Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Safra de resultados corporativos deixa abertura dos mercados mistos no exterior; no Brasil, investidores digerem balanços de Vale e Petrobras

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Em um misto de realização e decepção com os resultados corporativos, o Ibovespa perdeu na véspera a marca histórica dos 107 mil pontos, fechando com queda de 0,5%, após três recordes consecutivos. Hoje, os investidores vão digerir os resultados de Petrobras e Vale – que detalham, durante teleconferências, os números do balanço do terceiro trimestre, às 10h00 –, assim como de Lojas Renner, Ambev e Usiminas.

Os resultados corporativos também movimentam os mercados lá fora, com destaque para Amazon e InBev, que decepcionaram. Além da cautela, por conta da safra de balanços, seguem as preocupações quanto ao Brexit. Segundo a CNBC, os lideres da União Europeia podem esperar até a semana que vem para tomar uma decisão sobre a extensão do Brexit, enquanto o premiê britânico Boris Johnson busca apoio para eleições gerais em 12 de dezembro.

Na política, o voto da ministra do STF Rosa Weber, considerado decisivo no julgamento sobre prisão em segunda instância, abriu caminho para a Corte derrubar a execução da pena antes de esgotados todos os recursos judiciais. Assim, a indicação é de o Plenário tenha um empate em 5 a 5, com o voto de minerva a cargo do presidente Dias Toffoli – que poderia buscar uma caminho alternativo, com a prisão após julgamento em terceira instância (STJ).

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O jornal Folha de S.Paulo traz que o governo já avalia uma eventual saída do Brasil do Mercosul, que, segundo estudos preliminares da CNI, poderia gerar uma perda de 2,4 milhões de empregos e R$ 52 bilhões de massa salarial. Segundo a publicação, no centro do debate está a resistência argentina a uma política de limitação da Tarifa de Exportação Comum (TEC).

No entanto, uma eventual vitória da esquerda, com a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, no país vizinho, gera um desalinhamento com o governo do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu publicamente o atual presidente e vice-líder nas pesquisas, Maurício Macri.

Confira os destaques desta sexta-feira:

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1. Bolsas Internacionais

As bolsas europeias passaram a operar no vermelho no início desta manhã, em meio a divulgação de resultados corporativos e à espera de definições sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia. Segundo a CNBC, os líderes europeus podem deixar até a próxima semana para tomarem uma decisão final sobre a concessão de uma extensão do Brexit.

Neste momento, a Comissão Europeia está às voltas com a instalação de uma nova equipe nos próximos meses e, ao conceder uma ampliação do prazo para o Brexit, além do dia 31 de outubro, haveria um desvio de foco dos funcionários. A expectativa é que a próxima Comissão deve se concentrar em outras áreas políticas, e não no Brexit.

Enquanto isso, o primeiro-ministro Boris Johnson sugeriu um tempo adicional para o Parlamento debater o Brexit, caso apoiem eleições gerais em 12 de dezembro. A imprensa britânica diz que a UE poderia estar esperando pela definição das eleições antes de decidir sobre a extensão do Brexit. Johnson precisa de uma maioria de dois terços na Câmara dos Comuns para conseguir convocar as eleições.

No lado corporativo, na Europa, saíram os balanços do Barclays (que teve lucro acima do esperado e as ações sobem 2%) e da cervejaria InBev, que reportou lucro estável, mas reduziu suas previsões de crescimento para este ano por conta do ritmo mais fraco de vendas de cervejas no Brasil e na Coreia do Sul – levando o valor de mercado da companhia na bolsa de Bruxelas a recuar cerca de 10%.

Já na Alemanha, o índice de sentimento das empresas da Alemanha ficou em 94,6 pontos em outubro, permanecendo no mesmo nível de setembro, segundo pesquisa divulgada hoje pelo instituto alemão Ifo. O resultado surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam baixa marginal do indicador a 94,5 pontos neste mês.

