Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Bolsas caem no exterior com impasse prosseguindo para pacote fiscal nos EUA; dados de serviço e PEC emergencial no Brasil e mais destaques

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Depois de uma sessão de forte alta para o Ibovespa e do dólar caindo forte, perto de testar os R$ 5, os investidores em Brasil acompanham os desdobramentos sobre a PEC Emergencial, proposta de emenda à Constituição que cria “gatilhos” a serem acionados sempre que a regra de ouro for descumprida. Em meio à expectativa pela apresentação do relatório ainda nesta sexta, Márcio Bittar, senador relator da proposta, afirmou que o texto não será mais apresentado em 2020 “em vista das complexidades das medidas”. Já a agência de classificação de risco S&P reiterou o rating do Brasil, mas fez alertas ao país.

Já no exterior, o noticiário sobre o impasse do pacote de estímulos nos EUA e o avanço da Covid-19 segue contrabalanceando ao sentimento positivo com o avanço das vacinas. No mercado de commodities, o minério segue em alta, enquanto petróleo registra leve queda. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

As bolsas europeias e os índices futuros americanos registram quedas nesta sexta-feira (11). Na Europa, os investidores acompanham as negociações de um novo acordo comercial pós-Brexit, que parecem ter estacionado a poucos dias do prazo final. Nos Estados Unidos, tampouco há sinais de avanço nas negociações de um novo pacote de estímulos, a uma semana do prazo final para aprovação.

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Na quinta, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson afirmou que há uma “forte possibilidade” de que a saída do Reino Unido da União Europeia seja marcada pela falta de um novo acordo comercial. O acordo em vigência expira no final de dezembro, e negociadores de ambos os lados têm sido incapazes de costurar um novo. O prazo para as negociações expira neste domingo (13).

O índice Eurostoxx recua 0,9%; o Dax, da Alemanha, cai 1,04%; o FTSE 100, do Reino Unido, cai 0,69%; o CAC 40, da França, recua 0,87%; o FTSE MIB, da Itália, cai 0,98%.

Pelo lado positivo, Hungria e Polônia abriram mão na quinta-feira (10) de vetos que vinham impedindo a implementação do pacote de estímulos à União Europeia costurado em julho, no valor de 750 bilhões de euros. O pacote foi definido junto ao Orçamento relativo ao período entre 2021 e 2027, no valor de 1,3 trilhão de euros.

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Os dois países vinham barrando a implementação do pacote porque discordam de um ponto na legislação que condiciona o desembolso de recursos aos países-membros à adesão a valores europeus. Os governos de ambos países estão há anos sob investigação por supostamente influenciarem a nomeação de juízes e desencorajarem a liberdade de imprensa, medidas que contrariam a legislação europeia.

Ainda deve demorar mais de um ano para que a Corte Europeia de Justiça emita sua decisão sobre as acusações, e ambos os países devem se beneficiar dos recursos até então, algo particularmente importante para o governo de extrema direita de Viktor Orban, que enfrenta eleições em 2022.

Na quinta-feira (10) à noite um painel de conselheiros da Food and Drug Administration, a agência americana responsável pela aprovação de medicamentos e alimentos, recomendou, por 17 votos contra 4, a aprovação da vacina desenvolvida por Pfizer e BioNTech para uso emergencial nos Estados Unidos.

Este é o último passo antes de a agência fornecer a aprovação final do produto, que permitirá distribuir as primeiras doses no país, como já ocorre no Reino Unido. Com raras exceções, a FDA segue a recomendação do painel.

Mas a quinta foi marcada por quedas no índice S&P 500, à medida que investidores acompanham as negociações sobre o acordo de estímulo à economia americana, abalada pela pandemia de covid. Os congressistas pretendem votá-lo junto ao novo Orçamento dos Estados Unidos.

Sem a aprovação de um novo pacote de estímulos, mais de dez milhões de americanos perderão acesso a benefícios voltados a desempregados, logo depois do Natal. Na semana passada, o número de novos desempregados teve um salto de 853 mil pessoas nos Estados Unidos, o maior saldo desde 19 de setembro. Além disso, sem a aprovação do novo Orçamento, o governo americano entra em “shutdown”, e apenas serviços considerados essenciais continuam a funcionar no país.

O prazo inicial para a aprovação tanto do novo Orçamento quanto do novo pacote de estímulos era esta sexta. Mas, na quarta, a Câmara dos Estados Unidos aprovou a prorrogação do Orçamento atual por mais uma semana, até o dia 18, o que dá mais fôlego também para a aprovação do novo pacote de estímulos.

A equipe do líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnel, informou, no entanto, à rede NBC News que ele não deve apoiar o pacote de US$ 908 bilhões apresentado na semana passada por um grupo bipartidário de congressistas.

