Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Relatório de emprego nos Estados Unidos, dados de produção industrial no Brasil e mais destaques desta sexta

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Após a turbulência política por conta da CPI da Covid ter feito o mercado brasileiro se descolar dos internacionais na primeira sessão da segunda metade do ano, o pregão desta sexta-feira (2) terá como destaque a agenda econômica, com a divulgação do relatório de emprego nos EUA, a produção industrial no Brasil, além do noticiário corporativo agitado e a reunião da Opep+, que foi adiada para esta data. Confira no que ficar de olho:

1.Bolsas mundiais

Os índices futuros americanos têm leves altas nesta sexta-feira (2), com investidores à espera do relatório de empregos relativo a junho, que trará mais sinalizações sobre o ritmo de recuperação do mercado dos Estados Unidos.

Na quinta pela manhã foram divulgados dados sobre novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que somaram 364 mil, o menor patamar desde o início da pandemia.

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O índice S&P subiu 0,5% na sessão de quinta, a sua sexta consecutiva com resultados positivos; o Dow Jones subiu 131 pontos, fechando em 34.633,53; e o Nasdaq subiu 0,1%. No primeiro semestre, o S&P acumula alta de 14%. Nasdaq e Dow também tem resultados positivos de dois dígitos.

A expectativa de economistas ouvidos pela Dow Jones é de que o relatório a ser divulgado nesta sexta aponte a criação de 700 mil empregos em junho no país, não considerando o setor agrícola, tenham sido criados, e de que a taxa de desemprego tenha caído de 5,8% para 5,6%.

Além disso, a estimativa é de que o salário médio, medido por hora, tenha subido 0,3% na comparação mensal, e 3,6% na comparação anual. Uma alta inesperada nos salários poderá ser encarada como um sinal de aceleração da inflação, já que o trabalho é um dos maiores custos nos Estados Unidos.

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Sinais de alta da inflação poderiam indicar uma mudança na política expansionista do Federal Reserve. Até o momento, o Fed vem mantendo sua política expansionista, afirmando que avalia a alta da inflação como temporária.

As bolsas asiáticas tiveram desempenhos  variados entre si nesta sexta, com os investidores também cautelosos à espera dos dados dos Estados Unidos. Na China continental, o Shanghai composto teve queda de 1,95%; em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 1,8%; no Japão, o Nikkei subiu 0,27%; e na Coreia do Sul o Kospi se manteve estável, em 3.281,78 pontos.

Os preços do petróleo têm leve queda, após o encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados (grupo frequentemente chamado de Opep+) ter sido adiado para essa sexta. Segundo informações da agência internacional de notícias Reuters, o adiamento ocorreu após os Emirados Árabes Unidos se oporem à assinatura de um novo acordo sobre petróleo.

As bolsas europeias têm leves altas. O índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, sobe 0,2%, com destaque positivo para o setor de viagens, que tem alta de 1,1%, enquanto que o setor bancário cai 0,7%.

Dados divulgados nesta sexta pela Eurostat indicam que os preços de produtos direto das fábricas entre os 19 membros da Zona do Euro subiram 9,6% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, e 1,3% em comparação com o mês imediatamente anterior.

Além disso, após dois dias de negociação, 130 países se comprometeram na quinta a endossar a proposta dos Estados Unidos de uma taxa corporativa mínima de 15%.

Veja o desempenho dos principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):
Estados Unidos
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,07%
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,07%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,18%
Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,16%
*Dax (Alemanha), +0,5%
*CAC 40 (França), +0,16%
*FTSE MIB (Itália), +0,37%
Ásia
*Nikkei (Japão), +0,27% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,18% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,01% (fechado)
*Shanghai SE (China), -1,95% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,04%, a US$ 75,25 o barril
*Petróleo Brent, -0,03%, a US$ 75,82 o barril
*Bitcoin, -0,36%, a US$ 33.082,56
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 0,77%, cotados a 1182,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 182,46 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,48

2. Agenda

Na agenda doméstica, às 5h foi divulgada a inflação na cidade de São Paulo medida pelo índice IPC-Fipe, que marcou 0,81% na última quadrissemana de junho em comparação com a semana imediatamente anterior.