O chamado subíndice de expectativas econômicas do Ifo avançou de 90,9 pontos em setembro para 91,5 pontos em outubro, mas o subíndice de condições atuais recuou de 98,6 para 97,8 pontos no mesmo período. Para o Ifo, o levantamento sugere que a “economia alemã está se estabilizando”. A pesquisa mensal do Ifo envolve cerca de 9.000 empresas dos setores de manufatura, serviços, comércio e construção.

Além disso, o índice de confiança do consumidor da Alemanha apontou queda de 9,8 em outubro para 9,6 na pesquisa de novembro, segundo estimativa divulgada hoje pelo instituto alemão GfK. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam leitura de 9,8, e sugere que a confiança da população da maior economia europeia vai se deteriorar em novembro.

Nos EUA, os futuros operam entre perdas e ganhos. Os investidores digerem o resultado aquém do esperado da Amazon, o que levou as ações da gigante do comércio eletrônico a perderem mais de 7% após o fechamento na véspera do mercado, com lucro abaixo do esperado e sinalizações inferiores também para o quarto trimestre.

Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em alta, no aguardo do desenvolvimento de avanços no Brexit e na guerra comercial sino-americana. Em discurso, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que Washington “não busca confronto com a China” e nem quer “conter o desenvolvimento da China”.

Entre as commodities, os futuros do minério de ferro mostram recuperação, enquanto os preços do petróleo operam em queda.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h21 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,10%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,15%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,03%

*DAX (Alemanha), -0,20%
*FTSE (Reino Unido), -0,47%
*CAC-40 (França), -0,05%
*FTSE MIB (Itália), -0,16%

*Hang Seng (Hong Kong), -0,49% (fechado)
*Xangai (China), +0,48% (fechado)
*Nikkei (Japão), +0,22% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,23%, a US$ 56,10 o barril
*Petróleo Brent, -0,15%, a US$ 61,58 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 2,09%, cotados a 634,50 iuanes, equivalentes a US$ 89,74 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,07 (+0,02%)

*Bitcoin, US$ 7.508,37, +0,03%
R$ 30.474, -0,10% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda 

Na agenda doméstica desta sexta, atenção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,15% na terceira quadrissemana de outubro, acelerando em relação ao acréscimo de 0,10% observado na segunda quadrissemana deste mês, segundo dados publicados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Mais tarde, às 9h30, o Banco Central divulga o relatório de crédito, cujo volume deve ter crescido em 0,7% na base mensal em setembro, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois de subir 1,1% na medição anterior.

A autoridade monetária ainda faz leilão de dólares à vista e reverso a partir das 9h30, com rolagem às 11h30 caso haja sobra da oferta à vista. O BC voltou a colocar menos que a oferta no leilão conjugado desta quinta-feira, refletindo menor demanda por dólar.

Já nos EUA, às 11h, atenção para o Índice Michigan de Percepção do Consumidor final de outubro.

3. STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou mais uma etapa do julgamento das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) 43, 44 e 54, que discutem a possibilidade de início do cumprimento da pena antes de serem esgotadas todas as possibilidades de recurso (trânsito em julgado).

Até o momento, quatro ministros – Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Roberto Barroso e Luiz Fux – consideram que a possibilidade é constitucional. Outros três, o ministro Marco Aurélio (relator), a ministra Rosa Weber e o ministro Ricardo Lewandowski, entendem que a medida ofende o princípio constitucional da presunção de inocência.

Agora, o julgamento prosseguirá no início de novembro. Segundo o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, o calendário divulgado em abril já previa que não ocorreriam sessões na próxima semana.

Fiel da balança, o voto da ministra do STF Rosa Weber abriu caminho para a Corte derrubar a execução da pena antes de esgotados todos os recursos judiciais. Assim, a indicação é de o Plenário tenha um empate em 5 a 5, com o voto de minerva a cargo do presidente Dias Toffoli – que poderia buscar uma caminho alternativo, com a prisão após julgamento em terceira instância (STJ).

A decisão do STF pode afetar cerca de 4,8 mil pessoas presas após condenação em segunda instância, entre elas o ex-presidente Lula – que poderia progredir para o regime semiaberto sem pagar a multa de R$ 4,9 milhões, imposta na sentença sobre o caso do triplex, de acordo com pedido feito pela vara de execuções penais de Curitiba, responsável pela Lava Jato. Os bens bloqueados do ex-presidente já seriam garantia.

