Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Bolsas europeias e índices futuros dos EUA têm leve alta após forte baixa da véspera; prévia do PIB no Brasil, balanços e mais destaques

Equipe InfoMoney

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Depois de uma sessão de forte aversão ao risco para o mercado na véspera, os índices futuros americanos e as bolsas europeias registram leve alta em sua maioria na sessão desta sexta-feira (13).

No Brasil, os investidores monitorando nova fala de Paulo Guedes, ministro da Economia; na véspera, a sua fala sobre a possível manutenção do auxílio em 2021 com 2ª onda da pandemia também ajudou a aumentar o estresse do mercado, que já estava afetado com os números crescentes de novos casos da Covid e dúvidas sobre estímulos nos EUA.

O noticiário dos jornais também destaca a fala do presidente Jair Bolsonaro de que pode autorizar compra da Coronavac e a previsão de vacina da Pfizer no 1º trimestre de 2021, em meio a receios de 2ª onda da doença também no país. A agenda traz ainda o IBC-Br, considerada a prévia do PIB do BC, além da sequência da safra de balanços, com destaque para Oi, B3, Cyrela, entre outros. Confira os destaques da sessão>

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1.Bolsas mundiais

Após abertura em queda, as bolsas na Europa buscam registrar alta, enquanto os futuros de ações dos EUA sobem. Os investidores avaliam as perspectivas de estímulo governamental adicional para ajudar as economias atingidas por casos crescentes de coronavírus.

Na Europa, economias importantes como França, Reino Unido e Alemanha implementam novos lockdowns, com diferentes níveis de abrangência.

O Stoxx Europe 600 vê as ações de tecnologia subirem .O futuro do S&P tem alta após o índice benchmark cair 1% ontem, com as notícias de que Nova York se prepara para a possibilidade de fechamento de escolas e Chicago insta os residentes a ficarem em casa.

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Vale destacar que, na véspera, três dos principais banqueiros centrais – Jerome Powell (Federal Reserve), Christine Lagarde (BCE – Banco Central Europeu) e Andrew Bailey (BoE – Banco da Inglaterra) fizeram uma projeção de que a vacina não é suficiente para acabar com os desafios econômicos criados pela pandemia.

Nos Estados Unidos, o número de novas contaminações diárias continua a bater recordes. Na quinta-feira, foram registrados 163.405 novos casos, segundo dados compilados pelo jornal americano The New York Times. Além disso, não há sinais de que republicanos e democratas estejam se aproximando de um acordo para um novo pacote de estímulos à economia antes do fim do ano.

Ainda no noticiário político, a China se uniu às nações que parabenizaram Biden pela vitória eleitoral dos EUA depois que várias redes de televisão, como a CNN, projetaram que democrata vencerá no Arizona, um dos estados em que Trump apostava.

Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa em sua maioria, com os mercados receosos quanto ao impacto na economia de uma nova aceleração de contaminações por covid. No Japão, o número de novas contaminações diárias atingiu um recorde na quinta-feira, de 1.660 casos.

O índice Nikkei, do Japão, fechou em queda de 0,53%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, teve queda de 0,05%; o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,74%; o índice Shanghai, da China, teve queda de 0,86%.

No mercado de commodities, o petróleo cai pelo 2º dia após salto nos estoques dos EUA.

Veja o desempenho dos principais índices às 7h20 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,91%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,85%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,90%

Europa
*Dax (Alemanha), +0,58%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,07%
*CAC 40 (França), +0,62%
*FTSE MIB (Itália), +0,43%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,53% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong) -0,05% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,74% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,86% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -0,35%, a US$ 40,77 o barril
*Petróleo Brent, -0,24%, US$ 43,29 o barril
*Bitcoin, US$ 16.248,55, +2,22%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 0,83%, cotados a 832,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 125,9 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,61

2. Agenda

Às 7h, a agência estatística da União Europeia, Eurostat, divulgou dados sobre desemprego na zona do euro. Houve variação positiva de 0,9% no número de pessoas empregadas no terceiro trimestre, frente queda de 2,9% no trimestre anterior. Na comparação anual, houve queda de 2%.

A agência também informou que o PIB da Zona do Euro teve queda de 4,4% no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, ajustando dados anteriores que indicavam queda de 4,3%.

No Brasil, Paulo Guedes, ministro da Economia, tem às 10h30 evento no 39º Encontro Nacional de Comércio Exterior – ENAEX e às 15h30 se reúne com o presidente Jair Bolsonaro. Na véspera, a piora do mercado brasileiro foi atribuída, além da volatilidade externa, à fala de Guedes de que, se houver segunda onda de vírus no Brasil, o governo terá estado de calamidade e auxílio emergencial, que poderia aterrissar no Bolsa Família ou Renda Brasil.

