Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Dado industrial chinês anima bolsas antes de dados da economia americana; no Brasil, produção industrial ajudará a projetar PIB e juros

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Os investidores vão monitorar hoje os dados no Brasil da produção industrial de setembro medidos pelo IBGE e o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de outubro, publicado pela Markit, em busca pistas sobre como está o rumo da atividade econômica brasileira. Os número devem contribuir para o mercado traçar ainda o juro futuro, após o Copom indicar que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela em eventuais novos ajustes no grau de estímulo.

No exterior, bolsas e futuros de Nova York estão majoritariamente em alta, após dados da atividade manufatureira da China em outubro atingirem o nível mais forte desde fevereiro de 2017, segundo o PMI da Caixin/Markit – ficando acima das expectativas. Os investidores acompanham ainda uma possível nova rodada de conversas entre EUA e China, hoje por telefone, sobre os termos para a chegada à primeira fase de um acordo comercial.

Entretanto, os mercados estão em compasso de espera pela divulgação do relatório de emprego (Payroll) e, em seguida, das informações da atividade econômica americana, com os indicadores de manufatura PMI e ISM.

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Confira os destaques desta sexta-feira:

1. Bolsas Internacionais

Os números da China ajudaram no ânimo dos mercados lá em fora. O PMI da Caixin/Markit de outubro chegou a 51,7 – que não só superou as expectativas como ficou acima do índice de setembro, de 51,4. O índice Caixin mede um mix de pequenas e médias empresas, enquanto o PMI – divulgado na véspera, que chegou a 49,3, indicando contração – pesquisa grandes companhias e estatais chinesas.

No entanto, a maior preocupação dos investidores segue sendo o desenrolar das conversas entre China e EUA para o fechamento da fase um do acordo comercial – após Pequim lançar dúvidas sobre a capacidade de Washington em fechar os termos de longo prazo. Ainda se aguarda pelo anúncio da data e local, onde os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, enfim, devem assinar os termos iniciais do acordo.

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Ainda na esfera das negociações, segundo a CNBC, americanos e europeus mantiveram as primeiras discussões sobre o processo na OMC, referente à disputa Boeing/Airbus. Na safra de resultados corporativos, saem os balanços de Exxon Mobil, Chevron, Alibaba e AIG.

O Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) ampliou empréstimos no mês passado por meio de um instrumento destinado a apoiar investimentos em projetos de infraestrutura, em meio à tendência de desaceleração da economia doméstica.

O PBoC informou nesta sexta-feira que liberou em outubro 75 bilhões de yuans (US$ 10,66 bilhões) líquidos através de sua linha de crédito suplementar, voltado para três bancos estatais que ajudam a implementar políticas com foco em projetos de infraestrutura. O montante líquido de setembro foi bem menor, somando 24,6 bilhões de yuans.

Entre as commodities, os futuros do minério de ferro registram alta moderada, assim como os preços do petróleo.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h17 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,21%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,26%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,20%

*DAX (Alemanha), +0,30%
*FTSE (Reino Unido), +0,34%
*CAC-40 (França), +0,31%
*FTSE MIB (Itália), +0,33%

*Hang Seng (Hong Kong), +0,72% (fechado)
*Xangai (China), +0,99% (fechado)
*Nikkei (Japão), -0,33% (fechado)

*Petróleo WTI, +0,28%, a US$ 54,33 o barril
*Petróleo Brent, +0,15%, a US$ 59,71 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 0,65%, cotados a 625,50 iuanes, equivalentes a US$ 88,90 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0353 (-0,03%)

*Bitcoin, US$ 9.162,48, +0,50%

2. Agenda Econômica

No Brasil, às 8h00, a FGV publica o IPC-S. Já as 9h00, o IBGE informa a produção industrial de setembro, enquanto a Markit publica, às 10h00, o PMI de outubro. Às 15h00, saem os números finais da balança comercial do mês passado.

Nos Estados Unidos, às 9h30, serão publicados o relatório de emprego dos EUA (Payroll) e as taxas de desemprego – cuja previsão é de uma forte desaceleração nas vagas adicionadas por conta de uma greve da GM, o que deverá distorcer os dados. A estimativa, segundo consenso da Bloomberg, é de criação de 85 mil vagas, enquanto a estimativa é de uma taxa de desemprego de 3,6%, ante dado anterior de 3,5%.

