Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Expectativa de que Trump anuncie o adiamento por seis meses de sobretaxa a veículos da União Europeia anima investidores internacionais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os mercados operam em leve alta nesta manhã diante da expectativa de que o presidente Donald Trump anuncie o adiamento por seis meses de sobretaxa a veículos da União Europeia, segundo informou o site Politico, citando fontes. A medida evitaria a disparada de uma nova onda de disputa comercial.

Enquanto isso, os governos americano e chinês tentam finalizar a fase um do acordo comercial. Após um representante de Pequim afirmar semana passada que China e EUA teriam concordado em eliminar as tarifas, Trump acabou negando a decisão, trazendo incerteza aos mercados, que ainda aguardam por uma data e local onde o acordo seja referendado.

Também nesta terça, o presidente americano falará no Clube Econômico de Nova York, onde poderá dar pistas sobre o status das negociações comerciais entre os EUA e a China.

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No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro pode anunciar hoje a criação de um novo partido, Aliança pelo Brasil, devendo ficar sem legenda até que a nova sigla seja criada, o que depende da coleta de 500 mil assinaturas, obtidas em ao menos nove Estados. Assim, Bolsonaro tenta se afastar dos casos de irregularidades das candidaturas laranjas do PSL, partido em que se elegeu.

No Congresso, está prevista para hoje a promulgação da reforma da Previdência, aprovada dia 22 de outubro. Já a chamada PEC Paralela, que traz a inclusão de servidores estaduais e municipais na reforma, pode avançar hoje no Senado com a votação dos destaques e, a depender da celeridade dos trabalhos, com a sua votação em segundo turno.

Confira os destaques desta terça-feira:

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1. Bolsas Internacionais

Sem novidades no front do acordo comercial com a China, os investidores monitoram o desenrolar da disputa com a União Europeia, com uma possível prorrogação da tarifação sobre veículos. Trump afirmou em maio que as importações de automóveis e autopeças europeias eram uma ameaça à segurança nacional. Na ocasião, ele determinou o prazo de seis meses, que se encerra essa semana, para a tomada de uma decisão, reporta o site Politico.

Já na disputa com a China, os investidores seguem acompanhando o desenrolar das negociações, após o revés no otimismo com Trump desmentindo sobre a reversão das tarifas já impostas dentro da guerra comercial. A revisão é um dos pontos centrais de Pequim para fechar um acordo, mas que sofre oposição interna na Casa Branca.

Na Europa, entre os indicadores, destaque para a taxa de desemprego no Reino Unido, que caiu para 3,8% no trimestre até setembro, de 3,9% no trimestre até agosto. O resultado veio pouco abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam manutenção da taxa em 3,9%.

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A pesquisa do ONS também mostrou que os salários no Reino Unido, excluindo-se o pagamento de bônus, avançaram 3,6% na comparação anual do trimestre até setembro, superando a previsão do mercado, que era de alta de 3,8%.

Já o índice de expectativas econômicas da Alemanha subiu de -22,8 pontos em outubro para -2,1 pontos em novembro, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo instituto alemão ZEW. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam avanço menor do indicador, a -14,8 pontos.

O índice das condições atuais medido pelo ZEW, por sua vez, aumentou de -25,3 pontos em outubro para -24,7 pontos em novembro. Neste caso, a projeção era de ganho maior, a -22 pontos

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Na Ásia, destaque para a bolsa de Hong Kong que se recuperou do tombo da véspera em meio a mais um acirramento da onda de protestos. Já o preço futuro do minério de ferro fechou com alta de 2,45%, também se recuperando das perdas recentes.