Em destaque na agenda, às 9h será divulgado o IBC-Br, índice considerado referência mensal para o PIB, deve ter registrado alta de 1,00% em setembro na comparação m/m, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois de marcar 1,06% na medição anterior. Na comparação anual, a projeção é de queda de 1,20%, após queda de 3,92% na medição anterior.

Às 10h30, os Estados Unidos também divulgam dados de inflação medidos pelo Índice de Preços no Produtor relativos a outubro.

Às 12h, os Estados Unidos divulgam dados de confiança do consumidor medidos pela Universidade de Michigan e relativos a novembro.

3. Sinais de avanço da Covid e previsão de vacina da Pfizer

O jornal O Globo estampa em sua capa uma reportagem sobre sinais de avanço das contaminações por covid em São Paulo. Dois dias antes, o mesmo jornal havia reportado que o estado do Rio de Janeiro também vinha tendo problemas na notificação de casos e mortes. O governo atribuiu a falha a instabilidades no sistema do Ministério da Saúde.

De acordo com o jornal, hospitais particulares da capital paulista vêm registrando aumento no número de internações de pacientes nos últimos dias.

O Hospital Sírio-Libanês, em especial, afirma que voltou a atingir o pico de internações do início da pandemia, em abril, de 120 novos pacientes por dia. O número vinha oscilando entre 80 e 110 nos últimos dois meses. Outros hospitais particulares, como Albert Einstein, 9 de Julho e Vila Nova Star também indicam sinais de aumento de casos de covid, porém mais discretos.

E uma pesquisa da Info Tracker, ferramenta de USP e Unesp que monitora o avanço da pandemia, indica que, entre 1º de agosto e 5 de novembro, houve 50% de aumento de casos suspeitos de coronavírus na Grande São Paulo e na capital paulista. Na Grande São Paulo Sudeste, onde há concentração de casos suspeitos, a alta é de 75%.

Em evento realizado pela Academia Nacional de Medicina na quinta-feira, Carlos Murillo, presidente da Pfizer no Brasil, afirma que, caso as etapas de verificação de eficácia junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) avancem, a vacina desenvolvida pela empresa em parceria com a BioNTech poderá chegar à população no primeiro trimestre de 2021.

Na Europa e nos Estados Unidos, o produto está em fase mais avançada de aprovação, e deve chegar à população já em dezembro. No Brasil, a principal aposta do governo federal para vacinação até o momento é o produto desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca. Mas o governo afirma que acompanha mais de 200 vacinas, inclusive a desenvolvida por Pfizer e BioNTech.

“No Brasil ainda estamos trabalhando com o governo para acelerar os trâmites. Tenho a esperança de que tenhamos a vacina disponível para a população no primeiro trimestre do próximo ano”, disse Carlos Murillo. Ele não mencionou, no entanto, quantas doses estariam disponíveis, e se há perspectiva de vacinação em massa da população.

Ontem, em sua live semanal, Jair Bolsonaro negou ter comemorado a morte de um voluntário dos testes com a vacina Coronavac – desenvolvida em parceria entre o governo de São Paulo e a farmacêutica chinesa Sinovac. Ele afirmou ainda que pode autorizar a compra da “vacina chinesa” caso haja aval dos órgãos competentes, mas “não pelo preço que um caboclo está querendo aí”, em referência ao governador João Doria (PSDB), seu rival político.

4. Guedes fala em prolongar auxílio e sobre imposto sobre transações

Durante evento promovido pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) na quinta-feira, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que, no caso de uma segunda onda de Covid-19 no Brasil, a prorrogação de pagamentos do auxílio emergencial seria “uma certeza”.

Aprovado pelo Congresso em março com o objetivo de amenizar as perdas de trabalhadores informais afetados pela pandemia, o auxílio emergencial passou a ser pago pelo governo em maio, com previsão de ser encerrado em julho, com valor inicial de R$ 600, mas foi prorrogado. No momento, o auxílio emergencial tem parcelas no valor de R$ 300, e está previsto para terminar no final de dezembro.

“Existe possibilidade de haver uma prorrogação do auxílio emergencial? Aí vamos para o outro extremo. Se houver uma segunda onda de pandemia, não é uma possibilidade, é uma certeza. Nós vamos ter de reagir, mas não é o plano A. Não é o que estamos pensando agora”, afirmou Guedes.