O índice S&P 500 Futuro cai 0,56%; o Nasdaq Futuro recua 0,60%; o Dow Jones Futuro recua 0,43%.
O acordo fica bem abaixo dos cerca de US$ 2,2 trilhões defendidos inicialmente por líderes democratas, mas McConnel é a favor de um pacote ainda menor, de cerca de US$ 500 bilhões, em gastos “direcionados”. Mesmo assim, a porta-voz da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse avaliar que as negociações estariam levando a “grande progresso”.

As bolsas asiáticas fecharam com resultados variados entre si, à medida que investidores continuam a monitorar negociações sobre o pacote de estímulos nos Estados Unidos e as negociações sobre o acordo comercial pós-Brexit na Europa.

O índice Nikkei, do Japão, fechou em queda de 0,39%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, teve alta de 0,36%; o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,86%; o Shanghai SE, da China, caiu 0,77%.

Confira o desempenho dos índices às 7h20 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,56%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,60%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,43%

Europa
*Dax (Alemanha), -1,04%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,69%
*CAC 40 (França), -0,87%
*FTSE MIB (Itália), -0,98%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,39% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong) +0,36% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,86% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,77% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -0,11%, a US$ 46,73 o barril
*Petróleo Brent, -0,32%, US$ 50,09 o barril
*Bitcoin, US$ 17.700,29, -3,99%
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 4,38%, cotados a 989,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 151,22 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,54

2. Agenda 

Na noite da véspera, a S&P Global Ratings reafirmou as notas de créditos do Brasil de longo e curto prazo em moeda estrangeira e local em “BB-/B” e manteve perspectiva estável. A agência também preservou o rating em escala nacional em “BrAAA” e a avaliação de convertibilidade e transferência em “BB+”.

Em comunicado, a instituição justifica a decisão com a expectativa de que a implementação de um ajuste fiscal e a “modesta recuperação econômica” do País serão suficientes para assegurar a confiança dos mercados e condições adequadas de financiamento para o governo, apesar do crescente endividamento. Mas faz alertas: “Brasil pode ter avaliações mais baixas se compromisso da classe política com fiscal diminuir”, destaca a nota. “Entrando em 2021, enquanto a atividade se recupera gradualmente, o Brasil enfrenta o desafio significativo de redução das medidas de estímulo fiscal implementadas este ano”.

Nesta sexta, às 9h o IBGE divulga dados de volume do setor de serviços referente a outubro. Volume do setor de serviços deve ter apresentado queda de 7,7% na base anual em outubro, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após retração de 7,2% na leitura anterior.

Às 10h30, são divulgados dados sobre demanda medidos pelo IPP (Índice de Preços ao Produtor) nos Estados Unidos, relativos a novembro. Às 12h são divulgados dados sobre confiança e percepção do consumidor, índice de condições atuais e expectativa de inflação, medidos pela Universidade de Michigan e relativos a dezembro nos Estados Unidos.

Às 14h o vice-presidente de Supervisão do Fed, Randal Quarles, fala a respeito da supervisão de bancos nos Estados Unidos.

3. Pandemia no Brasil

Segundo balanço do consórcio de imprensa que coleta e sistematiza dados sobre diagnósticos de covid e mortes pela doença no país, 21 estados e o Distrito Federal tiveram na quinta-feira o segundo dia consecutivo de tendência de alta na média de mortes.

Foram registradas 769 novas mortes na quinta. Assim, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias foi de 642 por dia, uma alta de 35% frente à média registrada 14 dias atrás.

Foram registrados 53.425 novos casos de contaminação por covid, o que eleva a média móvel de casos nos últimos 7 dias a 42.290, uma alta de 34% frente o patamar registrado 14 dias atrás.

Segundo a Folha de S. Paulo, em cerca de um mês subiu de seis para oito o número de capitais com mais de 80% de seus leitos de UTI ocupados. No Rio, há filas para UTI.

Na quinta, a prefeitura da cidade anunciou novas medidas para conter a propagação do vírus, incluindo a suspensão do fechamento de vias aos domingos para lazer e a proibição de estacionar carros na orla em finais de semana e feriados. Praias continuam liberadas, bares, restaurantes e casas noturnas não tiveram horários de funcionamento alterados.

Em São Paulo, o coordenador do centro de contingência, José Medina, afirmou que a média de novos casos da doença cresceu de 20 mil para 40 mil entre novembro e dezembro no Brasil. No início da pandemia, esse patamar havia sido atingido dentro de um período de três meses, afirmou.

Em evento em Porto Alegre na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, no entanto, que o Brasil estaria vivendo “um finalzinho de pandemia”. Ele também afirmou: “Nosso governo, levando em conta outros países do mundo, foi o que melhor se saiu no tocante à economia. Prestamos todos apoios possíveis a estados e municípios”.
Na quinta-feira, o Ministério da Saúde anunciou que assinou um memorando de intenções para a compra de 70 milhões de doses da vacina desenvolvida pela parceria entre Pfizer e BioNTech.