Às 9h será divulgada a produção industrial no Brasil relativa a maio. A expectativa de analistas ouvidos pela Refinitiv é de alta de 1,7% na comparação mensal, e de 25% na comparação anual.

Também nesta sexta, o Operador Nacional do Sistema (ONS) divulga dados sobre carga de energia e afluência de chuvas. E a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica deve divulgar o preço de liquidação das diferenças (PLD) de energia.

Nos EUA, às 9h30 serão divulgados dados sobre a criação de vagas de empregos nos Estados Unidos em junho. A expectativa de analistas ouvidos pelo Dow Jones é de alta de 706 mil e da Refinitiv é de alta de 700 mil. Também é divulgada a taxa de desemprego no país em junho. A expectativa de analistas ouvidos pela Refinitiv é de 5,7%. Às 9h30 será divulgada a balança comercial do país.

E às 11h serão divulgados dados sobre as encomendas da indústria nos Estados Unidos em maio, com projeção de terem crescido 1,6% em relação ao mês imediatamente anterior, segundo analistas ouvidos pela Refinitiv.

Na Áustria, a Opep+ realiza reunião ministerial e do comitê de monitoramento conjunto.

3. Covid no Brasil e CPI

Na quinta (1), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 1.558, queda de 24% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 1.943 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 54.115, queda de 24% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 63.035 casos.

Chegou a 74.539.876 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 35,2% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 26.580.585 pessoas, ou 12,55% da população.

Segundo reportagem de capa do jornal O Globo desta sexta, a decisão do governo de pedir o mínimo de doses de vacinas contra a Covid ao consórcio Covax Facility, da OMS, cobrindo apenas 10% da população brasileira, se baseia em parecer interno do Ministério da Saúde, assinado pelo então secretário-executivo da pasta, coronel Elcio Franco, pelo então secretário de Vigilância, Arnaldo Correia de Medeiros, e outras autoridades da pasta. Na justificativa, o documento afirma que a vacinação deveria se voltar apenas aos “grupos de risco” (idosos, trabalhadores na área de saúde, indígenas e outros) e não seria necessária para todos os brasileiros. O consórcio permitia a compra de doses para até 50% da população do país. O documento do Ministério da Saúde foi obtido pelo jornal por meio de Lei de Acesso à Informação.

Na quinta falou à CPI da Covid no Senado o policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que afirma ser representante de uma empresa que negociou a venda de doses da vacina da AstraZeneca contra Covid-19 ao Ministério da Saúde. Ele afirmou que o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) teria tentado intermediar a venda de imunizantes pela Davati Medical Supply, empresa que o PM disse representar, para a pasta.

Para supostamente comprovar suas declarações, Dominguetti apresentou durante a sessão um áudio do que seria uma conversa do deputado com Cristiano Alberto Carvalho, apontado por ele como presidente-executivo da Davati. Miranda teria dito, segundo a conversa, que poderia ajudar na intermediação.

Dominguetti afirmou que recebeu o áudio de Cristiano no dia 24 de junho, embora não tenha dito quando foi a data da conversa. Cinco dias depois, ele disse ter dado a entrevista para o jornal Folha de S.Paulo em que acusou o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, de pedir propina de 1 dólar por dose de vacina vendida para garantir a venda de 400 milhões de doses para o ministério.

O policial militar, que está na ativa na corporação em Minas Gerais e que afirma atuar como representante para complementar renda, confirmou à CPI a acusação que fez ao jornal. Após a publicação da denúncia, o Ministério da Saúde anunciou a exoneração de Roberto Dias. O ex-servidor seria ligado ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que, no entanto, nega ser o padrinho da indicação dele ao cargo que ocupava.