O ministro afirmou que, em uma segunda onda, o governo decretaria, novamente, estado de calamidade. Mas diz esperar que os eventuais gastos sejam menores, em relação ao PIB, do que os atuais.

“A pandemia está descendo, o auxílio está descendo junto, e a economia voltando. Essa é nossa realidade, nosso plano A. ‘Ah, mas veio uma segunda onda’. Ok, vamos decretar estado de calamidade de novo e vamos nós, de novo, com a experiência que temos agora, recalibrando os instrumentos”, explicou Guedes. “Ao invés de gastar 10% do PIB, como foi neste ano, gastamos 4% [em 2021]”, afirmou.

O ministro também voltou a falar sobre a criação de um novo imposto sobre transações financeiras, afirmando que se trataria de uma “substituição tributária”. Anteriormente, ele já se referiu ao imposto como uma espécie de nova versão da extinta CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira). Em outubro, chamou o potencial imposto de “digitax”, declarando em seguida, que o imposto estaria morto.

“Nós não queremos criar um imposto. Queremos desonerar a folha de pagamentos. Quando nós falamos em desonerar a folha, precisamos encontrar uma forma de financiamento dessa desoneração. E daí falamos então no imposto, na verdade na contribuição, sobre transações. Inclusive, principalmente, as digitais, que são as que mais crescem no país. Foi nesse sentido que consideramos essa alternativa de tributação, mas sempre com a perspectiva que não há aumento de impostos”, afirmou o ministro.

5. Radar corporativo

A Oi, em recuperação judicial, registrou prejuízo líquido atribuível aos controladores de R$ 2,63 bilhões no terceiro trimestre de 2020, 54,1% abaixo do prejuízo líquido de R$ 5,74 bilhões obtido no mesmo trimestre de 2019.

Beneficiada pelo atual cenário de juros baixos no país e aumento da educação financeira, que gerou uma onda de investidores pessoas físicas na Bolsa brasileira, a B3 registrou um aumento de 57,9% no lucro líquido do terceiro trimestre de 2020, na comparação anual, para R$ 1,136 bilhão. Desde o começo do ano, a base de investidores de varejo na B3 cresceu 84% e atingiu 3,1 milhões de contas em setembro.

A Natura &Co registrou lucro líquido de R$ 377,7 milhões no terceiro trimestre de 2020, o número é praticamente estável em relação ao apresentado um ano antes, R$ 376,8 milhões.

A incorporadora paulistana Cyrela Brazil Realty, da família Horn, teve lucro líquido de R$ 1,403 bilhão no terceiro trimestre de 2020, montante 13,5 vezes maior do que o lucro de R$ 104 milhões no mesmo período de 2019.

A rede varejista Centauro teve prejuízo líquido de R$ 33,251 milhões no terceiro trimestre de 2020, revertendo a marca positiva de R$ 38,413 milhões vista um ano antes, de acordo com balanço divulgado há pouco. O Ebitda do período foi de R$ 31,004 milhões, queda de 73,5% sobre os R$ 117,076 milhões do mesmo período de 2019. A margem Ebitda ficou em 5,4%, queda de 13,4 pontos porcentuais na comparação anual.

A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 1,352 bilhão no terceiro trimestre de 2020, o que corresponde a um crescimento de 80,8% na comparação com os R$ 748 milhões reportados no mesmo período do ano passado.

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou lucro líquido de R$ 680,4 milhões no terceiro trimestre de 2020, crescimento de 10,9% em relação ao mesmo período de 2019, e queda de 57,3% ante o resultado do segundo trimestre deste ano.

A operadora de saúde Hapvida divulgou o balanço referente ao terceiro trimestre de 2020, quando apresentou lucro líquido de R$ 247,8 milhões, alta de 16,7% na comparação com o mesmo período de 2019. O Ebitda entre julho e setembro foi de R$ 512,2 milhões, marca 93,8% maior que o ano passado. A margem Ebitda ficou em 24,1%, ganho de quatro pontos porcentuais sobre o ano anterior.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) teve lucro líquido de R$ 421,6 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 65,1% na comparação com o R$ 1,208 bilhão registrados um ano antes. No acumulado do ano, a Sabesp tem lucro líquido de R$ 141,8 milhões, queda de 93,9% ante igual período em 2019.

A Petrobras voltou a adiar o prazo final de implementação do acordo com a empresa de sondas Sete Brasil, da qual a estatal está deixando o quadro de acionistas.

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