O secretário-executivo do ministério, Élcio Franco, frisou que há um acordo semelhante no caso da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, que no Brasil deve ser produzida pelo Instituto Butantan a partir de insumos importados.

“Butantan e Pfizer estão nas mesmas condições, tenho memorandos de entendimentos, havendo registros, poderão ser inseridas no PNI (Plano Nacional de Vacinação)”, disse.

Em carta aberta publicada na quinta-feira, funcionários da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmaram que atuam com base em critérios científicos, e que não servem “aos interesses de governos, de pessoas, de organizações ou de partidos políticos”.

4. Leilão de títulos da dívida e articulação no Congresso

O Tesouro Nacional realizou um mega leilão de títulos da dívida pública na quinta-feira, no valor de R$ 57 bilhões, um dos maiores da história. Isso eleva a R$ 271 bilhões o caixa do Tesouro, construído desde o início de novembro. A medida reduz o risco de rolagem dos R$ 650 bilhões da dívida que vencem nos quatro primeiros meses de 2021.

Ainda no radar, o relator da PEC Emergencial, Márcio Bittar, disse em nota à imprensa que o texto não será mais apresentado por ele em 2020. Ontem, Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, havia afirmado que o relatório da PEC Emergencial seria divulgado nesta sexta-feira e poderia ser votado na semana que vem.

Além disso, segundo o Estadão, a articulação em torno da eleição do deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) como presidente da Câmara dos Deputados tem ocorrido em reuniões no gabinete do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos.

De acordo com o jornal paulista, Ramos estaria recebendo deputados para discutir o pagamento de emendas, inclusive a políticos do campo da esquerda. O PDT teria oferecido um “extra” de R$ 5 milhões em emenda para cada deputado, que poderia indicar como o dinheiro seria aplicado em seu respectivo reduto eleitoral. Um grupo do PSB teria sido chamado anteontem à sala de Ramos para tratar de um potencial apoio à candidatura de Lira.

Além disso, na quinta o Senado aprovou projeto da chamada nova lei de licitações, editado na intenção de modernizar as regras vigentes, que segue à sanção presidencial.

A proposta, que revoga a atual lei de licitações (Lei 8.666) e de Pregão (Lei 10.520), cria modalidades de contratação, insere dispositivos no Código Penal para tipificar crimes em licitações, além de exigir seguro-garantia para grandes obras.

5. Radar corporativo

No radar do setor de petróleo, gás e energia, o Senado alterou a lei do novo marco do gás e, com isso, o texto volta para Câmara. Novo marco pretende atrair compradores para a infraestrutura de gás que a Petrobras pretende vender como parte de um amplo programa de desinvestimento.

A empresa de painéis de publicidade Eletromidia pediu na quinta o registro para uma oferta inicial de ações (IPO), uma vez que buscará recursos para expansão orgânica e via aquisições.

A companhia, detentora de 54 mil painéis tanto digitais como estáticos expostos em locais como elevadores, metrô, shopping centers e aeroportos, terá a oferta coordenada por Morgan Stanley, Itaú BBA, Bradesco BBI, Santander e UBS-BB.

O grupo de medicina diagnóstica Fleury anunciou na quinta a compra de 100% do Centro de Infusões Pacaembu (CIP) e de 80% da Clínica de Olhos Dr. Moacir da Cunha.

“As duas aquisições reforçam a estratégia de crescimento e de expansão da presença da companhia na cadeia de saúde”, afirmou o Fleury por meio de fato relevante.

O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Humberto Martins, suspendeu uma liminar que paralisava parte das obras do Sistema de Transmissão Gralha Azul, da Engie Brasil Energia, informou a empresa em comunicado ao mercado na quinta.

Segundo a elétrica, a suspensão ocorreu por meio do deferimento de pedidos apresentados pela União e pelo Estado do Paraná, na quarta-feira, e de um pedido da própria Engie nesta quinta.

A Taurus anunciou na quinta que iniciou a fabricação de carregadores de armas leves em joint-venture em Guarulhos (SP) e que pretende transferir essa produção para o complexo da companhia em São Leopoldo (RS) em 2021.

A Vale teve perspectiva alterada de negativa a estável por S&P e informou que suas aperações de Nova Caledônia foram paralisadas após protesto.

Já a B3 comunicou seus destaques operacionais do mês de novembro, e no mercado à vista de renda variável, registrou volume financeiro médio diário de R$ 34,177 bilhões, valor 74,9% maior que o apurado no mesmo mês de 2019. Em relação a outubro, quando o volume foi de R$ 28,482 bilhões, houve alta de 20%.

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