Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Mesmo com incertezas comerciais, mercados operam em alta; no Brasil, Congresso tenta unificar proposta tributária

Equipe InfoMoney

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Publicidade

Os mercados operam em alta nesta manhã, mesmo após informações da véspera de que Pequim está pessimista em relação ao fechamento da primeira fase do acordo comercial com os EUA, sobretudo pelas divergências com o cancelamento das tarifas impostas por Washington às compras de bens chineses, segundo a CNBC.

Havia a esperança de que um acordo costurado entre as duas maiores economias do mundo avançasse após as declarações no final de semana do vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, publicadas na agência Xinhua, de que as partes tiveram “discussões construtivas”, por telefone, em relação ao fechamento de um acordo comercial.

No Brasil, o destaque fica por conta do envio da proposta de reforma tributária, que deverá chegar nos próximos dias ao Congresso, movimentou deputados e senadores, que vão tentar compatibilizar o pacote preparado pelo Governo, com outras duas propostas em tramitação no Legislativo, diz o jornal O Estado de S.Paulo.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Na Economia, os investidores devem se manter atentos à cotação do dólar, que atingiu o seu maior valor nominal desde a implementação do plano Real ao superar os R$ 4,20. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de audiência no Senado, a partir das 10:00, e pode ser questionado sobre o tema.

Na agenda econômica, no Brasil, está prevista apenas a publicação da segunda prévia do IGP-M, às 8h00, pela FGV. Vale destacar que na próxima quarta-feira (20), a B3 estará fechada por conta do feriado do Dia da Consciência Negra.

Confira os destaques desta terça-feira:

Continua depois da publicidade

1. Bolsas Internacionais

Os futuros de Nova York apontam para uma abertura de alta, enquanto as bolsas europeias operam com valorização nesta manhã, mesmo com incertezas persistentes em relação ao fechamento da primeira fase do acordo comercial entre Estados Unidos e China. Entre os pontos de discórdia está a retirada das tarifas impostas a Washington sobre produtos da China.

O ex-conselheiro econômico da Casa Branca, Gary Cohn, disse à CNBC acreditar que o presidente Trump irá em frente com as tarifas de 15 de dezembro se os EUA e a China não tiverem concordado com um acordo comercial até então.

Por outro lado, a nova extensão concedida por Washington para permitir que as empresas americanas continuem fazendo negócios com a chinesa de telecomunicações Huawei melhora o humor dos investidores, neutralizando parte das incertezas. Essa foi a terceira ampliação da licença de 90 dias da empresa que se tornou o símbolo das tensões entre China e EUA.

Enquanto isso, o presidente Trump conversou com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e usou o Twitter para informar que “protestou” contra as taxas do Fed, por serem “muito altas em relação às taxas de juros de outros países concorrentes”.

Ainda nos EUA, o Comitê Permanente de Inteligência da Câmara realiza sua última audiência aberta como parte do processo de impeachment contra Trump, que ontem afirmou que poderia prestar depoimento pessoalmente. Democratas, porém, avaliam como pouco provável a ida do presidente à Câmara, diz a Reuters.

Sem dados relevantes, os mercados da Ásia fecharam misturados, em meio às preocupações com as manifestações que abalam Hong Kong. Entre as commodities, o futuro do minério opera em alta e o petróleo em baixa.

Nos EUA, a agenda de indicadores está concentrada, às 10h30, em dados de habitação.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h25 (horário de Brasília)
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,30%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,40%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,39%

*DAX (Alemanha), +1,19%
*FTSE (Reino Unido), +1,08%
*CAC-40 (França), +0,54%
*FTSE MIB (Itália), +0,80%

*Hang Seng (Hong Kong), +1,55% (fechado)
*Xangai (China), +0,85 (fechado)
*Nikkei (Japão), -0,53% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,77%, a US$ 56,61 o barril
*Petróleo Brent, -0,61%, a US$ 62,06 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 0,63%, cotados a 636,50 iuanes, equivalentes a US$ 90,61 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0242 (-0,014%)

*Bitcoin, US$ 8.191,12, -4,40%

2. Congresso

A proposta de reforma tributária, que prevê o fatiamento em quatro etapas, que deverá ser encaminhada pelo governo nos próximos dias, segundo o Estadão, foi criticada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Segundo ele, a primeira fase, com a unificação do PIS e Cofins, já está fadada à derrota. “Não passa. Esse assunto está parado há dois anos”, disse.