Após a apresentação do áudio por Dominguetti, senadores começaram a duvidar da versão dada por ele sobre a gravação apresentada à CPI, dizendo não ter ficado claro que a conversa tratava de vacina. A comissão determinou a apreensão do telefone celular do depoente.

“Eu sempre pedi cautela quando aparece jabuti na árvore”, disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), ressaltando estranhar o surgimento do áudio durante o depoimento.

Dominguetti justificou ter divulgado esse áudio porque não poderia faltar com a verdade quando tinha sido perguntado se soube de algum parlamentar teria tentado intermediar a compra de vacinas.

“Meus dados telefônicos e e-mails estão à disposição da CPI, independente de qualquer apreensão. Minha decisão sempre é de contribuir”, disse ele. Durante a fala de Dominguetti, o próprio deputado Luís Miranda chegou a aparecer na sala da CPI e conversou, ao pé do ouvido, com senadores da comissão, o que gerou reações de senadores da base aliada do governo do presidente Jair Bolsonaro na CPI.

Senadores alinhados ao governo –entre eles o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ), que não é membro da CPI– chegaram a defender também a apreensão do telefone celular de Luís Miranda para fazer a verificação do relato feito. Aziz, entretanto, rejeitou a medida.

O presidente da CPI afirmou que vai promover uma acareação entre Dominguetti e o empresário Cristiano Alberto Carvalho para esclarecer o áudio divulgado na tentativa de implicar o deputado Luís Miranda na compra de vacinas.

Na semana passada, em depoimento à CPI, Miranda e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, disseram que avisaram Bolsonaro sobre alegadas irregularidades no contrato de compra pelo governo da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin e o deputado disse ter ouvido do presidente que Barros estava envolvido no caso.

O valor a ser contratado pelo imunizante, produzido pela indiana Bharat Biotech, e comercializado com intermédio da brasileira Precisa Medicamentos, é 1.000% superior àquele informado seis meses antes pela Bharat.

O acordo de compra foi fechado sem que a vacina tivesse aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou tivesse passado por testes de fase 3, e é o mais alto por unidade de imunizante, de US$ 15.Na terça-feira, o governo suspendeu o contrato por sugestão da Controladoria-Geral da União (CGU), apesar de afirmar que não vê irregularidades inicialmente. A Precisa nega qualquer irregularidade.

Além disso, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber encaminhou para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação apresentado pela deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) contra o presidente Jair Bolsonaro por suspeita de prevaricação no âmbito de supostas irregularidades na negociação de vacinas contra a Covid-19 pelo Ministério da Saúde.

No pedido enviado ao STF, a deputada solicitou que a PGR fosse acionada para investigar indícios de corrupção, associação criminosa, advocacia administrativa e prevaricação, citando denúncia feita pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti representante da Davati Medical Supply de que teria recebido pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina de um servidor do Ministério da Saúde.

4. Imposto de renda, auxílio, política e incêndios

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na quinta que o governo já está praticamente convencido de que a alíquota do imposto de renda pessoa jurídica (IRPJ) pode ser reduzida em 5 pontos percentuais “imediatamente” (em 2022), e que o corte pode chegar a 10 pontos se o país tiver “coragem” de reduzir alguns subsídios.

“Podemos ambicionar uma redução de 10% para todas as empresas“, disse Guedes durante pronunciamento à imprensa para comentar os dados de criação de empregos formais computados pelo Caged em maio.

A alíquota do IRPJ é hoje de 15% e, em proposta de reforma tributária na semana passada, o governo havia proposto uma redução para 12,5% em 2022 e para 10% em 2023.

Em sua live semanal na quinta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o auxílio emergencial pode ser renovado por mais dois ou três meses depois de agosto, quando terminará o benefício concedido atualmente. O auxílio pago pelo governo atualmente varia de R$ 150 a R$ 375.

