Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Temor com segunda onda de coronavírus segue gerando cautela nos mercados; Ata do Copom e inflação nos EUA em destaque

Equipe InfoMoney

(Crédito: NIAID-RML)

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Os mercados estão cautelosos na terça-feira. Além do temor de uma segunda onda da Covid-19, dados negativos vindos da Ásia mantém os investidores de lado. As bolsas de valores de Ásia fecharam em leve queda e as da Europa abriram em leve alta, mas com Paris oscilando rápido para o terreno negativo.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) publicou durante a manhã a Ata da sua última reunião, em que cortou a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual em meio à pandemia. A ata destacou que a conjuntura prescreve estímulo extraordinariamente elevado e que o BC considera um último ajuste para a próxima reunião, destacou que o corte também está condicionado ao fiscal.

No noticiário corporativo, Itaúsa publicou resultados do 1º trimestre deste ano e reportou lucro líquido não recorrente um pouco acima de R$ 1 bilhão – uma retração de 59,3% em comparação a igual período do ano passado. Já o Carrefour Brasil registrou no primeiro trimestre de 2020 queda de 17,7% no lucro líquido, para R$ 363 milhões, na comparação anual. Confira no que ficar de olho:

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1.Bolsas mundiais

As bolsas de valores da Europa abriram em leve alta, muito próximas à estabilidade, com os investidores novamente cautelosos nesta terça-feira. Além do temor de uma segunda onda da epidemia da Covid-19, dados da inflação na China em abril chegaram abaixo das expectativas, tanto nos preços ao consumidor como ao produtor.

Wuhan, onde a pandemia começou, relata suas primeiras novas infecções desde que a cidade chinesa encerrou seu bloqueio no mês passado, e a Coreia do Sul registra novo surto de casos.

As bolsas da Ásia fecharam em leve queda, refletindo a aversão dos mercados ao risco. A Saudi Aramco, maior petrolífera do mundo, divulgou na manha de hoje seus resultados do 1º trimestre e mostrou queda de 25% no lucro líquido, que ainda assim foi de US$ 16 bilhões no período. Os futuros de Nova York estão levemente negativos.

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No mercado de commodities, o petróleo WTI sobe com sinais de retomada da demanda e se recupera da queda da véspera; cobre e níquel recuam em Londres e minério de ferro avança com escalada de tensão entre a China e Austrália, após Camberra ter defendido investigação independente sobre as origens da pandemia.

Os investidores também ficam de olho nos sinais renovados de tensão comercial, com o governo de Donald Trump tentando bloquear os investimentos em ações chinesas por um fundo de pensão do governo.

Assim, nem mesmo uma possível boa notícia animou os mercados: o gabinete da China anunciou nesta terça-feira que vai isentar mais  produtos dos EUA de tarifas punitivas impostas durante a disputa comercial entre os dois países, a partir da próxima terça-feira (19). O corte de tarifas pode encorajar mais compras de produtos americanos pela China e sinaliza a disposição de Pequim de cumprir o acordo comercial “de fase 1” assinado com os EUA no começo do ano.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h28 (horário de Brasília):

Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,12%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,10%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,11%

Europa
*Dax (Alemanha), -0,02%
*FTSE (Reino Unido), +0,60%
*CAC 40 (França), -0,38%
*FTSE MIB (Itália), +0,78%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,12% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,68% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong), -1,45% (fechado)
*Xangai (China), -0,11% (fechado)

*Petróleo WTI, +3,15%, a US$ 24,90 o barril
*Petróleo Brent, +1,38%, a US$ 30,04 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de +0,95%, cotados a 638.000 iuanes, equivalentes hoje a US$ 90,02 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0872 (-0,03%)

*Bitcoin, US$ 8.801,25 +3,15%

2. Indicadores econômicos

O Banco Central publicou a ata da última reunião do Copom, na qual foi decidido o corte de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros, a 3% ao ano.

A ata destacou que a conjuntura prescreve estímulo extraordinariamente elevado e que o BC considera um último ajuste para a próxima reunião, destacando que o corte também está condicionado ao fiscal. De acordo com o documento, o próximo ajuste não será maior do que o atual.

A expectativa do Banco Central é de uma forte queda no PIB na primeira metade do ano por conta dos efeitos da pandemia, com recuperação gradual começando no terceiro trimestre. A avaliação é de que o impacto da pandemia será desinflacionário.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) também divulgou na manhã de hoje o IGP-M dos primeiros dez dias de maio, com uma deflação de 0,32%, mais forte do que a queda de 0,04% esperada pelo consenso Bloomberg. Já o IBGE divulgará às 9h a pesquisa mensal de Serviços referente a março deste ano, com estimativa de queda de 2,1% na base mensal, segundo o consenso Bloomberg. Nos Estados Unidos, será divulgada às 9h30 a inflação ao consumidor em abril.

3. Política

Em depoimento de cerca de seis horas, o ex-diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, disse que o presidente Jair Bolsonaro queria alguém com quem tivesse “maior afinidade” no comando da PF, informa o jornal O Estado de S. Paulo. Valeixo foi ouvido como parte do inquérito que analisa se Bolsonaro interferiu politicamente na PF, conforme acusou o ex-ministro Sergio Moro.

Segundo o Valor Econômico, o vídeo da reunião no Planalto em que o Bolsonaro teria manifestado sua intenção de interferir politicamente nos trabalhos da PF será exibido aos investigadores nesta terça-feira.

4. Pandemia 

Estudo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz) mostra que durante o Carnaval, em fevereiro, já havia transmissão comunitária da Covid-19 no Brasil, o que acelerou o contágio, informa o jornal O Estado de S. Paulo. O mesmo estudo indica que a primeira morte causada pela doença no Brasil ocorreu entre 19 e 25 de janeiro, um mês antes do que se pensava, no Rio de Janeiro.

Já o jornal O Globo traz na manchete de hoje a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro incluiu academias de ginástica, salões de beleza e barbearias nas atividades essenciais, liberando os estabelecimentos da quarentena. Na noite de ontem, o Brasil tinha 168.331 casos confirmados e 11.519 mortes pela Covid-19.

Vale destacar que a CNT divulga pesquisa em parceria com o Instituto MDA com índices de popularidade do governo e pessoal do presidente Jair Bolsonaro e avaliação dos brasileiros sobre a atuação dos governos federal e estaduais no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, às 11h.

5. Noticiário corporativo

A Itaúsa, holding que agrupa as empresas nas quais o Banco Itaú tem participação, reportou no 1º trimestre deste ano um lucro líquido não recorrente de R$ 1,01 bilhão – uma retração de 59,3% em comparação a igual período do ano passado. Os resultados da holding foram afetados pela queda no lucro do Itaú Unibanco, que aumentou suas provisões no período, por causa da epidemia do coronavírus. O Carrefour Brasil, por sua vez, registrou no primeiro trimestre de 2020 queda de 17,7% no lucro líquido, para R$ 363 milhões, na comparação anual.

Já a Eletrobras anunciou ontem que vendeu 49% do capital social do parque eólico Mangue Seco 2 por R$ 33 milhões para o fundo Pirineus.

(Com Agência Estado e Bloomberg)