ao presidente Jair Bolsonaro, contrário ao confinamento das pessoas e ao fechamento do comércio, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo. Com o apoio de Moro e Guedes a Mandetta, o isolamento do presidente aumenta, porque o ministro da Saúde já tem o apoio do Legislativo e do Judiciário. A avaliação feita pelo ministro Moro a aliados é que o presidente está descontrolado e deixa aflorar sentimentos de raiva contra supostos inimigos.

4. Contaminação nos hospitais paulistas 

Cresce a contaminação de médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas que atendem pacientes com o coronavírus nos hospitais paulistas, mostram reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Segundo a Folha, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o maior hospital público do Brasil, já afastou 125 funcionários, dos quais 108 testaram positivo para o Covid-19. No Hospital Sírio-Libanês, 104 funcionários foram afastados, enquanto no Albert Einstein 348 funcionários foram diagnosticados com o coronavírus; destes, 13 estão internados e 47 já se recuperaram, voltando ao trabalho.

5. Noticiário corporativo 

A Hypera Pharma comunicou que realizará emissões de debêntures no valor total de R$ 3,5 bilhões. A primeira emissão ocorrerá em 3 de abril, com os papéis da primeira série fazendo um montante de R$ 2,48 bilhões; a segunda emissão, em data não definida, deverá levantar o valor de R$ 1,015 bilhão. Na noite de ontem, perto do fim da temporada de balanços, a Mahle-Metal Leve e a construtora Even publicaram seus resultados de 2019. A Cogna (antiga Kroton) publica balanço na manhã de hoje.

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