O jornal Valor Econômico destaca que a reforma do PIS/Cofins foi elaborada no governo de Michel Temer, mas enfrentou resistências do setor de serviços porque elevaria a carga tributária e que, para Maia, este ponto seguirá travando o projeto. Entre os parlamentares, a expectativa era de que o governo enviasse sugestões aos textos da reforma tributária já em debate no Congresso.

O Estadão ressalta que a Câmara e o Senado devem criar uma comissão mista para chegar a uma “convergência” entre o pacote que o governo quer mandar e as outras propostas em andamento. Ainda não há definições sobre relatoria e presidência das comissões sobre a reforma tributária, pontua a publicação, ressaltando a disputa entre as duas Casas pode ser minimizada com a entrada da equipe econômica nas discussões.

Sobre a reforma administrativa, o presidente Jair Bolsonaro contrariou a expectativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçando que este “não é o momento ideal” para o encaminhamento ao Congresso, que, entre vários pontos, prevê mudanças na estabilidade de servidores e redução de salários.

Já a PEC paralela da reforma da Previdência é o primeiro item da pauta do Senado. O texto-base foi aprovado em primeiro turno no dia 6 de novembro, mas ficaram pendentes de votação quatro destaques de bancadas partidárias referentes a emendas rejeitadas pelo relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) pode votar hoje a PEC que permite a prisão de réus condenados em segunda instância. Uma proposta semelhante tramita no Senado e pode ir à votação amanhã na CCJ.

3. Dólar e juros

Os investidores devem seguir acompanhando a movimentação da taxa de câmbio nesta terça-feira, após o dólar encerrar a véspera cotado a R$ 4,2055, no maior valor nominal (descontada a inflação), da história do Plano Real. A valorização da moeda americana veio na esteira do exterior, com o aumento do pessimismo chinês em relação ao acordo com os EUA.

Além disso, contribuiu para o movimento do dólar a baixa liquidez do mercado nacional. “Semana com feriado em São Paulo no dia 20, sem agenda relevante e também com feriado de Ação de Graças nos EUA se aproximando (no dia 28) deve deixar mercado com liquidez fraca”, disse Luis Laudísio, trader de renda fixa da Renascença, para a Bloomberg.

Diante deste cenário, as falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, durante audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), às 10h00, ganha relevância. Além do dólar as curvas de juros podem se movimentar durante a apresentação aos senadores das diretrizes e das perspectivas futuras da política monetária nacional.

Temas como a redução do spread bancário e a autonomia do BC devem ser abordados. Campos Neto é defensor do Projeto de Lei Complementar 19/2019, de iniciativa do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que garante a independência da instituição.

A proposta fixa em quatro anos o mandato para os dirigentes do banco com a possibilidade de uma recondução. O texto foi ao Plenário com requerimento de urgência, depois de aprovado pela própria CAE.

4. STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, revogou parte de sua decisão que determinou à Unidade de Inteligência Financeira (UIF), do Banco Central, antigo Coaf, cópia dos relatórios de inteligência expedidos nos últimos três anos. A estimativa era de que a decisão poderia permitir acesso de dados financeiros de 600 mil pessoas e empresas.

Na despacho, Toffoli disse que tomou a decisão após informações prestadas mais cedo pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre a questão. Segundo o procurador, o Ministério Público cumpre a legislação no acesso às informações bancárias suspeitas e negou qualquer tipo de “devassa” nos dados de cidadãos.

O caso sobre o trabalho de investigação de movimentações suspeitas voltou à tona porque o STF vai julgar, nesta quarta-feira (20), se mantém a decisão de Toffoli que, em julho, suspendeu as investigações de processos baseados em dados fiscais repassados pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), atual UIF.

5. Noticiário Corporativo

No corporativo, as atenções se voltam à Petrobras que, após mais de 50 dias sem reajustar o preço da gasolina nas refinarias, anunciou elevação de 2,8% no valor do combustível.

Já a Ambev, que sofre com problemas na venda de cervejas no Brasil, anunciou a saída do seu presidente-executivo, Bernardo Paiva, e informou que o atual diretor de vendas e marketing, Jean Jereissati Neto, assumirá o posto.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Câmara, Agência Senado e Bloomberg)

Quer investir melhor o seu dinheiro? Clique aqui e abra a sua conta na XP Investimentos