Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Brasil na capa da The Economist, queda dos ADRs em Nova York e mais destaques deste pregão

Equipe InfoMoney

Imagem da capa da revista The Economist desta semana (crédito: Reprodução)

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SÃO PAULO – Esta sexta-feira (4) deve ser marcada por um movimento negativo na B3 depois dos ADRs, que na prática são as ações de empresas brasileiras negociadas em Nova York, caírem durante o feriado. O índice Dow Jones Brazil Titans e o ETF EWZ registraram quedas de 1,05% e 0,99% respectivamente.

A grande expectativa hoje fica por conta do Relatório de Emprego dos Estados Unidos, o famoso “payroll“, que sai às 9h30 (horário de Brasília), trata dos números do mercado de trabalho em maio, e pode confirmar o dado forte do emprego no setor privado divulgado na véspera pelo Relatório ADP.

De acordo com o ADP, a economia americana gerou 978 mil vagas no mês passado, bem acima das 650 mil que os economistas estavam esperando segundo dados compilados pela Refinitiv.

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Por aqui, na véspera o presidente Jair Bolsonaro falou em live sobre a crise hídrica, que qualificou como a maior da história do país. “Não se tem notícia de quando é que passamos tanto tempo sem chover no Brasil”.

Também no radar, a revista The Economist estampou o Brasil em sua capa pela quarta vez em sua história e enfatizou o papel do governo Bolsonaro sobre a crise atual. “Seus comparsas substituíram funcionários de carreira. Seus decretos têm forçado freios e contrapesos em todos os lugares”, afirma a publicação.

No radar corporativo, a Marfrig aumentou sua participação na BRF e foi informado que um grupo de hackers russo estaria por trás do ataque à JBS nos Estados Unidos.

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1. Bolsas Mundiais

Os índices futuros americanos se mantêm estáveis nesta sexta de manhã, à espera da divulgação do relatório de empregos relativo a maio nos Estados Unidos.

Na quinta-feira, os principais índices americanos fecharam em baixas. O bom desempenho de ações associadas à retomada da economia foi parcialmente ofuscado pela queda de ações do setor de tecnologia, muitas das quais se saíram bem durante a pandemia.

O Dow Jones chegou a perder 265 pontos, mas fechou com queda de 23 pontos; o S&P perdeu quase 0,4%; e o Nasdaq perdeu mais de 1%, pressionado pelo mau desempenho de Alphabet, dona do Google, Amazon, Apple, Facebook e Netflix.

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O Departamento de Emprego americano deve divulgar ainda nesta sexta seu relatório de empregos. A expectativa de economistas ouvidos pela Dow Jones é de que sejam 671 mil vagas tenham sido criadas em maio. Em abril, foram adicionados 266 mil empregos.

O Fed espera a criação de 760 mil empregos em maio. Caso o patamar de criação de empregos fique muito abaixo da expectativa, a exemplo do que ocorreu em abril, o Fed pode alterar a sua política de compra de títulos até o ano que vem.

O relatório da ADP relativo à criação de empregos no setor privado contabilizou 978 mil contratações em maio, frente a 654 mil em abril, no melhor desempenho desde junho de 2020. Economistas ouvidos pela Dow Jones esperavam adição de 680 mil vagas.

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Além disso, o número de novos pedidos de seguro-desemprego para a semana encerrada em 29 de maio somou 385 mil, frente à expectativa de 393 mil de economistas ouvidos pela Dow Jones. Foi a primeira vez em que o número de pedidos ficou abaixo de 400 mil desde os primeiros dias da pandemia.

Na quinta-feira, “ações-meme” continuaram a passar por grandes oscilações de preços, em especial a operadora de rede de cinemas AMC Entertainment, que vem sendo foco de compras coordenadas de ações por usuários da rede de fóruns on-line Reddit.

Na quinta de manhã, a empresa afirmou que pretendia vender 11,5 milhões de ações. Mas, horas depois, anunciou que já havia completado a sua oferta de ações, levantando US$ 587,4 milhões em capital.

