Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Bateria de indicadores nos Estados Unidos, retomada da CPI da Covid e mais destaques do noticiário nesta terça-feira

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – No primeiro dia da reunião de política monetária do Federal Reserve, a sessão desta terça-feira é marcada por uma bateria de indicadores nos Estados Unidos, com destaque para a divulgação de dados de vendas do varejo, de produção industrial e de preços ao produtor.

Por aqui, em uma sessão de agenda econômica esvaziada, atenção para o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e para a retomada dos depoimentos na CPI da Covid. Marcellus Campelo, ex-secretário de Saúde do Amazonas, presta depoimento a partir das 9h (horário de Brasília).

1.Bolsas mundiais

Os índices futuros americanos têm leves altas nesta terça (15), após S&P e Nasdaq tocarem níveis recordes na segunda. Na Europa, as bolsas têm tendência positiva, enquanto que as da Ásia fecharam com resultados variados entre si. Investidores se mantêm atentos para o primeiro dia de reunião do Fed.

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Na segunda, o índice S&P ganhou 0,2%, fechando em um novo nível recorde, de 4.255,15 pontos. O Dow caiu 85 pontos, enquanto que o Nasdaq teve a melhor performance entre os três, ganhando 0,8% e fechando no patamar recorde de 14.174,14 pontos.

O rendimento dos títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos vem caindo, e atingiu o patamar de 1,5% na segunda, o menor em três meses.

Isso contribui para impulsionar ações de empresas marcadas por forte crescimento, como de tecnologia. Cabe ressaltar que um cenário de alta de juros tende a afetar especificamente o setor uma vez que ele possui fluxos de caixa mais longos e é mais impactado pelo aumento nas taxas de juros de longo prazo.

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O Bitcoin, por sua vez, foi a US$ 40 mil na segunda, depois de o CEO da fabricante de carros elétricos Tesla, Elon Musk, afirmar, no domingo, que voltaria a realizar transações com a criptomoeda caso confirme que mineradores (indivíduos e empresas que, em troca de bitcoins, disponibilizam computadores para operacionalizar a blockchain, um tipo inovador de banco de dados que é a base da infraestrutura da criptomoeda) realizam um uso que considere “razoável” de energia limpa. Musk posicionou este patamar como 50% da energia utilizada, com uma tendência “positiva”, ou seja, de elevação do percentual.

Nesta terça se inicia a reunião de dois dias do Federal Reserve, sobre política monetária, que deve ser o enfoque dos investidores na semana. A expectativa é de que o banco central dos Estados Unidos não tome nenhuma nova medida. Mas comentários sobre taxa de juros, inflação e economia sinalizando uma futura desaceleração em sua política de compra de ativos podem influenciar os mercados.

O presidente do Fed, Jerome Powell, falará à imprensa após o banco central divulgar uma declaração sobre suas decisões, na quarta-feira. Espera-se que ele reafirme o compromisso da instituição com uma política monetária expansionista. Há, no entanto, preocupação a respeito da inflação nos Estados Unidos, que registrou em maio níveis mais altos do que o esperado, de acordo com relatório divulgado na última quinta-feira.

Investidores aguardam nesta terça pela divulgação do PPI (Índice de Preços ao Produtor), que deve trazer mais sinais sobre o ritmo de inflação no país.

As bolsas asiáticas tiveram desempenhos variados entre si na terça. O Nikkei, no Japão fechou com alta de 0,96%; o Kospi subiu 0,2%; na China continental, o Shanghai composto caiu 0,92%, e o componente Shenzhen caiu 0,864%; em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,6%.

Na China, os investidores repercutem as tensões entre Pequim e o Ocidente após líderes do G7 criticarem o país asiático sobre uma série de assuntos, o que a China chamou de interferência em suas questões internas. Os líderes do G7 criticaram no domingo a China por questões de direitos humanos na região fortemente muçulmana de Xinjian, pediram que Hong Kong mantenha um alto grau de autonomia e destacaram a importância da paz e estabilidade no Estreito de Taiwan –todas questões sensíveis para Pequim. Líderes da Otan alertaram na segunda-feira que a China apresenta “desafios sistêmicos”, adotando uma postura contundente em relação a Pequim em comunicado no primeiro encontro do presidente dos EUA, Joe Biden, com a aliança.

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, avança 0,4% pela manhã. O setor de químicos sobe 1%, enquanto que o de petróleo e gás recua 0,5%.

Dados oficiais confirmaram que a inflação final anual na Alemanha foi de 2,4% em maio, enquanto que a da França ficou em 1,8%.

Veja o desempenho dos principais índices às 7h40 (horário de Brasília):
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,05%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,09%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,02%
Europa
*FTSE (Reino Unido) +0,26%
*Dax (Alemanha), +0,44%
*CAC 40 (França), +0,35%
*FTSE MIB (Itália), -0,21%
Ásia
*Nikkei (Japão), +0,96% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,71% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,2% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,92% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,72%, a US$ 71,39 o barril
*Petróleo Brent, +0,74% a US$ 73,39 o barril
*Bitcoin +1,95%, a US$ 39.998,64
**A Bolsa de Dalian fechou com o minério de ferro em alta de 0,91%, cotado a 1225,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 191,46 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,40

2. Agenda

A agenda econômica marca o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), cuja decisão será conhecida na quarta, com estimativa de consenso de elevação da Selic a 0,75 ponto percentual, a 4,25% ao ano, mas com as apostas de alta mais agressiva, de 1 ponto percentual, ganhando força. A reunião da análise de mercado tem início hoje às 10h e a de conjuntura tem início 14h30.

