Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Índices futuros dos EUA operam estáveis após queda da véspera com investidores atentos a eleições ao Senado na Geórgia; os destaques da sessão

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Após uma queda expressiva na véspera, primeiro pregão do ano, dos principais índices americanos, a sessão é de estabilidade para os contratos futuros do Dow Jones, S&P500 e Nasdaq, com os investidores monitorando a eleição hoje para o Senado no estado da Geórgia, que pode definir se os democratas ou os republicanos terão maioria na Casa. Enquanto isso, a cautela predomina nos mercados em meio ao avanço dos casos de coronavírus e o novo lockdown na Inglaterra.

Por aqui, atenção para a disputa pela presidência da Câmara e para o noticiário sobre vacinação. Confira os destaques:

1.Bolsas mundiais

As bolsas europeias têm em sua maioria quedas, e índices futuros americanos ficam estáveis nesta terça (5). Investidores acompanham a aceleração da propagação do coronavírus dos dois lados do Atlântico, anúncios de novas restrições na Europa e as eleições para senador no estado da Geórgia nos Estados Unidos.

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Na véspera, Wall Street viu seus índices fecharem em baixa em meio à expectativa pelo segundo turno nas eleições na Geórgia e ao aumento persistente de casos de coronavírus.

A avaliação de alguns analistas é de que, caso o Senado dos EUA ganhe maioria democrata, medidas como adoção de impostos corporativos mais pesados, gastos fiscais mais intensos e menores benefícios às empresas seriam mais fáceis de passar e prejudiciais a Wall Street. Saiba mais sobre a importância da eleição ao Senado na Geórgia clicando aqui. 

Na segunda (4), o Reino Unido iniciou a vacinação com o imunizante desenvolvido pela parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, que se junta ao produto desenvolvido pela parceria entre Pfizer e BioNTech. Mas o país passa o seu pior momento em número de novos casos de covid.

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Foram registrados 58.784 casos de pessoas contaminadas pelo coronavírus no Reino Unido na segunda, um recorde. Em 30 de dezembro foram contabilizadas 981 mortes, o maior patamar durante esse período de ressurgência do vírus no país.

Na segunda, o governo britânico anunciou que um novo lockdown começa a ser implementado na Inglaterra já a partir desta terça. É o maior lockdown na Inglaterra desde março, e inclui o fechamento de escolas até meados de fevereiro.

Medidas restritivas também serão estendidas nas outras nações que integram o Reino Unido. Mesmo assim, o britânico FTSE é um dos poucos índices europeus com ganhos nesta terça.

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Com o lockdown na Inglaterra, as provas estão suspensas, restaurantes, bares e cafés fecham, com exceção de serviços de entregas. Locais de prática esportiva ao ar livre, como campos de golfe e quadras de tênis ficam fechados, mas parquinhos para crianças, assim como creches, continuam abertos.

Os cidadãos estão autorizados a sair de casa somente em caso de necessidades médicas, compra de alimentos, prática de exercícios físicos e trabalho presencial, no caso em que se tratarem de atividades consideradas indispensáveis.

Mais cedo, a Escócia havia divulgado uma ordem para que seus cidadãos fiquem em casa. O País de Gales determinou que escolas e universidades devem ficar fechadas até 18 de janeiro, para a maior parte dos alunos. Na Irlanda do Norte, as escolas passarão por um período prolongado de ensino a distância.

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Em um anúncio pela televisão, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que as próximas semanas “serão as mais duras até agora”. Ele citou a propagação de uma variante mais contagiosa do novo coronavírus no país, e exortou os cidadãos a “ficarem em casa, protegerem o NHS [sigla em inglês para serviço nacional de saúde] e salvarem vidas”.

Espera-se que a Alemanha também anuncie a extensão das medidas de lockdown no país nesta terça. As restrições atuais incluem o fechamento de escolas, lojas de roupas e restaurantes, e devem continuar a ser implementadas ao menos até o final de janeiro, segundo informações divulgadas pela imprensa.

O país atingiu o seu recorde de novos casos de covid no dia 30 de dezembro, 49.044. O recorde de mortes foi registrado em 29 de dezembro, 1.122.

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A pandemia também se acelera nos EUA. O país registrou no dia 2 de janeiro 291.384 novos casos de covid, seu recorde. O recorde de mortes foi registrado no dia 30 de dezembro, 3.808.