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A empresa fechou com baixa de 20%. Outras “ações-meme”, como a Blackberry, também passaram por volatilidade na quinta.

As bolsas asiáticas fecharam com resultados variados entre si na sexta-feira, após o banco central da Índia manter suas taxas de juros estáveis.

O Hang Seng Index fechou com queda de 0,17%, em 28.918,10 pontos; na China continental o Shanghai composto subiu 0,21%, enquanto que o componente Shenzhen subiu 0,744%; o Nikkei, do Japão, caiu 0,4%; o Kospi, da Coreia do Sul, recuou 0,23%.

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As bolsas europeias têm altas nesta sexta-feira. Investidores aguardam a divulgação do relatório de empregos do governo americano. O índice Eurostoxx, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, sobe 0,1%.

Veja o desempenho dos principais índices às 8h (horário de Brasília):

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,02%

*Nasdaq Futuro (EUA), +0,04%

*Dow Jones Futuro (EUA), -0,12%

Europa

*Dax (Alemanha), -0,03%

*CAC 40 (França), estável

*FTSE MIB (Itália), +0,15%

Ásia

*Nikkei (Japão), -0,4% (fechado)

*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,17% (fechado)

*Kospi (Coreia do Sul), -0,23% (fechado)

*Shanghai SE (China), +0,21% (fechado)

Commodities e bitcoin

*Petróleo WTI, +0,378%, a US$ 69,07 o barril

*Petróleo Brent, +0,27% a US$ 71,5 o barril

*Bitcoin -6,11%, a US$ 36.824,95

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com queda de 1,85%, cotados a 1168,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 182,29 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,41

2. Agenda

Às 8h, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, realizará uma fala.

Às 9h30 serão divulgados sobre emprego e salário, relativos a maio nos Estados Unidos.

Às 10h serão divulgados o PMI (índice do gerente de compras) Markit composto e relativo ao setor de serviços em maio no Brasil.

3. Covid no Brasil

Na quinta (3), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 1.882, queda de 5% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 2.082 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 65.713, alta de 1% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 83.415 casos.

Chegou a 47.718.573 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 22,53% da população. A segunda dose foi aplicada em 22.739.521 pessoas, ou 10,74% da população.

Na quinta, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, considerou que a presença do ex-ministro da Saúde, general da ativa Eduardo Pazuello, em ato político no Rio de Janeiro no fim de maio não configurou prática de transgressão disciplinar. Assim, ele decidiu arquivar o procedimento administrativo contra o colega.

Pazuello participou, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de evento com apoiadores e chegou a fazer discurso ao microfone. Tanto Pazuello quanto Bolsonaro não utilizavam máscaras de proteção e havia concentração de apoiadores. O regulamento disciplinar do Exército considera transgressão a manifestação de militares da ativa a respeito de assuntos de natureza político-partidária, sob pena desde uma advertência oral até prisão em quartel, passando por repreensões.

Segundo o jornal O Globo, a decisão do Exército ocorreu sob a pressão de Bolsonaro. A Folha de S. Paulo afirma que o presidente pressionou diretamente o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, afirmando que queria ver o aliado isento de quaisquer sanções. A alegação de Pazuello, aceita pelo comando do Exército, era de que não se tratava de ato político-partidário.

De acordo com a Folha, o Alto Comando do Exército queria punir Pazuello, mas concordou com a decisão de Nogueira sob temor de uma nova crise militar dois meses após a troca da cúpula das Forças Armadas.

Segundo O Globo, parlamentares, magistrados e mesmo militares veem o ato como um risco para a disciplina militar. De acordo com a Folha, há temor de que o episódio estimule a insubordinação nas Forças e nas Polícias Militares, que registraram casos de apoio ao presidente nos atos do sábado passado.

Segundo O Estado de S. Paulo, generais da ativa ouvidos pelo jornal avaliaram que a decisão não foi bem recebida, e gerou desgaste à instituição. Porém, afirmam que uma punição a Pazuello seria como uma reprimenda ao presidente.

