Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Dados da zona do euro e da China, desemprego no Brasil, temporada de resultados e mais destaques desta sexta-feira

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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SÃO PAULO – A sessão é de baixa para os principais índices mundiais nesta sexta-feira (30), última sessão do mês de abril. Em destaque, os investidores repercutem a agenda de resultados movimentada, com os dados do Twitter e da Amazon, além de bancos europeus.

Na agenda econômica, atenção para os dados de atividade econômica da zona do euro, da indústria da China enquanto que, no Brasil, será divulgada a taxa de desemprego pela Pnad contínua. Confira no que ficar de olho:

1.Bolsas mundiais

Os índices futuros das bolsas americanas têm baixa e os índices asiáticos fecharam em queda nesta sexta-feira, apesar da divulgação de resultados robustos de empresas na véspera, que impulsionam o valor de ações nos Estados Unidos. As bolsas europeias têm desempenhos variados entre si.

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Nesta sexta, os índices futuros americanos apresentam leves quedas, apesar de a gigante de e-commerce Amazon ter reportado um lucro recorde para o primeiro trimestre, de US$ 8,1 bilhões, mais do que triplicando o valor e acima da expectativa de analistas. As vendas no trimestre subiram 44%, a US$ 108 bilhões, em mais um indício de retomada da demanda nos Estados Unidos.

No entanto, a plataforma de mídia social Twitter teve crescimento do número de usuários abaixo do esperado, e compartilhou uma guidance para receita para o segundo trimestre abaixo do esperado.

As bolsas asiáticas fecharam em baixas na sexta-feira, à medida que investidores ficaram mais cautelosos, apesar de um encerramento positivo na sessão anterior nos Estados Unidos.

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As bolsas japonesas voltaram à atividade, após permanecerem fechadas para um feriado na quinta. O índice Nikkei caiu 0,83%, enquanto que o Topix caiu 0,57%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 0,83%. As bolsas da China continental também caíram. O índice Shanghai composto caiu 0,81%, enquanto que o componente Shenzhen caiu 0,18%.

A queda dos índices asiáticos vem na esteira de dados de manufatura chinesa mais fracos do que o esperado e diante da preocupante situação da covid-19 em partes da região, como Índia e Japão.

Dados oficiais mostraram que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria chinesa foi de 51,9 em março para 51,1 em abril. Ainda que o resultado acima de 50 mostre expansão da manufatura, analistas previam um recuo menor, para 51,6.

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Novos surtos de covid-19 na região asiática também inspiram cautela. Nas últimas semanas, a Índia vem registrando sucessivos recordes globais de novos casos diários. No Japão, as mortes pela doença ultrapassam 10 mil, em meio ao que especialistas estão descrevendo como quarta onda de infecções no país. A Bolsa de Tóquio ficará sem operar até quarta-feira (5 de maio), devido a feriados da chamada Semana Dourada.

As bolsas europeias têm tendências variadas entre si nesta sexta-feira, com os investidores reagindo à divulgação de resultados e dados econômicos. O índice Eurostoxx, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, cai 0,03%.

O banco Barclays reportou lucro líquido de 1,7 bilhão de libras pela primeira vez para um primeiro trimestre, acima da estimativa de 1,3 bilhão de libras. Mesmo assim, a sessão é de queda para os ativos.

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A farmacêutica britânica AstraZeneca teve alta de quase 3% mais cedo, após anunciar que sua vacina contra a Covid, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, adicionou o equivalente a US$ 275 milhões em vendas no primeiro trimestre.

Na agenda econômica, destaque para o PIB da Zona do Euro, que superou as expectativas dos economistas positivamente, em queda de 0,6% no primeiro trimestre na comparação sequencial, sendo que a expectativa era de contração de 0,8%. Na comparação anual, a queda foi de 1,8%.

Veja o desempenho dos principais indicadores às 7h10(horário de Brasília):
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,38%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,48%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,28%
Europa
*Dax (Alemanha), +0,39%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,19%
*CAC 40 (França), -0,03%
*FTSE MIB (Itália), -0,36%
Ásia
*Nikkei (Japão), -0,83% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -1,97% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,83% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,81% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -1,43%, a US$ 64,08 o barril
*Petróleo Brent, -1,21% a US$ 67,7 o barril
*Bitcoin, -0,43%, a US$ 54.435,98
**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com queda de 3,74%, cotados a 1088,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 168,31 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,47

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2. Agenda

Às 9h, será divulgado o resultado da Pnad Contínua Mensal pelo IBGE de fevereiro, com a previsão de uma taxa de desemprego de 14,5%, de acordo com consenso da Refinitiv.

Já para Samuel Durso, economista e professor da Fipecafi, a taxa deve atingir 14,4%, o que representa aproximadamente 14,5 milhões de pessoas que estão fora do mercado de trabalho. “É importante lembrar que, no período, o novo auxílio emergencial ainda não havia sido liberado pelo Governo Federal e os números da pandemia caminhavam para os piores resultados, obtidos em março e abril. Dessa forma, espera-se que a taxa de desemprego para fevereiro de 2021 continue nos patamares elevados que estamos percebendo desde o segundo semestre de 2020”, ressaltou.

Às 9h30, o Banco Central divulgará o resultado primário de março, com expectativa de déficit de 2,1 bilhões, segundo consenso Refinitiv. Às 14h, acontecerá o Leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) na B3.

