Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Bolsas mundiais sobem no dia das eleições nos Estados Unidos; novo horário da B3, Brasil repercute falas de Maia e mais destaques

Equipe InfoMoney

(Morry Gash-Pool/Getty Images)

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SÃO PAULO – A sessão é de ganhos para as bolsas mundiais, seguindo a alta da véspera, quando a B3 ficou fechada por conta do feriado de Dia dos Finados (veja mais o desempenho dos ADRs clicando aqui). Vale destacar que, devido ao fim do horário de verão nos Estados Unidos em 1º de novembro, os horários de negociação dos mercados brasileiros da B3 serão alterados, com a negociação até às 18h. No noticiário corporativo, Itaú e IRB divulgam balanço pós fechamento.

As atenções ficam todas voltadas para as eleições americanas. Visto como mais moderado que o republicano Donald Trump, inclusive na disputa com a China, Joe Biden lidera as pesquisas, mas ainda persistem incertezas sobre estados-chave e o risco de resultado ser contestado. Confira os destaques:

1.Bolsas mundiais

As bolsas europeias abriram em alta nesta terça-feira (3), dia das eleições presidenciais nos EUA e também repercutindo o noticiário corporativo.

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Ações da holandesa IWG, fornecedora de espaços de coworking, subiam cerca de 8%, com aumento de vendas. Mas, na Alemanha, a empresa de mídias de massa Prosiebensat.1 tinha queda de mais de 3,5%.
O índice Eurostoxx tem alta de 1,72%; o Dax, da Alemanha, sobe 1,98%; o FTSE 100, do Reino Unido, sobe 1,84%; o CAC 40, da França, tem alta de 2,21%; e o FTSE MIB, da Itália, sobe 2,22%.

Segundo pesquisas publicadas no domingo (1) e realizadas em parceria entre a rede NBC News e o jornal Wall Street Journal, o candidato democrata à presidência dos EUA Joe Biden tem 52% das intenções de voto, frente 42% das intenções de voto de Donald Trump.

No sistema americano, a vitória é contabilizada em cada estado, cada um deles correspondente a um número de delegados. Vence o candidato que obtiver o maior número de delegados a partir das vitórias estaduais, independentemente do número total de votos em nível nacional. Em estados pêndulo, que não têm uma tradição firme de votar em candidatos democratas ou republicanos as margens são menores. Mais de 94 milhões de votos já foram realizados antecipadamente, excedendo o nível de 2016. Grande parte dos votos foi realizada pelos correios.

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Durante a campanha, o presidente Trump levantou repetidas vezes preocupações quanto à autenticidade dos votos enviados pelo correio. No domingo, afirmou que os resultados deveriam ser divulgados nesta terça, “e não semanas depois!”. Normalmente, os resultados americanos são contabilizados até a madrugada do dia seguinte. Por isso, há temor de que o presidente esteja se preparando para questioná-los, em caso de derrota.

O S&P 500 Futuro tem alta de 1,42%; o Nasdaq Futuro sobe 0,96%; o Dow Jones Futuro sobe 1,69%.
Na véspera, dia em que a B3 ficou fechada por conta do Dia dos Finados, as bolsas americanas subiram.
As ações asiáticas também fecharam em alta nesta terça-feira. O índice Nikkei, do Japão, não abriu por conta de feriado nacional; o Hang Seng Index, de Hong Kong, subiu 1,96%; o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 1,88%; e o índice Shanghai, da China, subiu 1,42%.

Confira o desempenho dos mercados às 7h20 (horário de Brasília):

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Futuros dos EUA
*S&P 500 Futuro (EUA), +1,42%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,96%
*Dow Jones Futuro (EUA), +1,69%
Europa
*Dax (Alemanha), +1,98%%
*FTSE 100 (Reino Unido), +1,84%
*CAC 40 (França), +2,21%
*FTSE MIB (Itália), +2,22%
Ásia
*Nikkei (Japão), Não abriu
*Hang Seng Index (Hong Kong) +1,96% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +1,88% (fechado)
*Shanghai SE (China), +1,42% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +3,31%, a US$ 38,03 o barril
*Petróleo Brent, +1,23%, US$ 40,02 o barril
*Bitcoin, US$ 13.528,57, -0,02%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em queda de 1,25%, cotados a 787,0 iuanes, equivalente hoje a US$ 117,74 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,68