Os futuros do petróleo, que chegaram a operar em queda, apresentavam alta no início da manhã, em meio às preocupações com a guerra comercial e aumento da oferta por parte da Arábia Saudita.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h15 (horário de Brasília)

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*S&P 500 Futuro (EUA), -0,01%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,02%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,01%

*DAX (Alemanha), +0,25%
*FTSE (Reino Unido), +0,11%
*CAC-40 (França), +0,12%
*FTSE MIB (Itália), +0,43%

*Hang Seng (Hong Kong), +0,52% (fechado)
*Xangai (China), +0,17 (fechado)
*Nikkei (Japão), +0,81% (fechado)

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*Petróleo WTI, +0,11%, a US$ 56,92 o barril
*Petróleo Brent, +0,16%, a US$ 62,28 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 2,45%, cotados a 607,00 iuanes, equivalentes a US$ 86,64 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0054 (-0,0628%)

*Bitcoin, US$ 8.798,56, +0,53%

2. Bolsonaro

Com a criação de um novo partido, o presidente Jair Bolsonaro tenta dos casos de irregularidades das candidaturas laranjas do PSL, que culminou com a briga da família Bolsonaro com o presidente da sigla, Luciano Bivar. Dos 53 parlamentares eleitos, ao menos 27 devem acompanhar o presidente Bolsonaro.

Em relação à polarização que ganhou força após a libertação do ex-presidente Lula, Bolsonaro afirmou em entrevista que pode se valer da Lei de Segurança contra declarações dele, que poderiam ser enquadradas como crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social, baseadas em mecanismo criado durante a ditadura militar.

Segundo a coluna do Estadão, as declarações de Lula de que o País precisa seguir o exemplo de Chile e Bolívia de “lutar, atacar e não apenas se defender” foi o que mais incomodou o Planalto, que avaliou as falas do ex-presidente como vários tons acima, “incitando à violência” e sob risco de gerar turbulência ao País.

3. Congresso

O Congresso Nacional promove hoje às 10h00 sessão solene para promulgar a reforma da Previdência (Emenda Constitucional 103, de 2019), que teve origem na PEC 6/2019, instituindo novas alíquotas de contribuição para a Previdência, além da exigência de idade mínima para que homens e mulheres se aposentem.

As novas regras vão entrar em vigor no dia de sua promulgação, exceto para alguns pontos específicos, que valerão a partir de 1º de março de 2020. É o caso, por exemplo, das novas alíquotas de contribuição que começarão a ser aplicadas sobre o salário de março, que em geral é pago em abril.

Além das alíquotas, há outros pontos da reforma que começarão a valer no quarto mês subsequente à promulgação da Emenda Constitucional. É o caso da cobrança da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, que passará dos atuais 15% para 20%. A CSLL é um tributo que se destina, integralmente, ao financiamento da seguridade social, inclusive a Previdência.

Comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e apoiada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre e da Câmara, Rodrigo Maia, a reforma ganhou fôlego após tentativa frustrada do governo anterior. Foi quase um ano de negociações e tramitação até ser aprovada em definitivo. Outros projetos relacionados à Previdência, no entanto, ainda tramitam no Congresso.

A chamada PEC Paralela, aprovada no Senado em primeiro turno na semana passada, traz alterações, como a inclusão de servidores estaduais e municipais na reforma. Ainda hoje, a PEC paralela pode avançar no Senado com a votação dos destaques e, a depender da celeridade dos trabalhos, com a sua votação em segundo turno.

Outro projeto propõe alterações na aposentadoria dos trabalhadores que realizam atividades perigosas. Essa matéria, que conta com o apoio da base do governo e também de integrantes da oposição, deve começar a tramitar no Senado nas próximas semanas.

Leia também:
• O que muda na sua aposentadoria com a reforma da Previdência

4. Economia

O jornal Valor Econômico traz que o Banco Central prepara mudanças no cheque especial para induzir a redução dos juros na linha de crédito mais cara do País, que chegou a uma taxa média de 307,6% ao ano em setembro. Segundo a publicação, a proposta prevê que os bancos poderão cobrar uma tarifa mensal dos clientes que quiserem ter acesso a um limite de cheque especial.

Com a tarifa, a taxa de juros para pessoa física poderia cair dos atuais 12% ao mês para 7,5% ao mês, segundo uma fonte que acompanha a proposta, diz o Valor. O novo cheque especial, dessa forma, funcionaria como um “seguro”, com os clientes optantes pagando pela possibilidade de uso, inclusive em meses quando não for utilizada a linha de crédito.

