Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Mesmo com conversa entre autoridades sino-americanas, mercados caem; no Brasil, Guedes diz que câmbio de equilíbrio é mais alto com juro mais baixo

Equipe InfoMoney

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Os mercados operam majoritariamente em queda nesta manhã mesmo após as conversas entre o principal negociador comercial chinês, Liu He, com o representante comercial dos EUA Robert Lighthizer e o secretário do Tesouro Steven Mnuchin. Segundo a CNBC, os investidores reagem com cautela porque não ficou claro se os dois lados chegarão a um acordo antes de 15 de dezembro, quando novas tarifas americanas sobre produtos chineses deverão entrar em vigor.

“Os dois lados discutiram a resolução de questões centrais de interesse comum, chegaram a um consenso sobre como resolver os problemas relacionados e concordaram em permanecer em contato sobre as questões remanescentes de um acordo de fase um”, disse o comunicado em chinês, segundo uma tradução da CNBC.

No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que, diante da redução da taxa básica de juros no país, o câmbio de equilíbrio “tende a ir para um lugar mais alto”. “Quando você tem um fiscal mais forte e um juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio também ele é mais alto”, afirmou Guedes durante coletiva em Washington.

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Já o presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira “tudo pode acontecer na vida da gente”, quando questionado se o Brasil pode deixar o Mercosul devido a mudança política na Argentina.

Confira os destaques desta terça-feira:

1. Bolsas Internacionais

Mesmo após as conversas os futuros de Nova York operavam em queda nesta manhã, assim como os mercados europeus. Na Ásia, as principais bolsas fecharam sem sinal definido.

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Os líderes das negociações comerciais sino-americanas conversaram por telefone na manhã de hoje, segundo um comunicado do Ministério do Comércio da China.

Segundo a CNBC, participaram da conversa o ministro do Comércio da China, Zhong Shan, o governador do Banco Popular da China, Yi Gang, e Ning Jizhe, vice-presidente do principal órgão de planejamento econômico da China, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, de acordo com o Ministério do Comércio.

Já o banco central da China divulgou hoje um esboço de diretrizes sobre a avaliação dos bancos sistemicamente importantes do país, segundo a Reuters. As diretrizes ajudarão os reguladores a identificar os credores cruciais para o sistema financeiro da China e, assim, reduzir e afastar os principais riscos financeiros, disse o Banco Popular da China (PBOC) em seu site oficial.

Destaque ainda para o Grupo Alibaba que fez a terceira maior estreia já registrada no mercado de Hong Kong, fechando a primeira sessão de negociação com alta de 6,6% em relação ao preço de emissão.

Nos EUA, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que o copo da economia americana está “mais da metade cheio”. Powell repetiu a mensagem adotada desde que o Fed baixou as taxas pela terceira vez este ano, em 30 de outubro, sinalizando que a política monetária está no modo espera por enquanto.

Entre as commodities, após operarem em baixa durante a madrugada, os preços do petróleo subiam no início da manhã, enquanto os investidores buscam informações sobre as negociações comerciais entre EUA e China.

Já os futuros de minério operam em queda, após forte alta da sessão da véspera.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h23 (horário de Brasília)
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,06%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,05%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,04%

*DAX (Alemanha), -0,27%
*FTSE (Reino Unido), -0,02%
*CAC-40 (França), -0,12%
*FTSE MIB (Itália), -0,18%

*Hang Seng (Hong Kong), -0,29% (fechado)
*Xangai (China), +0,03 (fechado)
*Nikkei (Japão), +0,35% (fechado)

*Petróleo WTI, +0,47%, a US$ 58,28 o barril
*Petróleo Brent, +0,33%, a US$ 63,86 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com baixa de 0,38%, cotados a 654,50 iuanes, equivalentes a US$ 92,97 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0392 (+0,06%)

*Bitcoin, US$ 7.207,92, +5,67%

2. Agenda de indicadores

No Brasil, às 8h00, a FGV divulga a sondagem da indústria da construção e o INCC de novembro. Já as 10h00, será publicado o relatório da dívida pública federal de outubro.

Nos Estados Unidos, às 10h30, saem os números da balança comercial de outubro, os dados de manufatura do Fed Filadélfia, o índice nacional de preços residenciais de setembro e as novas vendas de imóveis residenciais para outubro.

Saem ainda, às 12h00, os dados de confiança do consumidor de novembro do Confedere Board e as pesquisas de atividade do Richmond Fed e os dados dos serviços do Dallas Fed.

No corporativo, publicam balanços Best Buy, Dollar Tree, Autodesk e Dell.

3. Paulo Guedes e dólar

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse não estar preocupado com a valorização do dólar frente ao real e que é preciso se acostumar com o elevado patamar da moeda americana.