2. Agenda

O Banco Central divulga pesquisa Focus com expectativas de economistas para indicadores como PIB, câmbio, inflação e juros em seu website às 8h25. Na pesquisa da semana passada, os economistas alteraram a previsão de PIB deste ano de queda de 5% para baixa de 4,81%, previsão essa mantida também nesta semana.  Já a mediana das expectativas do PIB em 2021 voltou a cair, de 3,42% para 3,34%. A expectativa para o IPCA de 2020 foi elevada de 2,99% para 3,02%; para 2021, a projeção passou de 3,10% para 3,11%.

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Antes disso, foi divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 2% ao ano. O BC indicou que mudanças de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal motivariam uma reavaliação da sua orientação futura (forward guidance), ainda que o regime do teto de gastos esteja nominalmente mantido.

Às 10h, será revelado o dado do Markit Brasil PMI Manufatura de outubro.

Nos EUA, além dos mercados monitorarem as eleições, às 12h serão divulgados os pedidos às fábricas e de bens duráveis de setembro. Às 22h45 são divulgados dados do índice Caixin PMI sobre serviços na China, relativos a outubro.

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Ainda em destaque, passado um curto período de aparente volta à normalidade na Europa, o aumento dos casos e das mortes por coronavírus estão impondo novas preocupações na região, com a volta de lockdowns e o receio de nova escalada global da epidemia. O mercado financeiro tem refletido o aumento das tensões nos preços e as incertezas têm pesado sobre o ambiente de negócios. O Brasil, que ainda está em processo de queda do número de mortes por Covid-19, já começa a despertar dúvidas sobre uma segunda onda.

Para esclarecer o que poderá vir pela frente, o InfoMoney conversa nesta terça, às 13h, com as especialistas Margareth Dalcomo, pneumologista, criadora e coordenadora do ambulatório do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, da Fiocruz, e Natalia Pasternak, PhD em Microbiologia e diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC).

A situação da epidemia na Europa estará em pauta, assim como os paralelos com o Brasil e os principais desafios que envolvem as vacinas em teste atualmente. Participe da live e envie suas perguntas. Para se preparar, confira esta reportagem.

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3. Noticiário político

Sem consenso, projeto que dá autonomia ao Banco Central pode ser votado nesta terça. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), convocou sessão deliberativa remota às 16h para debater três projetos, entre eles o que estabelece autonomia formal para os diretores do BC, um assunto que é discutido há três décadas, sem avanços.

Os líderes também se reúnem nesta terça em busca de acordo para votação de veto à desoneração da folha.

Os investidores também repercutem as falas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) que afirmou que não vê um plano claro do governo quanto à crise econômica e fiscal, e não vê perspectiva de aprovação de cortes de gastos ou reforma fiscal neste ano durante live do jornal Valor na segunda-feira (2). O ministro da Economia Paulo Guedes seria o único defensor do teto de gastos no governo, disse ele.

Maia afirmou que o desemprego e a inflação estão crescendo, sem sinais de queda no curto prazo, e que não há clareza sobre o que o governo pretende para o Orçamento de 2021.

“Por enquanto, nenhum de nós tem certeza do que o governo vai fazer. Estamos vendo, a cada semana, uma linha de atuação. Em um momento você vê balão de ensaio [termo para quando governantes mencionam a possibilidade de tomar uma medida como forma de avaliar sua repercussão e viabilidade] de prorrogar o auxílio emergencial. Na outra, balão de ensaio de prorrogar o estado de calamidade [que permite temporariamente que o governo gaste acima do teto]”, disse.

Em sua avaliação, o ministro da Paulo Guedes “está quase sozinho dentro do governo defendendo o teto de gastos”.

O presidente da Câmara afirmou que não há mais tempo de aprovar o Orçamento de 2021 neste ano, mas seria possível votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Com a suspensão do recesso parlamentar, seria possível avançar no Orçamento em janeiro, por meio da votação de outras medidas.