Em nota, a instituição afirmou: “Acerca da participação do general de Divisão Eduardo Pazuello em evento realizado na cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general. Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”.

Na terça-feira, Bolsonaro havia nomeado Pazuello secretário de Estudos Estratégicos da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República, meses após substituí-lo como ministro da Saúde.

4. Brasil na capa da Economist e aportes em startups

A revista britânica The Economist divulgou a capa de sua nova edição, com destaque para o Brasil. Na capa, aparece a manchete “A década sombria do Brasil” sobre a imagem do Cristo Redentor com uma máscara ligada a um tubo de oxigênio. É a quarta vez que o Brasil aparece em uma capa da revista em 12 anos.

A reportagem enfatiza o papel do governo de Jair Bolsonaro sobre a crise atual, e afirma que o país precisa se livrar do presidente nas próximas eleições, em 2022. A revista destaca a estagnação econômica, polarização política e problemas ambientais. “Seus comparsas substituíram funcionários de carreira. Seus decretos têm forçado freios e contrapesos em todos os lugares”, afirma a revista.

A Economist avalia que outros quatro anos sob Bolsonaro poderiam devastar a Amazônia, levando parte da floresta a se transformar em uma savana seca. A revista reconhece que o Brasil vinha passando por problemas políticos e econômicos havia uma década. Mas afirma que, com Bolsonaro como médico, agora está “em coma”.

A reportagem ressalta a morte de 87 mil brasileiros por Covid em abril, desemprego recorde em 14,4%, falta de vacinas e a influência dos militares sobre o governo.

“Os generais que se juntaram ao seu governo esperavam fazer avançar a agenda do Exército. Em vez disso, prejudicam sua reputação. Eles foram cúmplices na administração incorreta da pandemia por Bolsonaro, que levou a dezenas de milhares de mortes desnecessárias. Eles não conseguiram fazê-lo assinar contratos para aquisição de vacinas ou impedi-lo de cumprimentar apoiadores quando pegou covid-19 no ano passado”, diz a reportagem.

Por outro lado, dados da empresa Distrito reproduzidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, startups brasileiras receberam US$ 3,2 bilhões em investimentos nos primeiros meses de 2021, o equivalente a 90% dos aportes de 2020. Fintechs ficaram com a maior parte, seguidas por empresas do ramo imobiliário.

Dados da Transactional Track Record que englobam grandes operações, não apenas envolvendo startups, indicam que fundos de venture capital aportaram R$ 15,2 bilhões em em empresas de tecnologia no Brasil entre janeiro e maio. Entre 115 transações está um aporte de US$ 400 milhões recebido pelo Nubank em janeiro, e outro, de US$ 525 milhões, recebido pela Loft entre março e abril.

5. Radar Corporativo

A JBS (JBSS3) informou na quinta-feira que todas as suas instalações globais estão totalmente operacionais depois que um “ataque cibernético criminoso” em 30 de maio provocou a suspensão de muitas de suas operações nos Estados Unidos e na Austrália. Na quarta, a empresa havia anunciado que pretendia retomar as operações nesta quinta.

Um famoso grupo hacker ligado à Rússia está por trás do ataque, que interrompeu a produção de carne da companhia na América do Norte e na Austrália, segundo uma fonte familiarizada com o assunto ouvida pela agência internacional de notícias Reuters. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse na quarta que o caso deverá ser discutido em uma cúpula com o presidente russo, Vladimir Putin, em meados de junho.

A processadora de carnes Marfrig Global Foods (MRFG3) elevou sua participação na empresa de alimentos BRF (BRFS3) para aproximadamente 31,66%, conforme fato relevante divulgado na quinta. No mês passado, a Marfrig havia comprado cerca de 24,23% no capital da BRF.

A empresa brasileira de energia Raízen comunicou na quinta que protocolou pedido de registro para a realização de uma oferta inicial pública de ações. No começo da semana, a joint venture entre o grupo brasileiro de infraestrutura Cosan e a petroleira anglo-holandesa Shell havia divulgado a intenção de entrar com o pedido.

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