Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Investidores acompanham divergência entre Fed e Tesouro dos EUA sobre programa de estímulos, falas de Guedes e mais destaques

Equipe InfoMoney

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A sessão é de desempenho “morno” para os principais mercados mundiais, com os investidores monitorando as falas do Federal Reserve e do Tesouro dos EUA sobre os programas de estímulos à economia do país.

Por aqui, atenção para as falas de Paulo Guedes, ministro da Economia, que defendeu em conferência na véspera a venda de reservas como uma das medidas para reduzir a dívida e voltou a falar sobre taxações. Confira no que ficar de olho:

1. Bolsas mundiais

A sessão é de leve baixa para os índices futuros americanos, enquanto bolsas europeias sobem, com os investidores acompanhando as declarações do Tesouro dos EUA e o Federal Reserve sobre programas de emergência na pandemia nos EUA. Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, disse aos parlamentares que devem redirecionar US$ 580 bilhões de estímulo não gasto.

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Ele ainda escreveu uma carta ao presidente do Fed, Jerome Powell, exigindo a devolução do dinheiro que o governo fornece ao banco central para que ele possa emprestar a certos mercados em tempos de estresse; minutos depois, o Fed divulgou comunicado instando que “todo o conjunto” de medidas fosse mantido até 2021.

Na terça-feira, Powell indicou que não achava apropriado permitir que os programas expirassem. “O Fed estará fortemente comprometido em usar todas as nossas ferramentas para apoiar a economia pelo tempo que for necessário até que o trabalho seja bem feito”, disse Powell. “Quando chegar a hora certa, e eu não acho que essa hora seja ainda ou muito em breve, nós abandonaremos essas ferramentas”.

Por outro lado, o senador democrata Chuck Schumer afirmou que o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnel, concordou em voltar às negociações a respeito da aprovação de uma lei implementando incentivos fiscais nos Estados Unidos.  Como republicanos detêm a maioria no Senado, seu protagonismo é necessário para a aprovação de um novo pacote de estímulos, assunto que marcou as expectativas do mercado financeiro americano até pouco antes das eleições, e que agora pode voltar à tona.

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Enquanto isso, o presidente eleito Joe Biden atacou a falta de cooperação do governo Trump na transição presidencial, dizendo que isso prejudicava a capacidade de sua equipe de obter informações atualizadas sobre a pandemia.

Vale destacar ainda que, em meio a alta de casos de coronavírus, houve uma diminuição do ânimo dos investidores em relação ao progresso da vacina. A Califórnia impôs toque de recolher na maior parte do estado, enquanto os primeiros- ministros sul-coreanos e japoneses pediram vigilância para conter o contágio e o chefe de saúde de Hong Kong disse que a cidade “provavelmente entrou em uma nova onda de casos”.

Na Europa, economias importantes, como França, Reino Unido e Alemanha, continuam a implementar diferentes níveis de lockdowns, com aumento dos casos. Mesmo assim, o número de infecções continua a aumentar.

Ainda no noticiário europeu, reuniões sobre o Brexit foram suspensas após membros da comitiva da União Europeia serem testados positivo para covid-19 na quinta-feira. As discussões prosseguem remotamente, com o objetivo de obter um acordo em dez dias.

Entre os índices asiáticos, o índice Nikkei, do Japão, caiu 0,42%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, teve alta de 0,36%; o Kospi, da Coreia do Sul, fechou em alta de 0,24%; o índice Shanghai, da China, subiu 0,44%.

Confira o desempenho dos principais índices às 7h50 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,14%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,01%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,17%

Europa
*Dax (Alemanha), +0,45%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,71%
*CAC 40 (França), +0,7%
*FTSE MIB (Itália), +0,96%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,42% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong) +0,36% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,24% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,44% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,65%, a US$ 42,01 o barril
*Petróleo Brent, +0,45%, US$ 44,65 o barril
*Bitcoin, US$ 18.253, +11,75%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 1,72%, cotados a 887,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 135,04 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,57

2. Agenda econômica

Às 10h30, Robert Kaplan, presidente do Federal Reserve de Dallas, e às 15h30, Esther L. George, presidente do Fed no Kansas, falarão sobre a economia dos EUA.

Às 12h são divulgados dados sobre confiança do consumidor na União Europeia.

3. Guedes volta a defender imposto sobre transações

Na quinta-feira, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que, após o período eleitoral, pretende voltar a tratar da criação de um imposto sobre transações, nos moldes da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras). A fala ocorreu em videoconferência promovida pelo banco Bradesco.

Guedes, que rejeita a referência à CPMF, afirmou que o plano inicial prevê a taxação de recursos enviados por meio do Pix, novo sistema de transferência de pagamentos instantâneos que foi inaugurado nesta semana.

As alíquotas devem ser baixas, em torno de 0,10% e 0,15%. Estudos iniciais do Ministério da Economia falavam em alíquotas em torno de 0,20%. O setor bancário é contrário ao novo tributo, o que levou Guedes a classificar a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) de “casa de lobby” em outubro.