Já no governo, foi lançado o Contrato Verde e Amarelo que tem a expectativa de gerar cerca de 1,8 milhão de empregos de até 1,5 salário mínimo até 2022. O público-alvo são jovens entre 18 e 29 anos que não têm experiência formal de trabalho.

Segundo o secretário Especial de Trabalho, do Ministério da Economia, o impacto fiscal das desonerações para o empresariado será de cerca de R$ 10 bilhões. “O custo da desoneração ao longo de cinco anos é em torno de R$ 10 bilhões e a compensação é em torno de R$ 11 bilhões a 12 bilhões”, disse.

Entre as medidas que vão gerar essa compensação para os cofres do governo está a alteração nas regras do seguro-desemprego. A metodologia proposta pelo governo prevê que quem receber o seguro deverá pagar uma contribuição mínima para o INSS de 7,5%. Como contrapartida, o governo propõe contar o período do seguro-desemprego para a aposentadoria.

O pacote de medidas prevê, entre outros pontos, a flexibilização do trabalho aos sábados e domingos e a desoneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para empregadores. Segundo o governo, com o pacote haverá redução em cerca de 30% dos custos para o empregador.

O pacote de medidas para a juventude determina que as empresas que aderirem ao programa poderão ter até 20% de seus funcionários nessa modalidade. Os novos contratos poderão ser firmados de 1º de janeiro de 2020 até e 31 de dezembro de 2022.

O prazo dos contratos será de até 24 meses, mesmo que o final do contrato ultrapasse a data de encerramento do programa. Ao final de cada ano, haverá um acordo extrajudicial de quitação de obrigações.

As empresas que aderirem ao Contrato de Trabalho Verde e Amarelo ficam isentas da contribuição previdenciária, do salário-educação e da contribuição social destinada ao Sistema S.

Entre os indicadores econômicos, está prevista a divulgação pelo IBGE do volume de serviços.

5. Noticiário corporativo

Na agenda corporativa, destaque para os resultados de Embraer, MRV, Copel, CPFL, Biosev, Aliar e Minerva.

Na noite da véspera, a Marfrig lucrou R$ 100,4 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 126 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Já a BR Distribuidora encerrou o terceiro trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 1,336 bilhão, o que representou uma alta de 23,9% sobre o mesmo período do ano passado. Em nove meses, o lucro da companhia soma R$ 2,115 bilhões, alta de 33,2%.

Enquanto isso, entre julho e setembro, a Eletrobras lucrou R$ 716 milhões. No mesmo período de 2018, a empresa teve prejuízo de R$ 2,2 bilhões. A Cosan teve lucro lucro líquido ajustado de R$ 460,8 milhões no 3º trimestre, ante R$ 172,9 milhões no mesmo período do ano passado.

Já a Ânima Educação encerrou o período com prejuízo de R$ 2,5 milhões, queda de 85% em relação ao prejuízo de R$ 16,6 milhões frente o mesmo período do ano passado. A Yduqs (ex-Estácio Participações), por sua vez, teve lucro líquido de R$ 158,8 milhões no mesmo período, uma queda de 18,3% ante os ganhos de R$ 202,6 milhões em igual período do ano passado. Sanepar lucrou R$ 243,6 milhões, Enauta teve lucro de R$ 41,9 milhões, enquanto a Rumo teve lucro líquido de R$ 367 milhões, crescimento de 62,5%.

Fora da safra de balanços, a Taurus Armas não será mais negociada com os tickers FJTA3 e FJTA4 a partir desta terça, mudando o código de negociação para TASA3 e TASA4. Já na CVC, Luiz Fernando Fogaça vai acumular a vice presidência financeira. Enquanto isso, o Estadão informa que  IRB, CNP, BB e Tokio vão disputar habitacional da Caixa Seguridade.

(Com Agência Estado, Agência Senado, Agência Brasil e Bloomberg)

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