4. Economia e Argentina

O jornal Folha de S.Paulo traz que o governo já avalia uma eventual saída do Brasil do Mercosul, que, segundo estudos preliminares da CNI, poderia gerar uma perda de 2,4 milhões de empregos e R$ 52 bilhões de massa salarial. Segundo a publicação, no centro do debate está a resistência argentina a uma política de limitação da Tarifa de Exportação Comum (TEC).

Por trás da manobra, entretanto, pode estar uma preocupação com uma eventual vitória da esquerda, com a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, no país vizinho, nas eleições deste domingo, gerando um desalinhamento com o governo do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu publicamente o atual presidente e vice-líder nas pesquisas, Maurício Macri.

A redução tarifária de 80% em mais de dez mil mercadorias defendida pelo governo brasileiro, implicaria uma ampla abertura comercial, afetando principalmente a indústria de automóveis, destaca a Folha. Para ser concretizada, porém, qualquer decisão preciso ter o aval dos quatro países-membros – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Caso socialista Daniel Martínez vença a eleição uruguaia, que também acontece neste final de semana, quem poderá se isolar no bloco, porém, pode ser o Brasil. Cabe destacar que a América do Sul vem está recebendo atenções diante da possibilidade de uma onda de protestos, como os desencadeados no Chile.

5. Noticiário Corporativo

A temporada de resultados ganha força com a divulgação de resultados de blue chips. A Petrobras teve um lucro líquido de R$ 9,087 bilhões no terceiro trimestre de 2019 – uma alta de 36,8% ante o mesmo período do ano passado, quando teve lucro de R$ 6,644 bilhões. O resultado ficou acima da média das projeções compiladas pela Bloomberg, que apontava para lucro de R$ 8,410 bilhões. Sobre o segundo trimestre, houve uma queda de quase 52% no lucro, que foi de R$ 18,8 bilhões. Essa diferença se deu porque entre abril e junho houve um grande impacto da venda da TAG sobre os números da empresa.

Já a Vale encerrou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 6,461 bilhões. O valor é 15,2% maior do que o ganho de R$ 5,608 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

Com o desempenho, a empresa também reverteu o prejuízo líquido de R$ 418 milhões obtido no segundo trimestre de 2019. Já o lucro operacional da mineradora bateu R$ 14,382 bilhões entre julho e setembro deste ano, contra R$ 12,962 bilhões registrados no mesmo período de 2018 e R$ 7,137 bilhões no segundo trimestre de 2019.

A Ambev divulgou lucro líquido ajustado de R$ 2,441 bilhões, cifra 15,8% inferior. No Brasil, o volume de vendas de cervejas recuou 2,8%, após ajuste de preços e um cenário competitivo potencializado por descontos realizados pela concorrência. Esses fatores ajudaram no tombo das ações da InBev na Europa.

Lojas Renner teve lucro de R$ 189,3 milhões – inferior às projeções. Já a Usiminas teve um prejuízo de R$ 139 milhões no mesmo período.

Além dos balanços, atenção para o banco mineiro BMG e a varejista de moda C&A, que precificaram suas ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) no piso da faixa indicativa dos coordenadores. A operação do BMG movimentou R$ 1,6 bilhão, sendo R$ 1,2 bilhão da oferta primária — recursos novos, cujo montante vai para o caixa da companhia — e R$ 400 milhões na oferta secundária. A faixa indicativa do IPO do BMG foi definida entre R$ 11,60 — valor da precificação — e R$ 13,40 por ação.

Já o IPO da C&A saiu a R$ 16,50 por ação, também no piso da faixa indicativa, que ia até R$ 20. As ações da varejista começam a ser negociadas na B3 no dia 28, com o código CEAB3. Tanto a tranche primária quanto a secundária movimentaram R$ 813,7 milhões cada, totalizando R$ 1,63 bilhão.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Senado, Agência STF e Bloomberg)

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