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A agenda é movimentada também nos EUA. O destaque fica, às 9h30, para o índice de preços de gastos com consumo. Às 10h45, será revelado o ISM Chicago de abril; às 11h, a Universidade de Michigan: divulga o índice de sentimento do consumidor de abril.

3. Mais de 400 mil mortes por Covid

Na quinta (29), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 2.523, queda de 12% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registradas 3.074 mortes.

Assim, o país bateu a marca de 400 mil mortes por Covid na quinta. No sábado, abril já tinha se tornado o mês mais mortífero da doença no Brasil, de forma que os quatro primeiros meses do ano tiveram mais mortes do que todo o ano de 2020.

As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.
A média móvel de novos casos em sete dias foi de 60.170, queda de 8% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 69.079 casos.

31.208.111 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 14,74% da população. A segunda dose foi aplicada em 15.132.178 pessoas, ou 7,15% da população.

Na quinta, a CPI da Covid instalada no Senado aprovou a convocação para depor do atual ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, e dos ex-ministros da pasta durante o governo Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello. O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, também foi convocado.

Também na quinta, chegou ao Brasil o primeiro lote de vacinas da Pfizer, com 1 milhão no total.
Na quinta, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, realizou um pronunciamento em que rebateu as alegações do Fundo Russo de Investimento Direto, responsável pela comercialização da vacina, de que a decisão da Anvisa de barrar a importação de doses da Sputnik V teve motivação política.

“Queremos refutar a grave acusação que impacta na confiança e na credibilidade da agência sanitária brasileira”, disse Torres.

Governadores apresentaram na quinta-feira à Anvisa um novo pedido de análise para liberar a importação da vacina russa contra Covid-19 Sputnik V, no qual contestam a informação divulgada pelo órgão regulador brasileiro sobre a suposta presença de adenovírus replicante no imunizante.

A questão do adenovírus replicante foi um dos pontos mais importantes para a decisão da diretoria colegiada da Anvisa de rejeitar por unanimidade, na segunda-feira, a importação da vacina russa.
Mais cedo na quinta, a cúpula da agência fez um pronunciamento e deu entrevista coletiva para reafirmar as informações que embasaram a decisão de recusar a importação, com a divulgação de informações sobre a presença do adenovírus replicante prestadas pelo próprio desenvolvedor da vacina, segundo a Anvisa.

Contudo, logo em seguida e numa espécie de contra-ataque, governadores e o fundo russo responsável pela comercialização do imunizante divulgaram novos documentos para atestar que não haveria adenovírus replicante e pedir uma reanálise.

A documentação foi divulgada pela assessoria do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que tem liderado os esforços entre os chefes de Executivos estaduais sobre o assunto.

4. Quebra de patentes

O plenário do Senado aprovou na noite desta quinta-feira um projeto de lei que prevê quebra temporária de patentes de vacinas, testes e medicamentos contra a Covid-19 no período que durar a pandemia de coronavírus.

O texto foi aprovado por 55 votos a favor e 19 contra, e agora segue para a Câmara dos Deputados.

Ainda no radar, o governo central, composto por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um superávit primário de R$ 2,101 bilhões em março, divulgou o Tesouro na quinta-feira.
O dado veio melhor que a projeção de analistas de um déficit de R$ 3,1 bilhões, segundo pesquisa da agência internacional de notícias Reuters. No acumulado do ano, o governo central acumula superávit de R$ 24,443 bilhões. No acumulado em 12 meses, o rombo até março foi de déficit de R$ 759,5 bilhões, equivalente a 9,5% do PIB.

Em março de 2020, quando a economia do país começava a ser impactada pelo coronavírus e medidas de fechamento, o governo central registrou déficit primário de R$ 21,131 bilhões.

Segundo reportagem do jornal Valor, o cenário externo está mais favorável para as fabricantes de bens de consumo, como calçados, vestuário, artigos de higiene e beleza e alimentos industrializados. Isso se deve ao avanço da vacinação e consequente retomada da economia em países como Estados Unidos e China, que são os maiores importadores de produtos do Brasil. As exportações também são favorecidas pelo real desvalorizado.

5. Radar corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, as ações vendidas em follow-on pela Lojas Renner (LREN3) foram precificadas a R$ 39, levando a uma captação pela varejista de  R$ 3,978 bilhões. Foram vendidos 102 milhões de papéis.

Atenção ainda para a temporada de resultados: a Duratex (DTEX3) teve lucro líquido de R$ 172,699 milhões no período, alta de 232,2% em comparação com os três primeiros meses do ano passado.

A rede de laboratórios Fleury  lucrou R$ 118,6 milhões no primeiro trimestre de 2021, valor 102% superior ao do mesmo período do ano passado. O número também bateu a média das expectativas dos analistas segundo a Refinitiv, que apontava para um lucro de R$ 97,31 milhões no período.

O grupo de aluguel de veículos e gestão de frotas Unidas teve lucro líquido recorde de 231,4 milhões de reais no primeiro trimestre, quase três vezes acima do resultado obtido no mesmo período de 2020, apesar da incidência de novas medidas de isolamento social no trimestre.

A sessão desta sexta marca a estreia do banco digital Modalmais na B3. As units da companhia foram precificadas a R$ 20,01, em oferta que movimentou cerca de R$ 1 bilhão.

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