O presidente também minimizou o pedido de impeachment apresentado contra ele nesta semana, com apoio de partidos de direita e de esquerda e de movimentos sociais. “As pessoas realmente não têm o que fazer, em vez de ajudar o Brasil, ficam inventando essas questões para atrapalhar a vida de quem produz (…) Deixo claro que a maioria do Parlamento está perfeitamente sintonizada, me apoiam”, disse.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem cabe decidir se aceita dar início a um processo de impedimento do presidente, disse na quinta que não considera haver condição política e materialidade para o andamento de um impeachment.

Na quinta, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou acolheu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou o arquivamento dos atos antidemocráticos. A apuração, que foi aberta em abril do ano passado, tinha por objetivo apurar a realização e o financiamento de atos públicos com o objetivo de atentar contra instituições como o Supremo e o Congresso Nacional, iniciativa que contraria é crime e contraria a Constituição.

Por outro lado, Moraes determinou a abertura de inquérito para investigar a existência de uma suposta organização criminosa com atuação digital que tinha como objetivo atentar contra a democracia formada por apoiadores do presidente.
Além disso, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a Amazônia teve em junho 2.308 focos de incêndio, o maior número para o mês desde 2007. O governo vem apostando em operações militares para combater crimes ambientais, mas os registros de perda vegetal continuam altos. A maior parte das queimadas ocorreu no Mato Grosso. A política ambiental do governo Bolsonaro vem sendo alvo de pressão internacional.

5. Radar corporativo

A Petrobras iniciou na quinta o processo de venda da totalidade de sua participação em blocos exploratórios localizados em terra na Bacia do Paraná, informou a companhia em fato relevante publicado nesta quinta-feira. A operação, que tem início com a etapa de divulgação de oportunidade (teaser), envolve blocos pertencentes às concessões PAR-T-198_R12 e PAR-T-218_R12, que estão no extremo oeste do Estado de São Paulo, e PAR-T-175_R14, localizada no leste de Mato Grosso do Sul.

O conselho de administração do Grupo Fleury aprovou a realização da 6ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em três séries, para distribuição pública com esforços restritos. De acordo com a companhia, essa é a primeira emissão de debêntures do grupo com componente ESG, que permitirá sua classificação como “sustainability-linked”.

A MRV concluiu a venda de dois empreendimentos na Flórida pelo valor geral de vendas de US$ 78,5 milhões, tendo recebimento líquido da empresa de US$ 37 milhões e lucro bruto de US$ 17,8 milhões.

A Simpar comunicou que a sua controlada JSL enviou à Tegma pedido de combinação de negócios. O comunicado aponta que a fusão das duas empresas criaria uma companhia com receita bruta de R$ 6,1 bilhões, vendo possíveis ganhos de sinergia, com diluição de custos fixos e cross-selling através da maior oferta de serviços da JSL para os clientes da Tegma. A  combinação de negócios também “contribuirá para o acesso ao mercado de capitais pela companhia combinada, sustentando a agenda de crescimento orgânico e por aquisições, em linha com o planejamento estratégico da JSL.”

O conselho de administração da Diagnósticos da América aprovou na quarta a aquisição pela subsidiária Ímpar Serviços Hospitalares da GEM Assistência Médica Especializada, por aproximadamente R$ 750 milhões. A operação envolveu a aquisição das ações representativas de até 100% da Paquetá Participações e da AMO Participações, detentoras, em conjunto, de 99,69% da GEM, que atua na prestação de serviços de oncologia nos Estados da Bahia, de Sergipe e do Rio Grande do Norte.

A Tupy comunicou na quinta-feira a revisão no contrato envolvendo a aquisição do negócio global de componentes estruturais em ferro da Teksid, subsidiária da Stellantis, com o acordo agora prevendo apenas a aquisição das operações brasileira e portuguesa. O preço de aquisição (enterprise value) ajustado pela participação da Teksid nas subsidiárias Teksid Iron do Brasil e Fundição Portuguesa é de 67,5 milhões de euros.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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