Na sequência, às 10h45, sairá o PMI americano e, às 11h00, o ISM – indicador de manufatura, que, em setembro, estava abaixo de 50, indicando contração da atividade. Para o ISM, economistas consultados pela Dow Jones, esperam um índice de 49,1 para outubro.

3. Governo e Congresso

A equipe econômica estuda enviar um projeto de lei para acelerar as privatizações de estatais. A ideia, segundo apurou o ‘Estadão/Broadcast’, é conseguir aval antecipado do Congresso para vender uma lista de empresas. O objetivo é ganhar de seis a oito meses num processo que hoje leva em média dois anos.

O projeto de lei pode ficar no guarda-chuva do conjunto de medidas que o governo está elaborando e deve apresentar na próxima semana, mas não requer mudança constitucional. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem defendido nos últimos meses um “fast track”(“via rápida”) para acelerar as privatizações.

Guedes já criticou publicamente o prazo longo para conseguir vender uma empresa no setor público em razão da burocracia e de obstáculos internos. Segundo fontes do governo, o projeto ajudaria nesse “fast track”ao obter antes o sinal verde do Congresso para as privatizações desse conjunto de empresas.

Ao contrário da reforma da Previdência, o Estadão destaca que a expectativa dos parlamentares é de que haverá grandes mudanças no pacote de reformas que Guedes vai enviar na próxima semana ao Congresso. Em contraponto ao governo, senadores já começaram a se antecipar com propostas com os mesmos temas da agenda do governo Jair Bolsonaro.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o Congresso deve priorizar a articulação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aciona gatilhos de ajuste fiscal em caso de descumprimento da regra de ouro pelo governo federal.

O deputado disse que vai trabalhar com o Senado Federal para levar a proposta ao plenário por volta do dia 15 de dezembro. A expectativa é de que a chamada PEC Emergencial tenha potencial de abrir espaço de R$ 27 bilhões no Orçamento.

Maia ressaltou que essa economia prevista pode ser usada para aumentar a capacidade de investimento do Poder Executivo em 2020. Quanto às outras reformas da agenda do governo, Maia sinalizou que suas votações devem ficar para 2020.

No caso da reforma administrativa, defendeu que ainda é necessário um “bom debate” sobre o tema para garantir que as mudanças gerem uma máquina pública “mais barata para a sociedade, mas com eficiência e com foco na qualidade do serviço público.”

A reforma tributária já é, segundo Maia, um consenso na Federação, apesar de conflitos com setores beneficiados por isenção de impostos. Segundo ele, o objetivo é unificar a proposta de reforma tributária na Câmara e no Senado. “A reforma tributária, no curto prazo, é a coisa mais importante que a gente pode fazer”, disse.

O Estadão informou ainda que, dentro do projeto de reforma administrativa, a equipe econômica estuda propor a contratação de novos servidores pelo regime de CLT. Já o jornal O Globo destaca o preparo de medidas pelo Planalto de incentivo ao ingresso no mercado de trabalho com a desoneração da folha de pagamento para quem contratar jovens entre 18 e 29.

A Folha trouxe que o Ministério da Economia vai propor ao Congresso a liberação de R$ 220 bilhões de fundos públicos para o abatimento da dívida pública. Enquanto Valor diz que o pacote a ser enviado ao Congresso tem como uma de suas principais iniciativas o corte linear de 10% dos incentivos tributários concedidos pela União, que só neste ano gerou renúncia de aproximadamente R$ 307 bilhões.

4. Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro disse que pretende investir no transporte ferroviário no País. Em viagem recente por países do Oriente Médio e Ásia, Bolsonaro disse ter atraído investimentos, os quais ele pode destinar para infraestrutura. “Vou fazer um agrado aqui para o Tarcísio Freitas (ministro da Infraestrutura)”, disse.

