Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Recuperação de emprego e visões otimistas para ativos brasileiros podem dar novo impulso à B3; no exterior, mesmo com impasse comercial, mercados sobem

Equipe InfoMoney

(Crédito: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

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A bolsa brasileira fechou a sessão da véspera com alta de 1,54%, indo na contramão dos índices internacionais, e se posicionando acima dos 107 mil pontos. Hoje, porém, o Ibovespa pode se beneficiar do exterior, já que os futuros de NY e as bolsas europeias operam em alta nesta manhã.

O otimismo dos investidores foi impulsionado pelas mensagens do JP Morgan e do Morgan Stanley, que reiteraram recomendação overweight (desempenho acima da média do mercado) para os ativos brasileiros, enquanto o UBS elevou a classificação das ações de empresas do Brasil para forte overweight, com apostas de uma aceleração no crescimento econômico e retomada no consumo.

Corroborando com as expectativas de que o nível consumo interno volte a patamares pré-crise, os números de emprego do Caged mostraram o melhor outubro desde 2017.

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Já os mercados internacionais amanhecem positivos mesmo em meio às incertezas sobre a conclusão de um acordo comercial entre EUA e China ainda este ano.

O presidente chinês Xi Jinping disse que seu país quer trabalhar em direção a um acordo comercial de primeira fase com os EUA “com base no respeito mútuo e na igualdade”.

“Não iniciamos esta guerra comercial e isso não é algo que queremos”, reiterou Xi em uma reunião de sexta-feira com visitantes internacionais em Pequim, incluindo o ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, segundo a Bloomberg.

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“Quando necessário, revidaremos, mas temos trabalhado ativamente para tentar não ter uma guerra comercial”, disse o presidente chinês.

Entre as commodities, destaque para a alta dos futuros de minério de ferro, que se valorizavam 2,2% na bolsa de Dalian. Já o petróleo operam em queda.

Confira os destaques desta sexta-feira:

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1. Bolsas Internacionais

Os futuros de Nova York operam em alta nesta manhã, mesmo diante da falta de definições sobre um acordo comercial entre EUA e China, com a iminente possibilidade de que o acordo seja finalizado apenas em 2020, por conta do impasse na reversão das tarifas impostas por Washington a bens chineses.

Se os dois lados não chegarem a um acordo, o presidente americano Donald Trump já sinalizou que, em 15 de dezembro, os EUA podem impor novas tarifas, de 15%, a cerca de US$ 160 bilhões em compras da China.

O vice-presidente executivo e chefe de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, Myron Brilliant, disse à CNBC que EUA e a China podem não ser capazes de fechar um acordo firme na “primeira fase” antes do próximo prazo tarifário.

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Adicionalmente, às tensões que marcam as negociações comerciais sino-americanas, navios de guerra da Marinha dos EUA navegaram duas vezes perto de ilhas reivindicadas por Pequim no Mar da China Meridional nos últimos dias, disseram as forças armadas dos EUA à Reuters.

Em outro ponto sensível à Pequim e que pode atrapalhar a conclusão das negociações, o Congresso americano aprovou dois projetos de lei destinados a apoiar manifestantes em Hong Kong.

Na Europa, as bolsas operam em alta. Em seu primeiro discurso como presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, chamou a atenção para uma nova ordem na economia mundial e instou os governos da zona do euro a agir.

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Lagarde observou ainda que a zona do euro enfrenta dois desafios principais: adaptar-se a essa nova realidade na economia mundial e impulsionar o crescimento doméstico, relata a CNBC.

Entre os indicadores, a Alemanha evitou uma recessão no terceiro trimestre, uma vez que o PIB (produto interno bruto) aumentou 0,1% devido a um aumento de 1% nas exportações.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 50,6 em outubro para 50,3 em novembro, segundo dados preliminares divulgados hoje pela IHS Markit.

O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta a 50,8, e mostra que a atividade econômica no bloco está mais próxima da estagnação. São aguardados ainda para hoje dados do PMI da França e da Alemanha.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h18 (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,19%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,32%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,18%

*DAX (Alemanha), +0,25%
*FTSE (Reino Unido), +1,08%
*CAC-40 (França), +0,29%
*FTSE MIB (Itália), +0,30%

*Hang Seng (Hong Kong), +0,48% (fechado)
*Xangai (China), -0,63 (fechado)
*Nikkei (Japão), +0,32% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,36%, a US$ 58,37 o barril
*Petróleo Brent, -0,09%, a US$ 63,91 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 2,20%, cotados a 650,50 iuanes, equivalentes a US$ 92,43 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0373 (+0,13%)

*Bitcoin, US$ 7.273,71, -8,98%

2. Agenda de indicadores

No Brasil, destaque para a divulgação da prévia oficial da inflação do governo, com o IBGE informando, às 9h00, o IPCA-15 de novembro.

Nos EUA, saem os números do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês), às 11h45, de manufatura e serviços nos EUA.

Às 12h00, será publicada a pesquisa do sentimento do consumidor de Michigan e, às 13h00, o índice de atividade do Fed de Kansas City.