Na agenda política, Marcellus Campelo, ex-secretário de Saúde do Amazonas, presta depoimento a partir das 9h na CPI da Covid.

A agenda americana é movimentada. Além do primeiro dia da reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), cuja decisão também será conhecida amanhã, atenção para diversos indicadores econômicos. Às 9h30, serão divulgados os dados de vendas de varejo em maio, com projeção do consenso Refinitiv de queda de 0,7% frente abril. No mesmo horário, serão divulgados os dados de maio de preços ao produtor, com expectativa de alta de 0,6% na base mensal e alta de 6,3% na comparação anual. Às 10h15, a produção industrial de maio será revelada, com projeção de alta de 0,6% frente abril. Às 11h, serão revelados os dados de estoques empresariais. Já às 17h30, atenção para os dados preliminares de estoques de petróleo no país às 17h30.

À noite, às 23h, a China divulga os dados vendas no varejo, produção industrial e investimentos em ativos fixos de maio.

3. Covid no Brasil

Na segunda (14), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 1.970, alta de 5% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 928 mortes.

As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 67.007, alta de 9% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 40.865 casos.

Chegou a 54.607.404 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 25,79% da população. A segunda dose foi aplicada em 23.659.355 pessoas, ou 11,17% da população.

Na segunda, o Ministério da Saúde voltou atrás no anúncio feito no sábado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de que um lote de 3 milhões de doses de imunizantes da Janssen, farmacêutica subsidiária da Johnson & Johnson, chegaria ao Brasil vindo dos Estados Unidos na terça-feira para aplicação nas capitais.

Em comunicado, a pasta informou que aguarda “confirmação da data por parte do laboratório, mas a expectativa é de que as doses cheguem ainda esta semana ao país em três remessas”, não mais em um lote só, como havia sido anunciado.

Ao contrário da maioria dos imunizantes contra Covid-19, a vacina da Janssen é aplicada em dose única, e já teve seu registro para uso emergencial aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O governo fechou acordo para a compra de 38 milhões de doses, mas, até o momento, nenhuma chegou ao país.

A agência de jornalismo de dados Fiquem Sabendo obteve por meio de Lei de Acesso à Informação uma troca de 54 e-mails realizada entre março e junho entre autoridades do Brasil e da Índia, e com representantes de farmacêuticas do país asiático.

Segundo reportagem de capa do jornal O Estado de S. Paulo, quando o assunto era a liberação de cargas de matéria-prima para a fabricação de hidroxicloroquina (remédio indicado contra o protozoário causador da malária sem eficácia cientificamente comprovada contra a Covid), algumas mensagens chegaram a ser respondidas pela chancelaria brasileira em 15 minutos, mesmo à noite ou em fins de semana.

Mas o governo chegou a demorar mais de dois meses para reagir a ofertas de vacinas contra a Covid pela farmacêutica americana Pfizer, desenvolvida em parceria com a alemã BioNTech. Uma das frentes de investigação da CPI é o enfoque do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em promover remédios que normalmente são voltados ao combate a verminoses ou protozoários, e que não têm eficácia cientificamente comprovada contra a Covid, em detrimento das vacinas. A imunização antecipada teria evitado mortes no Brasil. O Ministério das Relações Exteriores não se manifestou sobre as informações reveladas pelo Fiquem Sabendo.

Na segunda, o ex-número 2 do Ministério da Saúde, Elcio Franco, obteve a suspensão da sua quebra de sigilos, que havia sido aprovada na semana passada pela CPI. A suspensão ocorre por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Nunes Marques, que avaliou que o fato de que Franco defendeu o uso de medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada para o combate da Covid não justifica a obtenção de seus dados telefônicos e telemáticos, como e-mails.

A CPI determinou a quebra de sigilo de 20 pessoas. Dentre as que não conseguiram reverter a medida estão o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo e a secretária de Gestão do Trabalho e Educação no Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”.

Hoje falará à CPI Marcellus Campêlo, que foi secretário de Saúde do Amazonas no período em que o estado ficou sem oxigênio nos hospitais, no início de 2021. Campêlo é investigado pela suspeita de desvios na construção de um hospital de campanha, e foi preso pela Polícia Federal no início de junho. Ele deixou o cargo após ser solto, 5 dias depois. Governistas defendem a investigação de quadros de governos estaduais como forma de reduzir o enfoque sobre a gestão Bolsonaro.