Ele afirmou que a reforma tributária poderia ser destravada ainda em 2020 “por um milagre”, e criticou a proposta presente na Câmara. Segundo ele, para manter a arrecadação em patamares adequados, a alíquota sobre consumo deveria ser superior a 30%, o que impactaria o consumo. Por isso, defende a taxa sobre as transações.

Também em destaque, em meio à crescente desconfiança dos investidores em relação ao quadro fiscal brasileiro, Guedes garantiu que fará “o que for necessário” para reduzir a dívida e citou, entre o cardápio de medidas para atingir esse objetivo, a possibilidade de “até vender um pouco de reservas”.

Além disso, relatório global que está sendo publicado nesta sexta-feira pela Tax Justice Network, afirma que o Brasil perde impostos no valor de US$ 14,9 bilhões por ano para paraísos fiscais, o equivalente a 20% do orçamento da saúde. Globalmente, as perdas de governos são estimadas em US$ 427 bilhões por ano.

Em entrevista ao jornal Valor, o diretor da ONG, Bou Mansour, afirmou que, no caso do Brasil, os desvios são feitos por multinacionais, que transferem lucros que obtêm no país para paraísos fiscais. Assim, subestimam os ganhos no mercado brasileiro e pagam menos impostos.

Além disso, US$ 280 milhões são perdidos com a evasão fiscal privada, em que indivíduos transferem seu patrimônio para fora do Brasil para esconder suas verdadeiras fortunas.

4. Aceleração da covid e a vacinação no Brasil

Na quinta-feira, o Brasil registrou 35.918 novos casos de contaminação por covid-19, uma alta de 70% em 14 dias, segundo dados do Ministério da Saúde. Até a manhã de sexta-feira, 168.061 pessoas morreram com a doença no país.

O governo do estado de São Paulo proibiu o agendamento de novas cirurgias não emergenciais em hospitais, sejam eles privados, públicos ou filantrópicos. Leitos dedicados exclusivamente a pacientes com covid-19 não poderão ser desmobilizados.

Além disso, a reclassificação das regiões do estado no Plano São Paulo, que estabelece o nível de restrição de atividades em cada local, como forma de barrar o avanço da covid, será feito a cada 14 dias, e não a cada 28 dias como vinha ocorrendo. Com a aceleração de novos casos, o governo suspendeu, no dia 16, a reclassificação de oito regiões do estado, que partiriam da fase amarela para a fase verde.

Na quinta-feira, o secretário-executivo do MInistério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que o governo federal ainda pretende concluir, nesta semana, uma rodada de reuniões com representantes de cinco empresas responsáveis pelo desenvolvimento de vacinas contra a covid-19.

O governo está conduzindo negociações com: Covaxin, da Índia; Instituto de Pesquisa Gamaleya, da Rússia, produtora da Sputnik V; Janssen, dos Estados Unidos; Moderna, dos Estados Unidos; Pfizer, dos Estados Unidos e BionTech, da Alemanha.

As reuniões podem resultar em memorandos que abrem espaço para aquisições no futuro. “O que deve ocorrer a partir dessas reuniões, entendendo uma série de premissas que eu vou abordar em breve, serão memorandos de entendimento não vinculantes para possíveis futuras aquisições”, disse o secretário.

O secretário destacou que, para que qualquer vacina chegue à população, precisa ser aprovada pela Anvisa. Até o momento, o Brasil já tem parceria para a produção, localmente, de três vacinas.

O governo federal fechou acordo para compra da vacina ChAdOx1, desenvolvida pela britânica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. A produção local será realizada pela Fundação Oswaldo Cruz. O custo deve ser de R$ 1,9 bilhão, para produção de 100 milhões de doses.

E o governo do Paraná tem um acordo para utilizar a vacina Sputnik V, do Instituto Gamaleya, da Rússia.

Além disso, o governo federal tem um acordo com a Organização Mundial da Saúde, em que deve investir R$ 2,5 bilhões. Assim, terá acesso a 42 milhões de doses de uma vacina dentre as desenvolvidas pela iniciativa global Covax Facility, que inclui diversas candidatas.

5. Radar corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) retomou a produção do seu Alto-Forno 2, que teve sua paralisação temporária definida pela siderúrgica em maio. Este alto-forno tem capacidade nominal de 1,5 milhão de toneladas por ano, e segundo a CSN, a sua retomada “visa adequação da produção à demanda do mercado”.

Já o conselho administrativo da Copasa aprovou o desdobramento de 1 ação para 3 com o objetivo, segundo a companhia, de tornar a ação mais acessível aos investidores e elevar a liquidez. O conselho de administração da Hapvida, por sua vez, aprovou o desdobramento das ações na proporção de 1 para 5, com a manutenção do capital social.

A Cielo comprou a participação de 8,56% que restava na Multidisplay para deter a totalidade do capital social da controlada, com os acionistas minoritários da empresa exercendo a opção de venda de sua participação. Já a Ânima anunciou a compra da startup de tecnologia Medroom, por valor não revelado. A companhia desenvolve soluções de realidade virtual para educação médica.

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