Maia afirmou que é necessário cortar gastos no Executivo com a votação da PEC (proposta de emenda constitucional) Emergencial, que prevê o corte de despesas obrigatórias, com o objetivo de não descumprir regras fiscais. Maia condicionou a votação da reforma tributária à votação da PEC Emergencial, mas disse avaliar que isso não deve ocorrer em breve. “Alguns são otimistas e acham que a gente pode votar a PEC Emergencial em dezembro, minhas contas não permitem”, disse.

4. Fiocruz prevê vacina de Oxford em março no Brasil

A presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Nísia Trindade de Lima, afirmou na segunda-feira (2) que prevê que a produção da vacina desenvolvida em parceria entre Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca se inicie entre janeiro e fevereiro de 2021.

Segundo Lima, as primeiras doses da vacina devem ser aplicadas no Brasil até março de 2021.

A Fiocruz assinou em setembro contrato com a AstraZeneca para produzir 100 milhões de doses da vacina desenvolvida em Oxford. A farmacêutica detém os direitos de produção, distribuição e comercialização da vacina. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, 15 milhões de doses do ingrediente farmacêutico ativo da vacina de Oxford, que é fabricado na China, serão encaminhadas ao Brasil em dezembro. Assim, o país poderá dar início à produção em solo nacional.

Outro imunizante importante em vias de produção no Brasil é o Coronavac, que está sendo desenvolvido pela chinesa Sinovac. No país, a vacina deverá ser produzida pelo Instituto Butantan. A instituição fica em São Paulo, estado governado por João Doria (PSDB), potencial candidato contra Bolsonaro nas próximas Eleições.

No dia 21, Bolsonaro desautorizou um termo de intenção de compra de 46 milhões de doses da Coronavac, anunciado no dia anterior pelo ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello após a assinatura de um protocolo de intenções com governadores de 24 estados brasileiros. O recuo desencadeou críticas de secretários de Saúde de outros estados, que desejam que a vacina seja incluída no calendário nacional de vacinação.

No dia 30, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou em entrevista publicada pela revista Veja que o Executivo contribuiria com a compra da Coronavac, e que teria enviado ao Butantan recursos para produzir o imunizante.

“Essa questão da vacina é briga política com o Doria. O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí”, disse. Em resposta, Bolsonaro afirmou ao portal R7: “A caneta Bic é minha”.

Por meio de nota, o Instituto Butantan afirmou que “não recebeu nenhuma comunicação formal, por parte do Ministério da Saúde, sobre o protocolo de intenções assinado durante reunião com governadores de 24 estados brasileiros, realizada em 20 de outubro”, e que continua esperando que o governo adquira doses da Coronavac.

5. Radar corporativo

A Ânima Educação informa que assinou um contrato com o Grupo Laureate, que resultará na aquisição dos ativos brasileiros do grupo. O contrato prevê, em síntese, um preço, no fechamento, de R$ 4,4 bilhões, sendo R$ 3,777 bilhões a serem pagos a Laureate em dinheiro e R$ 623 milhões de dívidas dos ativos a serem assumidas pela Ânima Educação.

Em destaque, a Eletronorte aprova emissão R$ 750 milhões em debêntures. A BR Distribuidora recebeu R$ 34,6 milhões em dívida da Eletrobras. O Bradesco informou que concluiu compra do BAC Florida.

A Copasa teve lucro líquido de R$ 240,5 milhões no terceiro trimestre de 2020, 24% superior frente igual período no ano passado, quando lucrou R$ 131,4 milhões. A Irani Papel e Embalagem teve lucro líquido de R$ 25,55 milhões no terceiro trimestre de 2020.

Na sexta, a CCR anunciou que, pela primeira vez durante a pandemia, o tráfego semanal em estradas cresceu frente a 2019.

Ainda na temporada de resultados, Porto Seguro e Duratex divulgam números antes da abertura do mercado; Itaú, TIM, Minerva, Petro Rio, IRB Brasil, Marcopolo após o fechamento do mercado.

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