Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Bolsas mundiais tentam reação após recentes quedas, mas preocupação com coronavírus limita ganhos; fiscal no Brasil segue no radar e mais destaques

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Os mercados europeus abriram em alta nesta sexta-feira (16), com bons resultados da fabricante de automóveis Daimler e da LVMH Moët Hennessy, produtora de marcas de luxo como Louis Vuitton e Dior. Os índices futuros americanos também abriram com tendência de alta, à medida que o mercado aguarda dados do varejo.

Ainda não há, no entanto, sinais positivos quanto a um novo pacote de estímulo contra a crise do coronavírus.

No Brasil, o mercado acompanha previsão de que o governo tenha que pagar mais de R$ 640 bilhões em títulos da dívida pública entre janeiro e abril de 2021. É mais que o dobro do que costuma ser pago. Há preocupação sobre a capacidade de o país pagar a conta, especialmente se um programa substituto do Bolsa Família e do auxílio emergencial for aprovado.

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Pelo lado positivo, a CSN apresentou lucro de mais de R$ 1 bilhão, frente prejuízo no mesmo período do ano anterior.

Além disso, técnicos do Ministério da Saúde temem que motivações políticas façam com que o governo federal desconsidere vacina produzida em São Paulo pelo Instituto Butantan, nos planos de vacinação da população brasileira.

1.Bolsas Mundiais

Bons resultados de marcas de roupas de luxo e no setor automobilístico trouxeram otimismo para Bolsas europeias.

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A LVM tem alta de mais de 6%, o que impulsionou o setor como um todo. A Hermes International tem altas de 3,6%; a Burberry, de 3,76%; a Kering de 3,86%; e a Hermès International, de 3,68%. O setor automobilístico também se mostra otimista, com a Daimler informando ganhos acima do esperado, levando a altas de 5,31% em suas ações.

Já a ação do Thyssenkrupp chegou a subir mais de 20% após notícia de que Liberty Steel fará uma oferta de bilhões de euros para a unidade de aço da empresa alemã.

Os mercados continuam com certa cautela, no entanto, devido à alta de casos de coronavírus, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, onde diversos países voltaram a aumentar restrições que haviam sido relaxadas. Em Paris, autoridades voltaram a aplicar toques de recolher. Em Londres, reuniões entre pessoas que não vivem juntas voltaram a ser restritas.

O Dax, da Alemanha, sobe 0,68%; o FTSE 100, do Reino Unido, tem alta de 0,82%; o CAC, da França, sobe 1,23%; e o FTSE MIB, da Itália, sobe 0,25%.

Nos Estados Unidos, após um início de manhã perto do zero, os índices futuros ganharam força depois que a Pfizer disse que poderia se inscrever para o uso emergencial de sua vacina candidata contra a Covid-19 já em novembro, compensando parcialmente as preocupações sobre um impasse em Washington sobre mais ajuda fiscal.

O índice futuro do S&P 500 sobe 0,16%, o Nasdaq futuro avança 0,25% e o Dow Jones futuro tem leve alta de 0,18%. Esta sexta-feira traz o vencimento dos contratos de opções sobre ações, índices e fundos negociados em bolsa dos EUA, aumentando as chances de volatilidade.

Já no noticiário quinta-feira, o Reino Unido perdeu o prazo que havia colocado para fechar um acordo sobre o comércio com a União Europeia após o Brexit. O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, deve anunciar nesta sexta-feira se continuará as negociações com o bloco econômico, que não têm avançado.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deixou as negociações nesta quinta-feira após um membro de sua equipe ter sido testado positivo com covid-19. Ela está em quarentena.

Os índices asiáticos fecharam em diferentes direções, também influenciados pela alta de casos de coronavírus em grandes economias mundiais. O índice Nikkei, do Japão, fechou com baixa de 0,41%; O índice Hang Seng, de Hong Kong, em alta de 0,94%; o Kospi, da Coreia do Sul, com baixa de 0,83%; e o índice Shanghai, da China, em alta de 0,13%.

Veja abaixo o desempenho dos índices às 8h30 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,16%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,25%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,18%
Europa
*Dax (Alemanha), +0,68%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,82%
*CAC 40 (França), +1,23%
*FTSE MIB (Itália), +0,25%
Ásia
*Nikkei (Japão), -0,41% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +94% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,83% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,13% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -1,17%, a US$ 40,48 o barril
*Petróleo Brent, -1,25%, a US$ 42,62 o barril
*Bitcoin, US$ 11.285,48, -0,45%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em baixa de 2,17%, cotados a 785,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 117,21 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,70

2. Agenda de indicadores

Nesta sexta, o mercado acompanha a divulgação da balança comercial da Zona do Euro. Às 6h, o gabinete estatístico da zona do euro informou que as exportações para o resto do mundo recuaram 12,2%, para 156,3 bilhões de euros na comparação entre agosto de 2020 e o mesmo mês de 2019. As importações caíram 13,5%, para 141,6 bilhões de euros. Dessa forma, a balança comercial se manteve positiva, em 11,3 bilhões de euros, frente a 10,6 bilhões em agosto de 2019.