“Ele é aquela que cara que se você der um pedaço de ferro, ele constrói uma estrada”, afirmou. “Queremos aqui ressuscitar o modal ferroviário”, disse, em transmissão no Facebook. Segundo ele, falta construir mil quilômetros da ferrovia Norte-Sul. “A previsão é mais um ano e meio para concluir essa obra”, afirmou. “Vamos fazer o Brasil entrar nos trilhos”, disse.

Bolsonaro declarou ainda, em entrevista ao programa Brasil Urgente, da Rede Band, que “tudo está se encaminhando para o Brasil decolar no tocante à economia”. Bolsonaro defendeu que as reformas tributária e administrativa “têm que sair até meados do ano que vem para o Brasil ser um local propício para investimentos e negócios”.

“Estamos trabalhando ao máximo para desburocratizar e desregulamentar”, afirmou. “Vamos revogar normas para facilitar, simplificar para quem quer investir abrir um negócio no Brasil.”

Os investidores devem seguir acompanhando, entretanto, a repercussão das falas do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, sugerindo um “novo AI-5” em caso de “radicalização da esquerda”.

Algumas horas após a propagação das falas, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o filho. “Não apoio. Quem quer que seja que fale em AI-5 está sonhando. Está sonhando, está sonhando. Não quero nem ver notícia nesse sentido aí”, disse.

Depois do pai, Eduardo voltou atrás e pediu desculpas. Em entrevista ao programa “Brasil Urgente”, o filho do presidente disse que houve uma “interpretação deturpada” do que foi dito na entrevista.

“Eu peço desculpas a quem porventura tenha entendido que eu estou estudando o retorno do AI-5 ou achando que o governo, de alguma maneira, estaria estudando qualquer medida nesse sentido. Essa possibilidade não existe”, afirmou.

O parlamentar afirmou, ainda, que “não existe qualquer possibilidade de retorno do AI-5”. “Esse não é o ponto que nós vivemos hoje, no contexto atual do Brasil. A gente vive um regime democrático, nós seguimos a Constituição. Inclusive esse é o cenário que me fez ser o deputado mais votado da história”, disse.

Já para a cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR), a declaração do deputado Eduardo Bolsonaro sugerindo a edição de um “novo AI-5” se a “esquerda radicalizar” no Brasil foi classificada como uma opinião blindada pela imunidade parlamentar.

A manifestação acontece após pedido apresentado ao Supremo Tribunal Federal por parlamentares do PSOL, PDT, Rede, PCdoB, PT e PSB, de notícia-crime, para que o deputado seja processado por improbidade, incitação e apologia ao crime.

5. Noticiário Corporativo

A Petrobras confirmou ontem à noite, por meio de sua assessoria de imprensa, o corte de 3% no preço do diesel nas refinarias. A estatal também afirmou que o preço do diesel marítimo será reduzido em 3,1% na refinarias. Os novos valores passam a valer a partir de amanhã, 1º de novembro, quando as informações serão disponibilizadas no site da companhia.

Em continuidade à divulgação de resultados desta safra, a Suzano registrou um prejuízo líquido de R$ 3,46 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Um ano antes, ela havia obtido lucro de R$ 1,02 bilhão. A receita líquida da companhia ficou em R$ 6,6 bilhões, um tombo de 33% sobre o registrado no mesmo período de 2018.

A varejista Hering registrou lucro líquido de R$ 64,1 milhões no terceiro trimestre deste ano. O valor é 22,3% maior do que o registrado um ano antes (R$ 52,4 milhões). A receita líquida da companhia teve um crescimento bem menor, de 0,8% na comparação anual, totalizando R$ 388,47 milhões.

A empresa de saneamento Copasa reportou lucro líquido de R$ 193,3 milhões no terceiro trimestre deste ano. O valor é 53% maior do que o registrado um ano antes (R$ 126,3 milhões). A construtora Direcional, por sua vez, obteve lucro líquido de R$ 25,95 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 83,8 milhões registrado no mesmo período de 2018.

Entre os destaques, o Itaú acertou a compra de 100% do capital da Zup, com valor base de R$ 575 milhões. Já a Klabin estrutura financiamentos para Puma II com BID&IFC, enquanto a Equatorial emite R$ 1 bilhão em debêntures a 106,00% do CDI.

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