Os investidores também acompanhar ainda o discurso do presidente do FED de Nova York, John Williams, pela manhã.

3. Economia

Pelo sétimo mês consecutivo, o mercado de trabalho criou vagas com carteira assinada, segundo dados do Caged, atingindo o melhor saldo para o mês de outubro desde 2017, puxado pelos setores de comércio e serviços.

Segundo economistas consultados pelo Estadão, esse incremento reflete ainda a retomada da confiança.

“Com a melhora dos indicadores de confiança e com o avanço das reformas (econômicas do governo) é possível ver um mercado de trabalho formal mais robusto, até com a criação de vagas maior em 2020 do que em 2019”, diz o analista Lucas Klein, da 4E Consultoria.

O Estadão pontua que a melhora vem da aprovação da reforma da Previdência e pelo envio de um pacote de medidas de contenção de gastos. Também pesam a liberação do FGTS e PIS-Pasep, o que irrigou o comércio com novos recursos e o fato da taxa básica de juros estar no menor patamar histórico.

No entanto, os sinais de recuperação econômica não foram suficientes para mexer na inflação ao consumidor, que segue em níveis baixos e reflete, principalmente, uma demanda ainda fraca, pontua o Valor Econômico.

Segundo a publicação, mesmo itens que reagem mais ao ritmo da atividade econômica continuam com preços bastante comportados.

O chamado IPCA EX2 acumula alta de 2,4% em 12 meses até outubro, abaixo dos 2,75% do piso da banda de tolerância para a meta deste ano. Já o grupo de bens industriais como artigos de higiene pessoal, limpeza, vestuário, além de automóveis, eletrônicos e eletrodomésticos, sobe apenas 1% em 12 meses.

4. Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o número de seu novo partido, o Aliança pelo Brasil, será 38. O anúncio foi feito durante sua live semanal transmitida no Facebook ontem à noite.

Ele admitiu, porém, que caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não autorize a coleta de assinaturas por meio eletrônico, o seu partido não deverá estar homologado para disputar as eleições do ano que vem.

“Por ocasião das eleições do ano que vem, acredito que nós podemos ter o partido funcionando, desde que as assinaturas sejam de forma eletrônica. Caso contrário, nós só poderemos estar em condições de disputar as eleições, aquelas de 2022”, disse. “E o número escolhido é o 38. Tínhamos poucas opções e acho que o número 38 é mais fácil de gravar”, acrescentou.

Para a legenda Aliança pelo Brasil ser homologada e poder disputar as eleições, ainda será necessária a coleta de cerca de 500 mil assinaturas em pelo menos nove estados. As rubricas precisam ser validadas, uma a uma, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O prazo para que o partido seja registrado a tempo de disputar as eleições municipais de 2020 termina em março.

“Estamos aguardando aqui. Na próxima semana o Tribunal Superior Eleitoral vai decidir se podemos ou não colher assinaturas, para a sua fundação, via eletrônica ou não. Se for via eletrônica, eu tenho certeza de que, com o apoio de todos vocês, creio que em um mês, no máximo, a gente consegue as 500 mil assinaturas”, disse.

O TSE analisa o assunto no âmbito de um consulta pública em andamento na Corte, que foi apresentada pelo deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) no fim do ano passado.

Durante a live, Bolsonaro também destacou as principais características da sua nova legenda partidária. “Um partido conservador, que respeita todas as religiões, dá crédito aos valores familiares, defende a legítima defesa, defende a posse e o porte de arma com requisitos, o livre comércio com todo mundo, sem o viés ideológico”, disse.

Em post no Facebook, o presidente afirmou que “não existe qualquer reforma ministerial a caminho, até porque o governo está indo muito bem, apesar dessa banda podre da imprensa”.

Segundo o Estadão, além do post, Bolsonaro encaminhou aos ministros por meio do WhatsApp o desmentido. Entre os ministros que poderiam ser trocados, de acordo com o site Vórtex, estariam Onix Lorenzoni, da Casa Civil; Abraham Weintraub, da Educação; e Álvaro Antônio, do Turismo.

5. Noticiário Corporativo

O Itaú Unibanco foi multado em R$ 3,8 bilhões pela prefeitura de São Paulo por suposta fraude fiscal. Uma CPI realizada pela Câmara paulistana foi responsável pela investigação que culminou na autuação.

Foram investigados supostos casos de sonegação tributária por grandes bancos, que transferem suas sedes para cidades próximas à capital paulista para pagar menos impostos.

O atual presidente do conselho de administração da Braskem, Roberto Simões, vai assumir o cargo de diretor presidente da petroquímica a partir de janeiro. Ele substituirá Fernando Musa, que vai apoiar a transição do cargo até o fim do ano. Roberto Simões já foi vice-presidente executivo da Braskem entre 2004 e 2008.

Em meio às tratativas para viabilizar a privatização da Cemig, o governador mineiro, Romeu Zema, e o presidente da companhia, Cledorvino Belini, vêm criticando a qualidade dos serviços da estatal de energia.

Segundo o jornal Valor Econômico, em grupos de WhatsApp funcionários cogitam que Belini teria ferido o código de ética da estatal.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, e Bloomberg)

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