“O dólar está alto. Qual o problema? Zero. Nem inflação ele [dólar alto] está causando. Vamos importar um pouco mais e exportar um pouco menos”, afirmou após participar em Washington do Fórum de Altos Executivos Brasil-EUA.

“É bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e com o câmbio mais alto por um bom tempo.”

A reunião de 20 executivos de empresas que atuam nos dois países foi retomada depois do encontro do presidente Jair Bolsonaro com Donald Trump, em março, e tem como objetivo identificar pontos em que os dois países podem facilitar comércio e investimentos.

Segundo ele, diante da redução da taxa básica de juros no país, o câmbio de equilíbrio “tende a ir para um lugar mais alto”. “Quando você tem um fiscal mais forte e um juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio também ele é mais alto”, disse.

Sobre a greve de um grupo de petroleiros, Guedes, sugeriu que demitiria os trabalhadores se a estatal fosse uma empresa privada comandada por ele.

“Você tem excelentes salários (na Petrobras), bons benefícios, você tem quase estabilidade de emprego e tenta usar o poder político para tentar extrair aumento de salário no momento em que há desemprego em massa? Se fosse uma empresa privada e eu fosse o presidente de uma empresa privada, eu sei o que eu faria”, afirmou o ministro.

O ministro disse que o governo não estuda a privatização da Petrobras e nem articula demissões dos grevistas, mas que o posicionamento sobre a situação atual dos petroleiros é a sua “reação natural”.

“O que eu sei é que a Petrobras foi destruída e eles (petroleiros) estavam trabalhando lá, deveriam ter evitado a destruição da Petrobras. Tomara que eles estivessem bem alertas nesse tempo todo para merecer o aumento (salarial)”, disse o ministro.

4. Noticiário Político

A Folha de S.Paulo traz análise de notas fiscais da prestação de contas do PSL, mostrando que os gastos de campanha do presidente Jair Bolsonaro ano passado foram superior às declaradas à Justiça Eleitoral. Além disso, diz o jornal parte foi financiada por dinheiro público, o que ele sempre negou ter usado.

Segundo a reportagem, os documentos mostram que ao menos R$ 420 mil —parte dele, dinheiro público do fundo eleitoral— foram usados para a confecção de 10,8 milhões de santinhos, adesivos, panfletos e outros materiais para a campanha de Bolsonaro.

A Folha informa que Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prevê decidir hoje se assinaturas digitais são válidas para criar novos partidos, como a Aliança pelo Brasil, do presidente Jair Bolsonaro.

Mesmo com a liberação pelo TSE, entretanto, entraves técnicos podem dificultar a agilidade da verificação e a viabilidade de coletar os apoios visando as eleições do ao que vem.

No Congresso, os líderes dos partidos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal fecharam um acordo para votar hoje, às 14 horas, 11 vetos do presidente Jair Bolsonaro a projetos aprovados pelo Legislativo. Cinco deles trancam a pauta e impedem a análise de outras matérias pelo Congresso.

O acordo prevê a votação nominal de apenas dois destaques em separado, um da Rede e outro do Novo. Com isso, destaques apresentados por PT, DEM, PSL e Podemos seriam retirados, e os demais vetos seriam decididos na cédula de votação, cuja apuração é eletrônica.

Os dois destaques que devem ser votados em separado tratam do veto parcial (35/19) à reforma partidária e eleitoral (Lei 13.877/19). A norma teve 45 dispositivos barrados por Bolsonaro. A Rede defende a manutenção do dispositivo que proíbe o uso de dinheiro do Fundo Eleitoral para o pagamento de multas aplicadas aos partidos pela Justiça Eleitoral. O destaque do Novo trata da propaganda eleitoral.

Conforme o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), o acordo prevê a votação dos vetos na terça-feira e, no dia seguinte, às 10 horas, a análise de 24 projetos de lei que abrem crédito no valor total de R$ 22,8 bilhões para órgãos dos Poderes Executivo e Judiciário, além de estados, Distrito Federal e municípios.

A expectativa dos líderes de três partidos é de que apenas três dos 11 vetos do presidente Jair Bolsonaro sejam confirmados. Os demais seriam derrubados na sessão do Congresso.

5. Noticiário corporativo

No noticiário corporativo, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) autorizou a Petrobras a suspender repasses de verbas à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a sindicatos que tenham descumprido decisão da Justiça que impedia o início de uma greve de cinco dias a partir da última segunda. O Tribunal determinou ainda o bloqueio cautelar das contas das entidades sindicais no limite de R$ 2 milhões a cada dia de prosseguimento do movimento paredista.

Na Marisa, o Conselho de Administração aprovou oferta primária de 46,9 milhões de ações ordinárias, enquanto fonte ouvida pela Bloomberg apontou que a Braskem Idesa precificou emissão de US$ 900 milhões a 7,5%.

(Agência Estado, Agência Câmara e Bloomberg)

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