As bolsas asiáticas têm em sua maioria altas, apesar de o noticiário sobre o avanço da covid também marcar a região. O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, anunciou que o governo considera declarar um estado de emergência para impedir a propagação do coronavírus, especialmente em Tóquio.

O país registrou seu recorde de novos casos de covid no dia 31 de dezembro, 4.540. O recorde de mortes em um único dia ocorreu em 23 de dezembro, 64.

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Por outro lado, ações das gigantes de comunicação China Mobile, China Unicom e China Telecom tiveram fortes altas após a Bolsa de Nova York anunciar que não vai deslistá-las, voltando atrás em um anúncio feito na quinta-feira (31).

O índice Nikkei, do Japão, fechou com queda de 0,37%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, subiu 0,64%; o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 1,57%; o  índice Shanghai SE, da China, subiu 0,73%.

No mercado de commodities, o petróleo registra leves ganhos, com os investidores atentos à reunião da Opep e aliados sobre o aumento ou não da produção da commodity em janeiro, que não chegou a um desfecho na véspera e deve ser concluída nesta terça. Ainda no radar, continuam tensões sobre a captura pelo Irã de um navio da Coreia do Sul, com o Irã afirmando que o país asiático lhe deve US$ 7 bilhões.

Confira o desempenho dos principais índices às 7h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,19%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,18%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,18%

Europa
*Dax (Alemanha), -0,06%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,54%
*CAC 40 (França), +0,02%
*FTSE MIB (Itália), -0,03%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,37% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong) +0,64% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +1,57% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,73% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,42%, a US$ 47,82 o barril
*Petróleo Brent, +0,29%, US$ 51,24 o barril
*Bitcoin, US$ 31.555,75, -0,44%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 4%, cotados a 1039 iuanes, equivalente hoje a US$ 160,79 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,46

2. Agenda de indicadores

Nesta terça, a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulga os dados sobre vendas de veículos em dezembro no Brasil às 9h.

O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) medido pela FGV de 31 de dezembro de 2020 variou 1,07%, ficando 0,14 ponto percentual abaixo da taxa registrada na semana anterior. No ano, o indicador acumulou alta de 5,17%.

Às 6h o Banco Central Europeu divulgou dados sobre a massa monetária M3, que mede o valor de todos os ativos em moeda e líquidos de caixa em poder do público, relativos a dezembro. Houve alta de 11% frente o mesmo período do ano anterior, acima da projeção do mercado, de 10,6%.

Às 12h, será divulgado o ISM (sigla em inglês para Instituto de Emprego Manufatureiro) divulgado dados sobre novos pedidos, preços pagos e emprego nos Estados Unidos em dezembro.

Às 17h45, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, discute ações do banco central americano durante a pandemia. No mesmo horário, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, participa de um painel sobre o nexo fiscal-monetário.
Às 22h45 são divulgados dados do Caixin PMI (sigla em inglês para índice de gerentes de compras) na China.

3. Vacinação no Brasil

O consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil divulgou, às 20h de segunda (4), o avanço da pandemia em 24h no país.

A média móvel de casos confirmados em 7 dias foi de 35.381, queda de 28% frente o período encerrado 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 22.489 casos. A média móvel de mortes em 7 dias foi de 707. Com isso, houve queda de 9% frente a média móvel do período encerrado 14 dias antes. Em apenas um dia foram registradas 562 mortes por covid.

Na segunda, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou os dois primeiros casos de contaminação no estado com a nova variante do coronavírus, a mesma que foi identificada no Reino Unido e é apontada como um dos fatores a contribuírem para a aceleração da pandemia no país. O estado tem 62% dos leitos de UTI ocupados, e espera um pico de novas internações em 15 dias, como resultado de viagens e encontros das festas de final de ano.

Além disso, reportagem publicada na segunda pelo jornal Folha de São Paulo afirma que o governo brasileiro está utilizando de diplomacia para buscar garantir a importação da Índia de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford, que é produzida no país asiático pelo Serum Institute.

Isso porque, no domingo (3), o CEO do instituto, Adar Poonawalla, disse à agência internacional de notícias Associated Press que o governo do país não permitirá a exportação nos próximos meses das doses da vacina que produzirá, colocando em risco os planos do governo brasileiro para o imunizante.

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) testa o produto no Brasil, mas ainda não iniciou sua produção, nem ao menos com insumos importados. Por isso, foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a importá-lo da Índia, o que permitiria ao governo federal iniciar a vacinação no país mais rapidamente.