No Brasil, a FGV divulgou às 8h o índice de inflação IGP-10. O índice desacelerou a alta a 3,20% em outubro, contra avanço de 4,34% no mês anterior, com a queda nos preços de commodities colaborando para o arrefecimento da inflação no atacado, informou a Fundação Getulio Vargas.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, desacelerou a alta a 4,06% este mês, ante taxa de 5,99% em setembro.

E, nos Estados Unidos, o governo divulga às 9h30 dados sobre as vendas no varejo em setembro; Às 10h15 dados sobre produção industrial, também em setembro; às 10h30, dados semanais sobre exportação de grãos; e às 11h dados sobre estoques empresariais de agosto, e sobre a confiança do consumidor em outubro.

3. Vencimento de títulos do Brasil

O Estadão estampa como reportagem de capa o vencimento de títulos da dívida do governo federal no valor de R$ 643 bilhões. Esse valor deve vencer entre janeiro e abril, e representa mais que o dobro da média registrada nos últimos cinco anos.

Isso significa que, apenas nesse período de quatro meses, o Tesouro precisará pagar a investidores o equivalente a 15,4% da dívida interna brasileira.

O prazo para pagamento da dívida pelo governo está ficando mais apertado devido ao encurtamento dos financiamentos. Com maior desconfiança do mercado sobre as contas brasileiras, o Tesouro vem emitindo títulos com prazo mais curto, de seis meses a um ano. Há desconfiança sobre a capacidade de o país pagar os papéis no longo prazo.

Com a pandemia, o governo teve que desembolsar mais. Dessa forma, a dívida pública deve superar 100% do PIB até o final do ano, um patamar considerado alto para países emergentes.

Há desconfiança sobre o quadro fiscal brasileiro. Governo e Congresso vêm se mostrando comprometidos em aprovar um programa de renda que substitua o auxílio emergencial e o Bolsa Família. Com o auxílio emergencial de R$ 600, o nível de pobreza atingiu o menor patamar da história do Brasil. Sem ele, milhões de pessoas devem voltar à pobreza.

Assim, os investidores acompanham as falas de autoridades políticas sobre o risco fiscal no Brasil.  Vale destacar que, na véspera, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, afirmou que a base do governo está entendendo que não há saída fora do teto e a maioria dos deputados apoiam as reformas, em evento virtual do banco BMG. A fala de Maia se contrapõe ao vice-presidente Hamilton Mourão, que afirmou ontem mais cedo que o Renda Cidadã pode ficar fora do teto, segundo o Estadão, o que ajudou a pressionar os ativos brasileiros na tarde de ontem.

4. Disputa política em torno da vacina

O jornal Valor traz como chamada de capa uma reportagem que afirma que técnicos do Ministério da Saúde têm demonstrado preocupação com a politização em torno da vacina contra o coronavírus.

Na quarta-feira (14), o Ministério da Saúde apresentou a secretários de saúde estaduais um cronograma de vacinação contra a Covid-19 em que previu o início da vacinação para abril de 2021. O cronograma conta apenas com a vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, que está em fase de testes e deverá ser produzida no Brasil pela Fiocruz, em Manguinhos, no Rio.

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, parte dos secretários de saúde presentes na reunião ficou com a impressão de que o governo federal estava ignorando a vacina da empresa chinesa Sinovac, que vem sendo testada pelo Instituto Butantan, de São Paulo.

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou ao jornal que “as vacinas não estão sendo tratadas de forma republicana pelo Ministério da Saúde”. Na reunião, técnicos de sua pasta afirmaram que a vacina do Instituto Butantan podem estar disponíveis já em dezembro, com 46 milhões de doses. Outras 14 milhões ficariam prontas até fevereiro e 40 milhões até junho.

Segundo o Valor, técnicos do Ministério da Saúde temem que o governo discrimine o imunizante desenvolvido em São Paulo.

5. Radar corporativo

A CSN anunciou na noite de quinta-feira (15) que reverteu prejuízo no terceiro trimestre, atingindo lucro de mais de R$ 1 bilhão. No ano anterior, tivera prejuízo de mais de R$ 870 milhões no mesmo período.

O Magazine Luiza comprou a escola digital de negócios ComSchool, por valor não revelado. A empresa diz que buscará ampliar a capacidade de negócios de seus 32 mil vendedores cadastrados. A ComSchool oferece cerca de 200 cursos em marketing digital, e-commerce e redes sociais.

A Klabin informou que a Sogemar aceitou reduzir o valor pedido para ser incorporada. A nova proposta de incorporação prevê emissão de 69.394.696 ações ON, em valor de R$ 274 milhões. A proposta anterior previa um número superior de ações, 92.902.188.

A Triple Play, do ramo de telecomunicações e a incorporadora paulista One Innovation desistiram planos de uma oferta pública de ações.

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