4. Novo Bolsa Família e crise hídrica

A reformulação do programa Bolsa Família – que recebeu o nome provisório de Renda Cidadã – prevê um benefício médio em torno de R$ 250 e um custo total de R$ 51,51 bilhões para 2022, segundo dados mais recentes em elaboração pelo Ministério da Cidadania obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O governo quer engatilhar o Bolsa Família reforçado depois da nova prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses (até outubro), confirmada  pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Um orçamento adicional para 2021 até o final do ano terá que ser discutido. A prorrogação do auxílio dá mais tempo para o Ministério da Cidadania e a equipe do ministro da Economia acertarem os ponteiros sobre os detalhes do alcance do programa diante da restrição fiscal apontada pela equipe econômica.

No noticiário sobre a crise hídrica, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro de Minas e Energia, almirante de esquadra Bento Albuquerque, afirmou que o governo federal estuda conceder descontos ou créditos na conta de luz para consumidores que reduzirem o uso de energia nos horários de pico a partir de meados de julho. A medida valeria inclusive para as indústrias.

Segundo o jornal, especialistas no setor elétrico defendem o deslocamento da demanda para evitar apagões nos horários de maior uso, em especial o início da noite no inverno, devido ao uso de chuveiros elétricos, e o início da tarde no verão, devido a aparelhos de ar-condicionado. A expectativa é de que o nível dos reservatórios baixe ainda mais no segundo semestre.

Nesta semana, o Operador Nacional do Sistema (ONS) estimou que as precipitações na área das usinas do Sudeste e Centro-Oeste devem ficar em 66% da média histórica para junho. Com isso, o nível dos lagos das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, região líder em capacidade de armazenamento, deve terminar o mês em 28,9% do total, contra 30,8% no início do mês.

O texto de uma medida provisória preparada em conjunto pelos Ministérios de Minas e Energia, Desenvolvimento Regional e Infraestrutura cria uma Câmara de Regras Operacionais Excepcionais para Usinas Hidrelétricas. Ela permitiria ao governo a adoção de medidas mais drásticas de controle de uso de energia, inclusive um racionamento compulsório.

O texto da MP ainda não foi aprovado pelo presidente Jair Bolsonaro que, mais de uma vez, revelou em público o temor pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. Uma reunião no Palácio do Planalto foi convocada para a tarde de segunda entre o presidente, os ministros das Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, para tentar convencer Bolsonaro da adoção das medidas.

Segundo a agência internacional de notícias Reuters, o governo federal teme o desgaste político de uma medida de racionamento de energia elétrica, nos moldes da que teve de ser adotada entre julho de 2001 e fevereiro de 2002, quando toda população teve de reduzir o consumo de energia em pelo menos 20%, sob pena de pagar multas na conta de luz. A um ano e meio da eleição presidencial, medidas do tipo podem afetar a popularidade do presidente, que está em queda.

Além disso, dados do Radar PPP levantados a pedido do jornal Valor Econômico indicam 51 licitações de projetos estaduais de saneamento em municípios. Com base em uma análise de 9 desses projetos, a estimativa é de ao menos R$ 3,64 bilhões em obras.

A maior delas fica em Porto Alegre, onde a modelagem inicial, feita pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), projeta R$ 2,17 bilhões de investimentos na rede de esgoto. O valor poderia subir, caso o escopo do contrato passasse a abarcar serviços de água, uma possibilidade ainda em estudo. Os demais projetos são bem menores, de, em média R$ 97 milhões.

5. Radar corporativo

Já a Petrobras informou a conclusão da venda da sua participação de 50% no campo terrestre de Dó-Ré-Mi, localizado na Bacia de Sergipe-Alagoas, para a Centro-Oeste Óleo e Gás por um valor de US$ 37,6 mil.

A BR Properties comunicou a venda do Galpão Tucano, localizado na cidade Jarinu, no interior de São Paulo, por um valor de R$ 94 milhões. O empreendimento tem 31,7 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL).

A Itaúsa informou que a BlackRock diminuiu sua fatia acionária na empresa para 4,98%, passando a deter 275 milhões de ações PN da holding.

A construtora Viver informou na última segunda-feira que pediu na justiça o encerramento de sua recuperação judicial, quase cinco anos após início do processo. Segundo a companhia, após ter recebido cinco capitalizações desde 2018, com a conversão de dívidas em capital e o pagamento de credores, 98% de sua dívida habilitada foi quitada. Além disso, valores remanescentes e outros créditos ilíquidos anteriores ao pedido da recuperação judicial seguem sujeitos aos efeitos do plano.

A Sanepar anunciou nesta segunda-feira a prorrogação por 90 dias do tarifa social para clientes cadastrados, dentro das medidas tomadas para minimizar os impactos causados pela pandemia da Covid-19. A medida vale a partir de 18 de junho.

Um sindicato que representa os trabalhadores da mina de níquel da Vale em Sudbury, Canadá, recomendou que seus membros em greve rejeitem a última oferta da empresa brasileira, dizendo que ela oferecia “melhorias mínimas”. Os 2.500 trabalhadores da mina cruzaram os braços em 1º de junho, reclamando dos planos de cortes de benefícios médicos e de saúde para aposentados, bem como aumentos salariais mínimos. “A Vale quer reduzir o padrão de vida dos aposentados em nossa comunidade”, disse o presidente da United Steelworkers Local 6500, Nick Larochelle, em comunicado.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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