Também na segunda, a Anvisa pediu mais dados da Fiocruz (Fundação para autorizar o uso emergencial da mesma vacina.
A agência alega que precisa avaliar a comparabilidade entre a vacina produzida no Reino Unido, que está sendo testada no Brasil pela Fiocruz, e a vacina fabricada na Índia.

“Para a autorização, a agência precisa avaliar os estudos de comparabilidade entre a vacina do estudo clínico, que é fabricada no Reino Unido, com a vacina fabricada na Índia, bem como os dados de qualidade e condições de boas práticas de fabricação e controle. Ou seja, é necessário entender se o produto do fabricante indiano é semelhante ao fabricado no Reino Unido e que teve os dados clínicos aprovados”, afirmou.

4. Disputa pela Câmara

Partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciaram na segunda apoio à candidatura do deputado federal e presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), na disputa para presidente da Câmara dos Deputados, em eleição prevista para ocorrer no início de fevereiro. O movimento já vinha sendo antecipado pelos partidos.

PT, PDT, PSB, PCdoB e Rede divulgaram nota conjunta em que listam compromissos e objetivos em comum com Rossi, “além de derrotar Bolsonaro e sua pretensão de controlar o Congresso”. Bolsonaro já anunciou apoio público à candidatura do deputado Arthur Lira (PP), líder do bloco conhecido como centrão, para a sucessão da Câmara.

“A eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ocorre em meio a uma profunda crise social, econômica, política e de saúde pública no Brasil, agravada por um governo federal insensível ao sofrimento do povo, irresponsável diante da pandemia e chefiado por um presidente da República que ao longo de sua trajetória sempre se colocou contra a democracia”, diz a nota dos partidos de oposição. Entre os objetivos traçados estão defender a Constituição, proteger a democracia e as instituições do país e garantir a independência do Poder Legislativo.

“Nós, dos partidos de oposição, temos a responsabilidade de combater, dentro e fora do Parlamento, as políticas antidemocráticas, neoliberais, de desmonte do Estado e da economia brasileira”, afirmam as legendas de oposição. Também de oposição, o PSOL não assinou o documento.

Pouco antes da divulgação da nota conjunta dos cinco partidos, o PT, dono da maior bancada da Câmara com 52 deputados, havia anunciado sua posição. Além dos partidos de oposição, Baleia Rossi conta com o apoio do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de outras legendas, como DEM e PSDB, na disputa contra Lira.

Com o apoio obtido até o momento, Maia tem, em tese, número suficiente de votos para fazer seu sucessor. Mas, como o voto é secreto, é possível que políticos votem contrariamente à orientação de suas siglas em troca de verbas e cargos sob controle do governo, por exemplo. Isso poderia abrir espaço para a eleição do candidato apoiado por Bolsonaro.

5. Radar corporativo

A Klabin  informou que seus acionistas aprovaram em assembleia extraordinária a incorporação da Riohold Papel e Celulose. Ao convocar a assembleia, em novembro, a companhia afirmara que o objetivo da incorporação era fazer a integração plena das Unidades de Paulínia, Suzano, Franco da Rocha, Rio Verde e Manaus, compradas da International Paper, aos seus sistemas, além de racionalizar a estrutura societária.

O Credit Suisse reduziu a recomendação para os ativos da Sanepar para underperform (desempenho abaixo da média do mercado).

A Petrobras informou que um tribunal arbitral com sede em Nova York emitiu sentença contra a companhia em arbitragem iniciada pela Iesa Óleo e Gás, o que levará a uma provisão no resultado do quarto trimestre de 2020. Em comunicado, a Petrobras disse que a sentença determinou que sua subsidiária Petrobras Netherlands deverá pagar cerca de US$ 37 milhões e mais juros, enquanto a subsidiária Tupi B.V deverá pagar cerca de US$ 33 milhões e mais juros.

A China suspendeu as importações provenientes de uma fábrica de carne suína operada pela Aurora Alimentos por preocupações relativas ao coronavírus, informou a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) na segunda. O Ministério da Agricultura confirmou que foi informado pelas autoridades chinesas, no dia 28 de dezembro.

A GNA (Gás Natural Açu), joint venture formada por BP, Siemens e Prumo Logística, recebeu a primeira carga de gás natural liquefeito em seu terminal de regaseificação no Porto do Açu, no Rio de Janeiro, informou a companhia na segunda.

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